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Créditos de carbono florestais são os mais eficazes, diz estudo

Do ponto de vista da ciência, preservação e restauro de florestas tropicais oferecem o melhor benefício climático entre as soluções baseadas na natureza

De um ponto de vista estritamente climático, as atividades geradoras de créditos de carbono mais comuns no Brasil – desmatamento evitado e reflorestamento – estão entre as mais eficazes soluções de combate ao aquecimento global baseadas na natureza.

Essa foi a conclusão de uma revisão de artigos científicos publicada no final de março na revista Nature Climate Change.

Especialistas de 11 instituições, incluindo Universidade Columbia e duas das maiores ONGs ambientais do mundo, Environmental Defense Fund (EDF) e The Nature Conservancy, analisaram a produção acadêmica relacionada a 43 atividades que reduzem ou removem gases de efeito estufa.

O paper não se debruça nem tenta analisar os méritos individuais das várias alternativas existentes. O painel de 27 pesquisadores se baseou na literatura disponível para determinar quais atividades têm mais respaldo científico e, portanto, deveriam ser priorizadas com recursos.  

O resultado do trabalho é uma matriz que cruza o impacto potencial das atividades (em termos de redução ou remoção de carbono) com o grau de confiabilidade de cada uma delas.

Conservar ou restaurar florestas temperadas ou tropicais ­– a amazônica é a maior de todas – apresenta a melhor relação entre esses dois indicadores.

Em outras palavras, são as estratégias que combinam benefício climático com um maior grau de certeza científica em relação a reduções ou remoções de carbono.

“Há uma enorme proliferação de soluções climáticas baseadas na natureza, e muitas delas já têm protocolos para a geração de créditos de carbono”, disse ao Reset Doria Gordon, pesquisadora-sênior do EDF e uma das autoras do estudo.

“Queremos acelerá-las, mas não podemos depender de rotas que ainda não entendemos plenamente”, afirma Gordon. “Em vários casos a ciência ainda não é conclusiva.”

Atividades como a preservação e restauração de corais foram consideradas as de menor impacto e confiabilidade. Métodos como restauro de áreas pantaneiras, rotação de culturas agrícolas e manejo de pastagens ficaram no meio do caminho.

Os motivos variam: em alguns casos ainda há poucos estudos científicos sobre o assunto; em outros, houve divergência entre os pesquisadores consultados. 

Nesses casos, são necessárias mais pesquisas, argumentam os autores. Soluções “sem forte sustentação científica ameaçam a contabilidade global [de carbono], potencialmente superestimando benefícios climáticos futuros e minando a confiança nas soluções naturais rigorosas”.

Ressalvas

As conclusões devem ser lidas pelo que são, afirma a pesquisadora. Em primeiro lugar, elas representam um apanhado da literatura científica existente e levam em conta apenas o benefício do carbono.

Isso não significa que a proteção de corais ou a agricultura de baixo carbono não tragam outros ganhos, seja de biodiversidade ou sociais.

O segundo ponto, e talvez mais crítico, é que uma sólida fundação na ciência não garante bons projetos geradores de créditos.

Já existem evidências suficientes sobre a capacidade de armazenamento de CO2 das árvores da Amazônia e as maneiras de medir as mudanças nas paisagens remotamente, usando imagens de satélite, afirma Gordon.

“O que não fica claro é se estamos implementando bem os projetos. E são coisas muito diferentes. Só podemos contar com essas soluções [no combate à mudança climática] se elas forem feitas do jeito certo.”

De “superfaturamento” de carbono a exploração de populações indígenas e comunidades locais mancharam a reputação do mercado, no qual empresas compram esse tipo de crédito voluntariamente para compensar suas emissões.

Várias medidas de autorregulação, tanto do lado da geração dos créditos quanto do lado dos compradores, vêm sendo desenvolvidas globalmente para recuperar a credibilidade desse instrumento.

Gordon afirma que a confiança científica anda em paralelo com a mercadológica. Com a ressalva de que seu olhar é acadêmico, ela afirma que o setor avançou nas últimas duas décadas.

“Acho que os padrões atuais aprenderam com os erros do passado. Se os investidores insistirem neles, a confiança vai retornar.”

Ao mesmo tempo, a solidez científica das atividades não pode ser ignorada. Gordon aponta as turfeiras, tipicamente consideradas um grande sumidouro de CO2.

Esses ecossistemas são normalmente inundados e formados por camadas de matéria orgânica parcialmente decomposta, o que explica as grandes quantidades de carbono armazenadas.

Mas em algumas partes do planeta o nível da água nas turfeiras vem caindo ou apresentando grandes variações. Com secas prolongadas ou incêndios, as turfeiras podem se tornar emissoras em vez de sequestradoras de carbono.

Esse é o tipo de incerteza, potencializada pelas mudanças no clima, que o estudo tentou capturar.

Não se trata de determinar por quanto tempo aquele CO2 está “seguro”, mas sim entender que talvez faça mais sentido investir em outras soluções cujos riscos são mais bem compreendidos, afirma a pesquisadora.

Informações: Capital Reset.

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Marcelo Francia Arco-Verde assume a Chefia Geral da Embrapa Florestas

O pesquisador Marcelo Francia Arco-Verde assumiu interinamente, a partir de segunda-feira 01/04, o cargo de chefe geral da Embrapa Florestas. Arco-Verde é engenheiro florestal, com doutorado em silvicultura. É pesquisador da Embrapa desde 1994, já foi chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Roraima e está na Embrapa Florestas desde 2012. Atualmente, é também presidente da Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais. Durante sua trajetória profissional, Arco-Verde tem trabalhado em todo o país apoiando pesquisas para a viabilidade financeira de sistemas de produção e o desenvolvimento de sistemas sustentáveis na agricultura familiar, com espécies florestais nativas e introduzidas.

O pesquisador Guilherme Schühli será o novo chefe de Pesquisa e Desenvolvimento. Biólogo com doutorado em ciências biológicas/entomologia, o pesquisador tem atuação também em genética molecular. Permanecem na equipe de chefia a pesquisadora Edina Moresco, na chefia adjunta de Transferência de Tecnologia; e Rejane Stumpf Sberze, na chefia de Administração.

