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Setor de base florestal reivindica crédito para custeio de manejo sustentável

Custeio de manejo florestal com recursos do Plano Safra é um caminho para Mato Grosso e o Brasil contribuírem com o cumprimento da agenda global de conservação da vegetação nativa, proteção ambiental e mitigação das mudanças climáticas. Para avançar nas tratativas sobre crédito para atividades de desenvolvimento socioeconômico sustentável, o setor de base florestal representado pelo presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem), Ednei Blasius, participou de reunião com o gerente de Soluções da Diretoria de Agronegócios do Banco do Brasil (BB), Guilherme Galvani, na terça-feira (05), no município de Alta Floresta, localizado a 803 quilômetros ao norte de Cuiabá.

“Tivemos uma reunião de alinhamento com a diretoria do Banco do Brasil e com empresários produtores de madeira para discutir a inclusão de linha de crédito de custeio para Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) no Plano Safra”, explica Blasius, observando que a equipe técnica do BB teve a oportunidade de conhecer o potencial e lastro da cadeia produtiva florestal. “A reunião teve esse cunho de obter informações sobre o setor para construir soluções”, resumiu Galvani. Empresário do setor de base florestal, Edwin Brack destacou a iniciativa do Cipem em buscar fortalecer os mecanismos de crédito bancário. “É um trabalho muito importante para cadeia produtiva de base florestal”, defendeu.

Atualmente o financiamento de investimentos em manejo dos recursos florestais está previsto no RenovAgro – antigo Programa ABC – mediante prazo de até dois anos para pagamento nas operações de crédito e taxas de juros em torno de 7% ao ano (a.a.). A linha Renovagro Ambiental é uma das 3 modalidades de crédito que compõem o Programa Renovagro. Além de atividades de manejo florestal, financia a recomposição de reservas legais e áreas de proteção permanentes (APP) das propriedades.

Na vigência do Plano Safra 2023/2024 foram liberados R$ 1 bilhão para produção sustentável por meio da Linha Renovagro. A quantia equivale a 17% do montante total de R$ 5,8 bilhões emprestados para Mato Grosso durante os 5 primeiros meses do atual Plano Safra, informa o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Somente o Banco do Brasil aumentou em 231% o desembolso para investimento na atividade de manejo florestal no Estado, liberando R$ 5,1 milhões no âmbito do Plano Safra 2023/2024, ante R$ 1,5 milhão no mesmo intervalo da edição anterior.

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Fórum aborda controle de emissão de carbono na cadeia florestal

A dinâmica das florestas em relação ao Plano Estadual de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC RS) foi o tema central do 16º Fórum Florestal do RS, que aconteceu nesta quinta-feira, 7 de março, no auditório central da Expodireto Cotrijal 2024.

O Plano ABC RS é um programa da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) dedicado à agricultura de baixa emissão de carbono. Seu objetivo central é promover a adaptação às mudanças climáticas e o controle das emissões de gases de efeito estufa na agropecuária.

O coordenador do Plano ABC RS, Jackson Brilhante, explicou que o objetivo estratégico deste plano é implementar no Rio Grande do Sul uma agropecuária com características de viabilidade econômica, conservacionista e de baixa emissão de carbono.

O plano ABC RS é composto por oito tecnologias que são mitigadoras de emissões de carbono: o sistema de plantio direto de grãos; o plantio direto de hortaliças; florestas plantadas; sistemas de integração; bioinsumos; terminação intensiva; práticas de recuperação de pastagens degradadas e sistemas irrigados.

“Nosso compromisso é, até 2030, ampliar em 1,43 mi/ha as áreas com adoção de Práticas para Recuperação de Pastagens Degradadas (PRPD) e estender em 600 mil hectares a área com adoção de Sistema de Plantio Direto”, disse Brilhante.

Ele também falou sobre o projeto que está sendo desenvolvido pela Seapi, com a utilização de equipamentos para analisar em tempo real a emissão de gases de efeito estufa. “O estudo está sendo realizado em sistemas de erva-mate em pleno sol e sombreado e mostra quanto a cultura sequestrou de carbono por tonelada produzida”, informou.

O diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Claudinei Baldissera, destacou as ações da entidade com foco na agricultura de baixa emissão de carbono. Neste sentido, apontou o papel fundamental das Assistências Técnicas e Extensão Rural (ATERS), que trabalham junto aos produtores na capacitação e orientação técnica, na adoção de tecnologias sustentáveis, no manejo eficiente de resíduos, no manejo sustentável do solo e na integração de políticas públicas.

Melhores práticas na erva-mate

As melhores práticas para o trabalho relacionado a uma agenda climática em cima da cultura de erva-mate e a estruturação de uma calculadora de carbono foram apresentas pelo coordenador dos programas de Erva-Mate e Café da Fundação Solidaridad, Gabriel Dedini.

“Em cima dessa calculadora, a gente vem trabalhando com as melhores práticas, tentando buscar uma máxima performance entre um contexto ambiental e um contexto produtivo de valor econômico, a fim de dar sustentabilidade e viabilidade para a atividade”, pontuou.

Ele ressaltou que a calculadora é uma ferramenta que pode ser acessada de forma gratuita pelos produtores, por meio do site da Embrapa Florestas, e dá suporte para trabalhar junto com o programa ABC.

“Ela ajuda a contabilizar os estoques de carbono e faz uma interface com as práticas de manejo que são adotadas pelo agricultor. Então, a gente consegue fazer uma adequação de melhores práticas, olhando também para esse resultado do sequestro de carbono dentro dos sistemas de produção”, destacou.

O Fórum Florestal é uma promoção da Emater/RS-Ascar, Cotrijal, Embrapa Florestas, Ageflor, Sindimate/RS, Sindimadeira, Programa Gaúcho para a Qualidade e a Valorização da Erva-mate, Ibramate e Apromate.

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Projeto da Suzano financiado pelo BNDES prevê plantio de eucalipto no ES, BA, MS, MA, PA e SP

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta quinta-feira, 7, ter aprovado um financiamento de R$ 2,6 bilhões para o programa florestal bienal da Suzano, empresa fabricante de papel e celulose. Os recursos serão investidos no projeto de plantio de até 435 mil hectares de fazendas de eucalipto nas proximidades das unidades industriais da companhia nos Estados do Espírito Santo, da Bahia, do Mato Grosso do Sul, do Maranhão, do Pará e de São Paulo.

A iniciativa da companhia envolve um investimento total de R$ 3,6 bilhões, segundo o banco de fomento.

O BNDES também aprovou um financiamento de R$ 31 milhões para que a Suzano desenvolva uma nova central de produção de árvores de eucalipto superiores e faça investimentos em uma chamada de inovação aberta, “com estimativa de que sejam apoiados até 14 projetos inovadores relacionados a agroflorestas, remoção de carbono, biomassa de eucalipto e embalagens sustentáveis”.

A operação foi viabilizada pela linha BNDES Mais Inovação.

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ABAF comemora duas décadas de realizações em prol do setor de base florestal e expressa sua gratidão a todos os colaboradores!

Neste dia 9 de março, a ABAF celebra 20 anos de atividades, sempre enfrentando novos desafios, mas também desfrutando de valiosos aprendizados e conquistas significativas, graças ao apoio do Conselho Diretor da ABAF, dos Grupos de Trabalho permanentes e formados sob medida, e à colaboração incansável das empresas associadas e demais parceiros governamentais (federal, estadual e municipal), do Legislativo, do setor empresarial, das instituições ligadas à área florestal e agrícola, das comunidades, dos fornecedores de serviços, produtos e equipamentos, dos produtores rurais, das ONGs, da academia, da imprensa, entre outros.

A cada ano, a influência da ABAF se expande, com representações em mais de 40 conselhos e nos principais fóruns ambientais, econômicos e sociais, em âmbito regional, estadual e nacional. Buscando contribuir e se consolidar como uma referência no setor florestal brasileiro, a ABAF colabora ativamente com outras Associações Estaduais Florestais e com nossa entidade nacional, a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).

Além disso, temos o prazer de participar e/ou apoiar a realização de eventos importantes para o setor e de manter nossos canais de comunicação abertos para a imprensa, garantindo visibilidade em reportagens, artigos e entrevistas em veículos de comunicação relevantes e/ou por meio dos nossos parceiros.