Para este período, Arco-Verde e equipe definiram linhas estratégicas de ação tanto para o ambiente interno quanto externo. “Na gestão externa, vamos seguir algumas linhas de trabalho, sempre buscando fortalecer e ampliar as parcerias, internas e externas, incluindo a agricultura familiar e movimentos sociais”, explica o chefe geral. “Vamos elaborar um plano estratégico para tornar a Embrapa Florestas um centro de referência em pesquisas e tecnologias para a Mata Atlântica e aumentar a participação da Unidade nas demandas de pesquisa e desenvolvimento, e transferência de tecnologias socioambientais junto a parceiros da região amazônica”, completa.

Para isso, a ideia é ⁠expandir as parcerias da Embrapa Florestas com outras unidades da Embrapa e com órgãos governamentais para promover o desenvolvimento florestal integrado e sustentável, com base em silvicultura, sistemas integrados de produção, restauração florestal e mudanças climáticas. “Com isso, vamos poder contribuir para impactos econômicos, sociais e ambientais positivos a partir da pesquisa florestal e adoção de sistemas produtivos mais sustentáveis”, completa Arco-Verde.

Na gestão interna, a nova equipe de chefia vai trabalhar para dar maior autonomia às chefias adjuntas no planejamento, organização de processos e execução de metas em cada setor, com fortalecimento dos grupos de pesquisa e do Comitê Técnico Interno (CTI), com maior participação nas tomadas de decisão da Embrapa Florestas. “Vamos promover maior aproximação entre as áreas de pesquisa e de transferência de tecnologia, além de diálogos frequentes com o sindicato local e nacional”, explica. O chefe geral completa ainda que, “em termos de qualidade de vida aos empregados, vamos priorizar a humanização do ambiente de trabalho, por meio do diálogo, respeito, acolhimento e interação entre gestores e empregados, incentivando a participação de todos na gestão, com melhorias na interação com os empregados dos serviços terceirizados e, claro, adaptando as necessidades às exceções”, explica o novo Chefe Geral.

O mandato interino permanece até que a Diretoria Executiva da Embrapa conduza um novo processo de recrutamento e seleção para o cargo de chefe-geral efetivo.


Informações: Embrapa Florestas.

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Onde estão os créditos de carbono brasileiros? Este painel aponta

Ferramenta reúne em um único lugar projetos de conservação e restauro florestal que negociam créditos no mercado voluntário

Estimativas não faltam sobre o potencial bilionário dos créditos de carbono florestais e a oportunidade do Brasil como um dos grandes vendedores desses ativos naturais.

Saber quais são e onde estão os projetos de proteção e restauro de vegetações nativas é outra história. Ou era.

Um painel interativo lançado hoje reúne pela primeira vez em um lugar só todas as informações publicamente disponíveis sobre as iniciativas que geram (ou pretendem gerar) carbono florestal no Brasil.

A iniciativa foi do Idesam, entidade sem fins lucrativos com atuação na Amazônia e que defende o sistema de compensações voluntárias – diferente do mercado regulado, em discussão no Congresso – como uma fonte importante de recursos para a proteção da natureza.

A ferramenta inclui apenas os créditos de padrão Verra para atividades como desmatamento evitado (também conhecidos como REDD+), restauro florestal e agricultura, mas esse recorte contempla a imensa maioria dos projetos do país.

Hoje, estes são alguns dos grandes números do mercado voluntário brasileiro compilados pelo Painel de Carbono Florestal:

  • 139 projetos
  • 33 já emitiram créditos
  • 96 têm algum co-benefício socioambiental
  • 60 desenvolvedores
  • 99% dos créditos emitidos vêm da Amazônia Legal
  • 95% dos projetos são realizados em áreas privadas
  • 1,8 bilhão de créditos estimados entre 2020-2050

A interface também mostra a localização de cada um deles no mapa (foto acima) e detalhes como os responsáveis, o tamanho da área coberta e a produção esperada – cada crédito de carbono equivale a uma tonelada de CO2 que deixou de ser emitida ou foi retirada da atmosfera.

Não há dados sobre valores, pois as transações são privadas. Uma possibilidade é incluir no futuro os créditos que foram aposentados, ou seja, tirados de circulação, pois o benefício climático foi contabilizado pelo comprador.  

Trabalho manual

A maior parte do trabalho foi manual, diz Victoria Bastos, líder da área de serviços ambientais do Idesam. “A única maneira de saber mais sobre os projetos era entrar na plataforma da Verra, baixar planilhas e outros documentos e ler tudo, um por um.”

As informações são públicas, mas navegar pelo site da certificadora e saber onde encontrar os vários indicadores não é trivial para os leigos (e mesmo os entendidos reclamam da usabilidade do site da Verra).

A necessidade de uma alternativa mais acessível ficou clara numa reunião de que Bastos participou alguns anos atrás com o governo amazonense.

A certa altura, um integrante da secretaria do Meio Ambiente disse não saber ao certo quantas iniciativas de créditos de carbono existiam no Estado.

“Quando começamos a fazer o levantamento, já tínhamos percebido que a cada mês aparecia algo novo, mas não existia um lugar para acessar as informações de forma rápida e visual”, afirma Bastos.

O painel mostra todos os projetos cadastrados na certificadora, incluindo os ainda em análise. Dos 139 que constam da base de dados, mais da metade ainda se encontra em fase de validação, e somente 33 emitiram créditos.

Os dados serão atualizados a cada três meses, o que não deve ser um problema diante do ritmo – extremamente lento, segundo os críticos – de aprovação pela Verra.

Alertas

A plataforma oferece uma análise da situação fundiária das áreas em que os projetos são realizados, mostrando se o Cadastro Ambiental Rural (CAR) da propriedade já está regularizado, por exemplo.

O Idesam também plotou os empreendimentos em um mapa para verificar se havia sobreposição com áreas públicas.

Em alguns casos a coincidência é pequena e provavelmente causada por um erro, diz Bastos. Outros apresentam problemas potencialmente mais sérios, mas o painel não pretende fazer nenhum tipo de avaliação definitiva.

“Houve um caso de sobreposição em que procuramos o desenvolvedor ainda na etapa de consulta pública. Eles responderam que o Incra já tinha reconhecido a propriedade deles, mas a base de dados pública não estava corrigida.”

O importante, diz Bastos, é que a informação esteja disponível para que eventuais interessados no projeto possam buscar mais detalhes por conta própria.

 O carbono na ponta

Um dos objetivos do painel era mostrar que povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares têm participação pequena como “donos” de projetos.

Essas populações aparecem como proponentes – ou seja, donas dos direitos sobre os créditos e sua comercialização – de somente seis das iniciativas registradas na base da certificadora.

Bastos reconhece que esse dado é uma maneira imperfeita de entender a distância entre o dinheiro movimentado no mercado de carbono e as pessoas que estão na outra ponta, efetivamente protegendo a natureza.

Apresentar um projeto tem um custo inicial alto, exige conhecimento técnico e capacidade de navegar diversos níveis de burocracia. O outro lado da moeda é que depender da ajuda de especialistas muitas vezes leva a assédio e exploração, diz Bastos.

“A gente queria investigar e entender onde estão os projetos, e de fato pouquíssimos estão em territórios coletivos, como assentamentos, terras indígenas, unidades de conservação que têm comunidades.”

Muitos empreendimentos privados preveem remuneração dessas comunidades, mas a única maneira de garantir que os direitos serão respeitados é dando a elas o controle dos créditos.

Bastos afirma que o Idesam, em parceria com o Instituto Socioambiental e o Imaflora, duas outras ONGs brasileiras, vai começar um estudo de viabilidade para a criação de um sistema específico para territórios coletivos que remunere serviços ambientais.

O Idesam é coautor da VM0015, metodologia da Verra e a mais utilizada na geração de créditos de desmatamento evitado.

Informações: Capital Reset.

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CNA discute políticas para florestas plantadas e situação do setor de borracha natural

Comissão Nacional de Silvicultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou, na terça-feira (26), reunião para tratar sobre políticas para florestas plantadas, como o Plano de Ação para Recuperação e Manejo de Florestas (Floresta+Sustentável) e o Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas (PNDF), além de abordar a situação do setor de borracha natural e as principais ações do grupo para 2024.

A reunião foi aberta pelo diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, para apresentar o novo presidente da Comissão, Antônio Ginack. O ex-presidente, Moacir Reis, assume o cargo de vice-presidente.

“Essa comissão é palco de grandes e importantes discussões e vamos buscar, cada vez mais, trazer temas ao debate que nos impactam diretamente, seja em relação à crise vivenciada pelos produtores de borracha, seja em relação às demais espécies florestais cultivadas”, disse Ginack.

Durante a reunião, a coordenadora do Departamento de Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas do Ministério da Agricultura, Jaine Cubas, fez uma apresentação sobre o Plano Floresta+Sustentável e o PNDF 2024, lançado recentemente Ministério da Agricultura.

“O objetivo do Plano de Ação para Recuperação e Manejo de Florestas é sustentabilidade ambiental, o desenvolvimento das cadeias produtivas, a inclusão social, geração de renda rural e aumento da produtividade”, destacou Jaine.

Segundo ela, para o desenvolvimento das ações é importante a parceria entre diversos setores da silvicultura brasileira. “A CNA representa diretamente o produtor rural, para quem esses planos são direcionados, precisamos trabalhar em sinergia para o desenvolvimento do setor”, disse a coordenadora do Mapa.

Ginack apresentou aos membros da comissão o atual cenário da borracha natural no país, com um recorte específico do estado de São Paulo, e mostrou toda a problemática vivenciada pelos produtores rurais.

“Nos últimos anos, tivemos quedas bruscas nos preços e aumento dos custos de produção. Somado a isso, estamos com uma grande escassez de mão de obra. Precisamos discutir estratégias para o setor e propor ações que minimizem as perdas para os produtores rurais”, explicou o presidente da Comissão.

A analista técnica da CNA, Eduarda Lee, destacou os principais eixos de atuação da comissão durante o ano, ressaltando a importância do índice da borracha natural e sua metodologia desenvolvida pela CNA. Ela também falou sobre o foco em energias renováveis, principalmente em relação a incentivos à produção e incremento da participação de biomassas na matriz energética brasileira, e ressaltou o acompanhamento e articulação nas esferas executiva e legislativa dos temas relacionados ao setor da silvicultura.

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Symbiosis, a empresa florestal que atraiu a Apple

Fundada há 16 anos, companhia recebeu aporte da gigante tech por créditos de carbono; objetivo é vender madeira sustentável de espécies nativas

Quando a Apple partiu em busca de fornecedores de créditos de carbono, há três anos, a Symbiosis tinha o projeto certo, na hora certa, para oferecer a uma das maiores e mais admiradas empresas do mundo.

Àquela altura a startup brasileira de manejo sustentável de madeira nativas entrava em seu 13° ano de vida, depois de estudos, testes de laboratório e um piloto de 1.400 hectares plantados no sul da Bahia, perto de Trancoso.

Com um investimento de R$ 70 milhões até aqui, a Symbiosis criou um negócio 100% integrado para restaurar áreas degradadas com árvores de valor comercial.

A ideia é cortar periodicamente apenas parte das árvores, mantendo a paisagem e permitindo a recuperação da biodiversidade local. A receita virá principalmente dos metros cúbicos de madeira, mas também do estoque de carbono nas áreas plantadas.

“Agora estamos com o modelo comprovado, e com a entrada da Apple vamos escalar”, diz Bruno Mariani, CEO e fundador da empresa, que também tem como sócio José Roberto Marinho, da família que controla o Grupo Globo.

Foram 13 anos para chegar aos primeiros 1.400 hectares plantados. A partir de agora, o objetivo é plantar 1.500 por ano.

A empresa recebeu um aporte de valor não-revelado do Restore Fund, um fundo criado pela Apple que tem US$ 480 milhões para investir em soluções naturais que removam carbono da atmosfera.  

O valor está dividido em dois veículos, e o investimento na Symbiosis veio do fundo batizado de Carbon Solutions Fund, que tem US$ 200 milhões e é administrado pelo Goldman Sachs. Com o aporte, a Apple passou a deter 49% da Symbiosis Florestal, criada abaixo da holding para abrigar o projeto.

 A Apple estima que 25% das emissões de efeito estufa de sua cadeia de valor não podem ser reduzidas e precisarão ser neutralizadas com com créditos até 2030.

Pelo contrato, a gigante da tecnologia fica também com 49% dos créditos de carbono e tem prioridade para comprar os 51% restantes. Apesar de não haver exclusividade, a Symbiosis espera que o acordo seja estendido para realizar a meta de 50 mil hectares restaurados.

“A ideia é que a Apple acompanhe nosso crescimento daqui para a frente”, diz Mariani.

Inspiração

A história da Symbiosis começou em 2005, dois anos antes de Steve Jobs mostrar ao mundo o primeiro iPhone.

Mariani estava com 45 anos e tinha acabado de deixar o banco da família, o BBM. “Estava há 20 anos no banco, numa crise da meia idade, com filhos pequenos. Resolvi sair em busca de mais sentido.”

Passou a buscar atividades que reunissem propósito com oportunidades ligadas às mudanças climáticas. “Era muito claro para mim que teríamos que mudar o jeito de fazer negócios no mundo, ou a humanidade não teria futuro.”

Ele estudou opções em economia circular, em energia renovável e, finalmente, nas atividades hoje reunidas sob a expressão “soluções baseadas na natureza”, mas que na época não eram conhecidas assim.

O sucesso do setor de papel e celulose no Brasil era particularmente intrigante. Gigantes como Klabin e Suzano apostaram em melhoria genética e encurtaram dramaticamente o tempo de crescimento das árvores.

Produtores de madeira no Hemisfério Norte faziam o mesmo (apesar de o tempo de crescimento ser naturalmente mais longo). Não funcionaria com espécies nativas brasileiras?

Em uma comunidade indígena na fronteira do Acre com o Peru ele conheceu uma experiência de restauro bem-sucedida. Voltou ao Rio e procurou literatura científica. “É inacreditável, mas não existiam dados sobre a velocidade de crescimento numa escala grande e com medição precisa.”

Mariani procurou alguns investidores e apresentou a ideia de criar um laboratório a céu aberto. “Minha proposta foi: vamos fazer um piloto de 1.500 hectares para testar todo o processo, medir, auditar e ter certeza do custo de tudo. Vai demorar uns oito anos para sabermos tudo isso. Também coloquei meu capital e assim fizemos.” 

Ponta a ponta

O negócio da Symbiosis começa na coleta das sementes e acaba numa serraria, que está sendo erguida – mas o que importa acontece entre essas duas pontas.

A empresa investe em melhoramento genético de espécies nativas da Mata Atlântica, como jacarandá, paraju, peroba rosa e louro pardo. “Estamos falando de seleção, recombinação, clonagem, para ter árvores selecionadas e mais produtivas”, diz Alan Batista, que é CFO da companhia e tem formação de engenheiro florestal.

O objetivo é aumentar a produtividade da madeira produzida e encurtar o ciclo de crescimento das plantas – que é longo.

“Hoje em nosso plano de negócios a gente trabalha com um ciclo de 30 anos [até a “colheita”]. A ideia é encurtar para 20”, afirma Batista. A inspiração é a indústria de celulose, com algumas diferenças importantes.

“No primeiro plano de negócios, achávamos que colheríamos as espécies consideradas acessórias em 20 anos e as nativas, em 30 anos. Hoje, sabemos que as acessórias podem ser colhidas em menos da metade do tempo, com 8 anos, e as nativas com 10, 12 anos. Somente algumas espécies mais raras levarão 20 anos”, completa Mariani.

A inspiração é a indústria de celulose, com algumas diferenças importantes.

A primeira é que as áreas cultivadas recebem espécies variadas – a empresa já testou 55 espécies e hoje está focada em 20 delas. A plantação é feita em linhas, como na agricultura tradicional, mas, com o crescimento das copas, a paisagem fica semelhante à original, segundo Batista.

O corte acontece continuamente. Diferentemente de uma floresta de pinus, que é plantada e derrubada de uma vez, no caso da Symbiosis as árvores são derrubadas conforme atingem o tamanho ideal. 

Os primeiros 1.400 hectares foram plantados em 2011, e a produção será colhida só agora. “Enquanto o eucalipto leva 7 anos para crescer, nós levaremos 8, 10 anos e nossa madeira será muitas vezes mais valiosa, sem falar no impacto positivo para natureza e fauna”, diz Mariani, o CEO.

A Symbiosis está construindo uma serraria para fazer a pré-fabricação dos produtos que vai vender.

Uma das opções iniciais são ripas para fazer decks, para o mercado internacional. “É um produto caro, e tem a vantagem de gerar caixa em moeda forte”, diz o CFO.

Móveis de luxo são outro possível destino da madeira. Batista afirma que a empresa está conversando com marcas e designers já estabelecidos.

Créditos de carbono

A Apple está interessada nos créditos de carbono, mas Batista afirma que essa linha de receitas nunca foi uma prioridade no modelo da Symbiosis.

Quando a companhia foi criada, no fim da década passada, as transações de carbono no âmbito do Protocolo de Kyoto tinham entrado em colapso. A mentalidade sempre foi de “desenvolvedores de florestas”, segundo Batista.

Mas o aumento das metas net zero corporativas, junto com novas metodologias e processos, trouxe o mercado de compensações voluntárias de volta à vida no fim dos anos 2010.

O setor ainda atravessa dias turbulentos, com problemas de integridade e denúncias de fraudes, mas o modelo da Symbiosis tem um diferencial importante, segundo Batista.

“Garanto perpetuidade”, diz ele. “Como corto apenas uma parte [das árvores], meu estoque de carbono sempre se mantém numa média alta.” De qualquer forma, a empresa encara os créditos muito mais como um componente na estrutura de financiamento da operação do que como uma fonte de receita prioritária.

A recuperação da biodiversidade também pode ser um ativo futuro, afirma ele. “Estamos em um grande corredor ecológico, vários rios passam pelas nossas propriedades. Tem um fluxo genético bem interessante ali.”

Informações: Capital Reset/UOL.

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Monitoramento de microbacias da Bracell atesta os impactos da gestão sustentável de águas e florestas


Malha hídrica da base florestal da empresa no estado da Bahia abriga mais de 1.750 nascentes de rios, o que reforça a realização do manejo florestal sustentável

A Bracell, líder global na produção de celulose solúvel, desde que iniciou suas atividades no Brasil em 2003, vem agregando novas tecnologias na realização do monitoramento das microbacias, o que resulta em dados positivos à comunidade e ao meio ambiente. Este ano, celebra o monitoramento de mais de duas décadas de manejo florestal responsável, com investimentos em tecnologia industrial e florestal que contribui para fazer a diferença na preservação de um recurso essencial para a vida: a água.

O monitoramento do rio Farje, em Alagoinhas (BA), é o mais antigo monitoramento de microbacia já realizado no Brasil por meio do Programa de Monitoramento e Modelagem de Microbacias (Promab) e do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF). Esse monitoramento gera informações sobre o funcionamento hidrológico do manejo sustentável nas plantações florestais.

Segundo Aline Fransozi, Coordenadora Executiva no PROMAB-IPEF, a microbacia do Farje é o monitoramento mais antigo. “Sem dúvidas, esses dados contribuíram para o que já sabemos hoje sobre a relação floresta e água no Brasil. Isso demonstra a preocupação da empresa em conhecer as suas áreas e efeitos do manejo com bases científicas consolidadas. É justamente essa postura que apoia decisões importantes em toda a área de influência direta da companhia, ou seja, decisões que interferem na vida das pessoas e comunidades”, explicou.

Outra ação de monitoramento realizada e que tem reiterado a conservação ambiental e o uso consciente dos recursos naturais por parte da empresa é o mapeamento das nascentes. Na Bahia, as áreas de Planejamento e Meio Ambiente da Bracell atualizaram as informações sobre a malha hídrica da base florestal da empresa no estado. A partir de técnicas de georreferenciamento de precisão, foram identificadas a existência de 1.758 nascentes de rios em áreas onde a empresa mantém operações. “A presença dessas nascentes indica que o manejo florestal é sustentável. Todas as nascentes recentemente identificadas estão em áreas de Mata Atlântica no litoral norte da Bahia”, destacou Joedson Silva, coordenador de Meio Ambiente e Certificações da empresa.

Aliado ao manejo sustentável e das ações realizadas em suas operações, o time da unidade em São Paulo, ampliou o monitoramento assim como na Bahia, para obter de forma mais precisa o movimento hídrico de uma bacia. “Com isso, compreendemos a dinâmica da água ao longo do tempo, além de obter informações da quantidade e da qualidade da água nas principais regiões onde atuamos. Esse tipo de monitoramento reforça nosso compromisso com a sustentabilidade do negócio”, informa Geovanni Malatesta, especialista de P&D Florestal da Bracell em SP.


Ainda, com o objetivo de ampliar os debates acerca da sustentabilidade, com o Bracell 2030, a empresa definiu 14 metas para ampliar os impactos positivos de sua operação na cadeia de valor divididas em Ação pelo Clima, Paisagens Sustentáveis e Biodiversidade, Empoderando Vidas e Promovendo Crescimento Sustentável. Por meio das ações concretas do Bracell 2030, a empresa busca construir um futuro melhor para a indústria de papel e celulose no Brasil, posicionando a companhia como uma das vozes líderes em sustentabilidade no setor.

Sobre a Bracell

A Bracell é uma das maiores produtoras de celulose solúvel e celulose especial do mundo, com duas principais operações no Brasil, sendo uma em Camaçari, na Bahia, e outra em Lençóis Paulista, em São Paulo. Além de suas operações no Brasil, a empresa possui um escritório administrativo em Singapura e escritórios de vendas na Ásia, Europa e Estados Unidos. www.bracell.com.

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Capacitação amplia presença das mulheres em trabalho na área florestal

Profissionais indicam que é preciso vencer medos e se aprimorar para conquistar espaços

Como uma mulher – sozinha – pode fazer o traçamento de centenas de árvores de eucalipto ou carregar esse material, em poucos minutos, sem suar, sem se machucar e, até mesmo, sem atrapalhar a maquiagem? A resposta é: pilotando uma garra traçadora ou uma grua de carregamento, entre outras máquinas pesadas para as quais se preparam para trabalhar na rotina do campo.

Este cenário fica cada dia mais comum no meio rural, ainda mais em empresas que investem na mecanização de suas atividades. Nelas, a presença masculina, ainda que predominante em algumas atividades, não é deixada de lado, mas passa a conviver com a atuação feminina. Afinal, há espaço para todos.

Além disso, trabalhar em atividades que eram exclusivas para homens pode representar a realização de um sonho, para muitas. Este é o caso de três mulheres que trabalham no interior da Bahia e de Minas Gerais.

“A primeira vez que eu vi uma máquina dessas, tive a certeza de que era o que queria para mim”, lembra a operadora Lucilene Soares Santos Cruz. Ela trabalha como operadora de máquina florestal, no comando de uma garra traçadora de 36 toneladas, na Reflorestar Soluções Florestais, no Norte de Minas. Mas, Lucilene, operar máquinas pesadas no campo realmente é serviço para mulher? “Sim! Basta se qualificar”, ensina.

“Qualquer mulher, hoje em dia, pode operar uma máquina pesada. Basta que ela queira. E quando a gente quer, a gente corre atrás daquilo para se aperfeiçoar, para melhorar e aprender sempre”, concorda a operadora de grua de carregamento, na mesma empresa, Raiane Amaral da Silva. Raiane trabalha na atividade de carregamento de madeira no interior da Bahia.

Busca de capacitação

A pesquisa “Elas fazendo história”, de 2021, aponta que, para 64% das entrevistadas, a desigualdade de gênero ainda existe no agronegócio. Porém, 79% delas reconhecem que a situação naquele ano era melhor do que há uma década. Os números apontam ainda outro dado importante: entre as maiores preocupações das trabalhadoras do agronegócio está a opção “melhorar a minha capacitação profissional”, resposta que veio de 95% das entrevistadas.

O levantamento foi realizado pela entidade Agroligadas, em parceria com a Associação Brasileiras do Agronegócio (Abag), com o Sicred e com a Corteva Agriscience. O estudo trouxe dados sobre a participação feminina no agronegócio brasileiro e ouviu 408 mulheres que atuavam no agronegócio, de norte a sul do Brasil. A íntegra está disponível em e-book no site da entidade.

A operadora Raiane sabe que a capacitação no agro tem sido cada vez mais fundamental. Ela viu a possibilidade de atuar na profissão, quando soube que a Reflorestar abriria um processo seletivo especial apenas para mulheres. “E eu me joguei e fui passando pelas etapas. E sempre tive aquilo comigo: vou passar em tudo. Hoje, é uma área que eu amo”, reafirma. A empresa selecionou as colaboradoras e, depois, as capacitou para o trabalho. “Veio aquele medo inicial, mas eu falo que é um eco que a gente tem que silenciar dentro de nós. Você tem que amar o que você faz e, principalmente, fazer com segurança”, alerta Raiane.

Liderança capacitada

A capacitação também prova que, nos cargos de liderança em várias áreas do agronegócio, as mulheres também marcam presença. Engenheira florestal e administradora de empresas, Miliana Rui, é gerente de operações florestais na Reflorestar Soluções Florestais e atua no distrito de Posto da Mata, em Nova Viçosa (BA). Ela trabalha no agro desde 2004, quando ingressou como técnica agrícola, no Espírito Santo, estado onde nasceu.

“Quando comecei, eu era a única mulher atuando em silvicultura na região em que trabalhava e era encarregada de turma. Mesmo sendo a única mulher, sempre fui respeitada e acho muito tranquilo liderar pessoas do sexo masculino”, afirma ela, que além das duas graduações, também possui MBA em Gestão Empresarial, pela Fundação Getulio Vargas. Mesmo com o currículo calibrado, ela ainda passa por treinamentos constantes na empresa em que trabalha junto dos colegas.

Dados do último Censo Agropecuário, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2006 e 2017, indicam que, no segmento agro como um todo, o aumento de mulheres à frente da tomada de decisões foi de 28%. Por sua vez, o aumento de mulheres na liderança – mas apenas de estabelecimentos agropecuários – aumentou 46%, em Minas Gerais. Em 2006, eram 59,3 mil estabelecimentos agropecuários liderados por elas no estado. Em 2017, eram 86,7 mil.

Miliana acredita que toda empresa tem conquistas quando investe em capacitação e treinamento dos colaboradores – homens ou mulheres. “O gestor que se atenta para isso, tem mais tempo de olhar para o que realmente precisa e não fica apagando fogo de problemas o tempo todo”, descreve, sobre sua atuação, que também vai de encontro com a filosofia de trabalho da Reflorestar.

Fortaleza, sem perder a essência

Miliana Rui define que as mulheres que atuam na área florestal têm “perfil desbravador”. E quando alguém bate o olho em uma mulher que atua nesta área já dizem: “Essa mulher é forte”. “Para eu ser boa na área em que atuo, percebi que precisava ter a capacidade de adaptação com o ambiente. É preciso desenvolver a humildade, sem perder a nossa essência – e cada mulher tem a sua e merece ser respeitada. A área florestal é um grande aprendizado”, avisa a gestora.

Para Miliana, sua profissão não a impede, por exemplo, de ser feminina e de viver esta que é a sua essência pessoal. “Eu me cuido muito. Uso todos os EPIs (equipamento de proteção individual), abuso do protetor solar, minhas unhas estão sempre feitas e levo uma vida fitness”, descreve-se.

Por sua vez, a operadora Raiane Amaral da Silva, afirma com todas as letras: “Eu tenho orgulho de mim!”. Ela faz questão de acrescentar que o filho dela também se orgulha da mãe operadora de máquinas pesadas. “Agradeço a Deus e à equipe da Reflorestar, por ter aberto esta oportunidade para as mulheres. Você que é mulher e quer entrar nesse ramo florestal, lembre-se: tudo é possível”, anuncia.

Lucilene diz que o trabalho na área lhe traz alegrias diárias e recorre a um trecho bíblico para justificar a escolha inusitada que fez ao escolher a carreira de operadora de máquinas: “Sejam fortes e corajosos. Não tenham medo nem fiquem apavorados por causa delas, pois o Deus vai com vocês”. “Vivo assim, colocando uma pedrinha de cada vez na minha bagagem e tendo a oportunidade de contemplar a natureza deixada para nós no trabalho no campo: pode ser uma chuva de estrelas cadentes no céu ou a perfeição de um arco-íris no horizonte”, diz, cheia de gratidão. 

Sobre a Reflorestar

Empresa integrante do Grupo Emília Cordeiro, é especializada em soluções florestais 100% mecanizadas, incluindo silvicultura, colheita, carregamento de madeira e locação de máquinas. Atualmente com operações em Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso do Sul, ela investe em capacitação técnica e comportamental, gestão integrada e confiabilidade dos equipamentos para oferecer as soluções mais adequadas para cada particularidade dos clientes. Fundada em 2004 no Vale do Jequitinhonha (sede em Turmalina, MG), originou-se da paixão pelo cuidado com o solo e o meio ambiente. Em quase 20 anos de atuação, a Reflorestar se consolidou no mercado pela visão inovadora no segmento florestal e pela oferta de serviços de qualidade, atendendo clientes em todo o Brasil. Para mais informações, visite: www.reflorestar.ind.br

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Suzano está com cinco processos seletivos abertos para atender as demandas da sua nova fábrica em Ribas de Rio Pardo (MS)


As inscrições estão abertas para todas as pessoas interessadas, sem distinção de gênero, origem, etnia, deficiência ou orientação sexual, na Plataforma de Oportunidades da empresa

A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir de árvores plantadas de eucalipto, está com cinco processos seletivos abertos para atender suas demandas em Ribas do Rio Pardo (MS) e Campo Grande (MS). As inscrições podem ser feitas por todas as pessoas interessadas, sem distinção de gênero, origem, etnia, deficiência ou orientação sexual, na Plataforma de Oportunidades da empresa (https://suzano.gupy.io/).

Para concorrer à vaga de Bombeiro(a) Civil, pessoas interessadas precisam atender aos seguintes pré-requisitos: ter Ensino Médio e curso de Bombeiro Profissional Civil completos; é desejável Treinamento NR33 para espaço confinado e supervisão de entrada e NR 35 para trabalho em altura. Possuir CNH Categoria “D” e experiência na função de Bombeiro Civil; e, por fim, afinidade com Pacote Office. As inscrições ficam abertas até o dia 31 de março e devem ser feitas pela página: https://suzano.gupy.io/jobs/6419828?jobBoardSource=share_link

Para concorrer à vaga de Técnico(a) Manutenção Florestal II (Silvicultura), os pré-requisitos são: Ensino Técnico completo, e/ou Superior completo; possuir CNH Categoria “B”; é desejável conhecimento nos processos de operação florestal e conhecimento em Pacote Office. As inscrições ficam abertas até o dia 31 de março e devem ser feitas pela página: https://suzano.gupy.io/jobs/6873614?jobBoardSource=share_link

Para concorrer à vaga de Assistente Administrativo II (Torre de Controle), é necessário seguir os seguintes pré-requisitos: ter Ensino Médio completo; conhecimento em Pacote Office e disponibilidade para trabalhar em turno. As inscrições ficam abertas até o dia 31 de março e devem ser feitas pela página: https://suzano.gupy.io/jobs/6892481?jobBoardSource=share_link

Para concorrer à vaga de Analista Logística Florestal PL, o(a) candidato(a) deve seguir os seguintes pré-requisitos: ter Ensino Superior completo; conhecimento intermediário com pacote office; desejável conhecimento com sistema SAP; e conhecimento na área de logística (Pátio de madeira). As inscrições ficam abertas até o dia 02 de abril e devem ser feitas pela página: https://suzano.gupy.io/jobs/6892386?jobBoardSource=share_link

Por fim, ainda há uma vaga para Gerente de Relações Corporativas. Os pré-requisitos são: ter Ensino Superior em Engenharia, Políticas Sociais, Recursos Ambientais ou Administração; possuir Pós-graduação no campo de conhecimento Florestal, Social ou Ambiental; certificação Green Belt; ter Inglês ou Espanhol Avançado; Experiência em gestão de pessoas e em relações governamentais. As inscrições ficam abertas até o dia 08 de abril e devem ser feitas pela página: https://suzano.gupy.io/jobs/6892386?jobBoardSource=share_link

Mais detalhes sobre os processos seletivos, assim como os benefícios oferecidos pela empresa, estão disponíveis na Plataforma de Oportunidades da Suzano (https://suzano.gupy.io/). A Suzano reforça que todos os processos seletivos são gratuitos, sem a cobrança de qualquer valor para garantir a participação, e que as vagas oficiais estão abertas a todas as pessoas interessadas. Na página, candidatos e candidatas também poderão acessar todas as vagas abertas no Estado e em outras unidades da Suzano no País, além de se cadastrar no Banco de Talentos da empresa

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Nossos produtos e soluções estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, abastecem mais de 100 países e incluem celulose; papéis para imprimir e escrever; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis sanitários e produtos absorventes; além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender a demanda global. A inovação e a sustentabilidade orientam nosso propósito de “Renovar a vida a partir da árvore” e nosso trabalho no enfrentamento dos desafios da sociedade e do planeta. Com 100 anos de história, temos ações nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais na página https://www.suzano.com.br/

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Aperam BioEnergia adquire máquinas inéditas no Brasil que mecanizam plantio de florestas renováveis em período de chuvas

Economia de água, mais eficiência e melhores condições de trabalho são os benefícios da tecnologia para a indústria florestal

Com planos de se alinhar cada vez mais à indústria 4.0, a Aperam BioEnergia fechou uma parceria com a sueca Plantma Forestry e seu Dealer Timber Forest para adquirir duas unidades de uma máquina – Plantma-X – capaz de realizar o plantio mecanizado de mudas de eucalipto em suas florestas renováveis, no Vale do Jequitinhonha, durante o período de chuvas. Tal feito permitiu que a Aperam BioEnergia se tornasse a primeira empresa no mundo a desenvolver, testar e utilizar o equipamento em plantios de eucalipto.

O diretor de Operações da Aperam BioEnergia, Edimar de Melo Cardoso, explica que a empresa sempre foi referência no plantio mecanizado de mudas, mas, em 2019, abriu mão dessa vantagem tecnológica por uma questão de sustentabilidade, após decidir concentrar o plantio apenas em períodos chuvosos. A medida eliminou a necessidade de irrigação artificial neste processo, reduzindo a captação de água das represas. 

Nova plantadeira revoluciona indústria florestal ao operar em época de chuva. Aperam/Divulgação.

“Com isso, essa etapa, que era 90% mecanizada, voltou a ser manual, pois não havia máquina capaz de realizar o plantio no período chuvoso. Além disso, a escassez de mão de obra temporária evidenciou a necessidade de inovar, de buscar um equipamento capaz de fazer o serviço também durante o período chuvoso”, diz.

“Nossa expectativa com a Plantma-X é grande e, após testes bem-sucedidos, decidimos incluir o equipamento no nosso parque de máquinas”, acrescenta Geraldo Vitor, gerente executivo da Aperam BioEnergia. A madeira cultivada nas florestas da Aperam BioEnergia é transformada em carvão vegetal e utilizada como energia para a produção do Aço Verde Aperam, na usina siderúrgica de Timóteo (MG).

As máquinas já estão sendo utilizadas neste período chuvoso. Segundo Geraldo Vitor, retomar a mecanização no plantio, que permanecerá concentrado na época das chuvas em função de uma maior sustentabilidade da operação, vai garantir mais regularidade e precisão ao processo, com maior qualidade e padronização das linhas de plantio. 

A plantadeira também melhora substancialmente as condições de trabalho no campo, além de permitir que os colaboradores que hoje se dedicam a essa função manual possam ser capacitados para atuar em atividades de maior valor agregado.

A PlantMax X3 subsola realiza adubação, planta a muda e aplica pré-emergente com produtividade média de até 2.700 mudas por hora, dependendo das condições do terreno. A máquina possui recursos avançados que georreferenciam as mudas, emitindo identificação para cada exemplar, o que torna possível rastrear cada indivíduo no campo. Além disso, explica Rafael Macedo, coordenador de marketing da Timber, a tecnologia embarcada do equipamento permite realizar diagnósticos e ajustes em tempo real da plantadeira de forma remota por especialistas da Timber, o que agiliza a realização de ajustes e atendimento à distância.

Economia de água, otimização do plantio e melhores condições de trabalho no campo. Aperam/Divulgação.

Ele lembra que, atualmente, a silvicultura vive momento único e importante com a implementação eficaz da mecanização no plantio. Atualmente, a oferta de mão de obra para serviços braçais no campo está extremamente reduzida, devido à mudança de cultura e pela própria severidade deste tipo de serviço. Além disso, este movimento da mecanização traz segurança para os profissionais e para operação, conforto, amplia a produtividade e reduz custos.

“A Plantadeira PlantMax X3 é resultado de anos de pesquisa, um grande feito endereçado por profissionais experientes com extensos currículos de realizações na mecanização florestal. Por entenderem cada aspecto do processo e o desafio do plantio mecanizado de mudas, que precisa superar uma série variáveis, a Plantma, empresa com sede na Suécia, foi capaz de entregar uma solução que supera cada ponto de dificuldade da atividade, entregando quatro operações de forma simultânea, com alta produtividade e abastecendo a empresa com informações precisas. O que antes da operação feita por uma máquina era inviável”, afirma Macedo.

Sobre a Aperam South America

Primeira siderúrgica do mundo no segmento de aços planos especiais a obter o balanço carbono neutro nos escopos 1 e 2, a Aperam South América é produtora integrada de aços planos inoxidáveis, elétricos e carbono que atua a partir de uma gestão baseada nos valores liderança, inovação e agilidade. Sua planta industrial, localizada em Timóteo-MG, possui capacidade instalada de 900 mil toneladas de aço líquido por ano.

Desde 2011, integra o Grupo Aperam, segundo maior da Europa, composto de outras cinco plantas industriais na França e na Bélgica, cuja capacidade alcança 2,5 milhões de toneladas de placas de aço por ano. Utiliza 100% de carvão vegetal produzido por sua subsidiária no Vale do Jequitinhonha: a Aperam BioEnergia, que produz e comercializa carvão vegetal, tecnologia, mudas e sementes, a partir de florestas renováveis de eucalipto em Minas Gerais.

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Agricultura de Precisão: mais que uma tecnologia, um investimento no agro brasileiro

*Artigo de Henrique Galvani.

Responsável por mais de um quarto do PIB brasileiro, a agricultura desenvolve um papel fundamental na prosperidade econômica, sendo um segmento tático para a incorporação de ferramentas de alta tecnologia. Com foco no aumento da produtividade no campo, o uso de tais recursos é conhecido como Agricultura de Precisão e, por meio do registro e do processamento de dados georreferenciais do cultivo agrícola, promove uma gestão inteligente baseada em informações precisas do território. 

Realizada por máquinas, dispositivos, aplicativos, drones, satélites e outras tecnologias que proporcionam maior controle da produção, a Agricultura de Precisão viabiliza a identificação das variabilidades espaciais e temporais do cultivo, de modo que o produtor consegue sanar, de forma assertiva, as necessidades da produção e evitar possíveis gargalos, executando um plantio eficiente.

Apesar de ser discutida no Brasil há décadas e de proporcionar benefícios como aumento da produtividade, redução de custos, diminuição dos danos ao meio ambiente e tomada de decisão informada, a Agricultura de Precisão tem enfrentado desafios significativos para expandir no país. Entre os principais, é possível citar falta de padronização dos equipamentos, difícil conectividade à internet em áreas rurais e oposição de quem tem receio de ser substituído pela tecnologia.

Neste aspecto, é crucial ressaltar a necessidade da exterminação de tais obstáculos, visto que os benefícios acarretados pela modernização são inúmeras vezes maiores e a tendência é de que cresça a quantidade de profissionais qualificados para trabalhar com as novas técnicas de gerenciamento do agronegócio. Inclusive, aqui é importante destacarmos que, de acordo com o 2° Censo AgTech Startups Brasil, a Agricultura de Precisão é a terceira área de atuação mais comum entre as agtechs brasileiras e, conforme dados da Distrito em parceria com a Crunchbase, é o tipo de solução que mais recebe investimentos no setor de tecnologias para o agronegócio, tendo captado US$ 109,61 milhões de dólares entre 2022 e 2023.

Dentre diversos cases, podemos destacar três agtechs brasileiras que atuam no segmento de Agricultura de Precisão que foram investidas por gigantes do agro recentemente, sendo elas a BemAgro – líder em tecnologia agrícola que une inteligência artificial (IA) e visão computacional para otimizar dados provenientes de tratores, drones e satélites – que  anunciou no mês passado o sucesso na captação de R$ 10,2 milhões em sua rodada pré-série A; a Velos Ag, que contribui com pequenos e médios produtores no gerenciamento de operações agrícolas, e captou no final do mês passado R$ 1,4 milhão; e a Cromai – agtech que usa inteligência artificial para o controle de plantas daninhas em lavouras – que recebeu um aporte adicional e chegou a R$ 30 milhões em sua captação série A. 

Para além dos números promitentes, é preciso enfatizar que a Agricultura de Precisão é uma metodologia que não melhora apenas a produtividade e a eficiência, mas também promove a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental, conseguindo resultados que a agricultura tradicional sozinha não pode entregar. Aqui, deixo um conselho para aqueles que ainda resistem contra a tecnologia no campo: o agronegócio é um dos pilares da economia nacional, investir no desenvolvimento do setor é investir no Brasil.  

*Formado em Ciências Contábeis pela Universidade Paulista, Henrique Galvani é CEO e sócio-fundador da Arara Seed, primeira plataforma de investimentos coletivos do setor do Agronegócio. Com uma atuação de 10 anos nesse segmento, o executivo tem passagens por empresas como Grupo BLB Brasil e BLB Ventures.

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