Todas essas iniciativas nos capacitam para defender os interesses da silvicultura e de nossos associados, bem como para atuar de maneira consistente e alinhada, buscando promover o setor, destacando suas potencialidades e contribuições para o desenvolvimento sustentável do país.

Nossa missão é promover o desenvolvimento do setor florestal com base em premissas sustentáveis, tanto do ponto de vista econômico, ambiental e social.

Trabalhamos para estimular o crescimento de mais florestas, empresas, fornecedores, serviços e produtos de forma a atender a demandas dos diversos segmentos que utilizam madeira em seus processos produtivos.

No entanto, estamos sempre abertos à reflexão, ao planejamento e à implementação de novas estratégias. Por isso, reiteramos nosso interesse e compromisso em manter um diálogo constante com todos os nossos parceiros.

Valorizamos sugestões de ações, estudos e iniciativas que possam contribuir para aprimorar nossa representatividade setorial.

Expressamos mais uma vez nossa sincera gratidão a todos que têm colaborado conosco ao longo desses 20 anos!

Cordialmente,

Mariana Lisbôa – Presidente

Wilson Andrade – Diretor Executivo

Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) Março 2024

Informações: Assessoria ABAF.

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Câmara Setorial de Florestas Plantadas do MAPA se reúne sob presidência de Adriana Maugeri

Ocorreu na última quarta-feira (6), em Brasília, mais uma reunião da Câmara Setorial de Florestas Plantadas, órgão ligado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). A reunião foi aberta pela recém-empossada presidente, Adriana Maugeri, que reitorou a satisfação de estar à frente dos trabalhos da Câmara.

A reunião também contou com a participação do presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, e do diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (Abaf), Wilson Andrade.

Como representantes do Mapa na pauta florestal, houve participação da secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Renata Miranda; da diretora do Departamento de Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas, Lizane Ferreira; e da coordenadora-geral de Desenvolvimento Florestal, Jaine Cubas.

Adriana Maugeri elencou alguns posicionamentos estratégicos que nortearão a gestão da Câmara nos próximos dois anos. Segundo ela, é preciso fortalecer o posicionamento do setor florestal dentro do MAPA a fim de estimular uma gestão assertiva em isonomia com as demais culturas agrícolas.

Além disso, a presidente destacou a necessidade de apresentar a agroindústria florestal brasileira como referência governamental nas discussões sobre mitigação dos efeitos climáticos e recuperação ambiental, em equilíbrio com a elevada escala de produção do setor.

“Os benefícios que a agroindústria florestal nacional apresenta são múltiplos. Muito mais que as florestas que são plantadas, o setor traz dignidade e renda para os produtores rurais. Refiro-me a um setor que possui produção em escala e isso é coisa rara em outras culturas agrícolas”, pontuou.

A presidente também enfatizou que a Câmara Setorial deve se portar como uma fornecedora de dados sobre o setor florestal. “Vamos alimentar o MAPA com dados robustos , rastreáveis e confiáveis para que tenhamos uma fortaleza de posicionamentos capazes de combater falsas narrativas sobre a agroindústria florestal”, enfatizou.

Por fim, Adriana Maugeri destacou que o setor só funciona com sinergia de todos os envolvidos nos processos de gestão e produção. Para ela, resultados são alcançados quando há caminhada em conjunto.

Nesse sentido, a presidente fez um apelo para que todos participem de maneira presencial no lançamento do Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas. O evento vai ocorrer no dia 21 de março, em Brasília, com a presença do Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

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 Suzano compartilha em vídeo avanços nas obras da sua nova fábrica em Ribas do Rio Pardo (MS)

Em fevereiro foram destaques o início formação da pilha de biomassa, o primeiro acendimento da Caldeira de Força e o funcionamento total da Estação de Tratamento de Água (ETA)

As obras de construção da nova fábrica de celulose da Suzano, referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto, em Ribas do Rio Pardo (MS), seguem o cronograma com importantes avanços registrados até fevereiro. O andamento das frentes de trabalho pode ser conferido em novo vídeo divulgado pela empresa por meio do link: https://bit.ly/video-avanco-obras.

Neste mês foram destaques o início da picagem de madeira para a formação de pilha de biomassa, os primeiros processos de queima da biomassa e a partida total da Estação de Tratamento de Água (ETA).  Além disso, a Estação de Tratamento de Água da Caldeiras (ETAC) entrou em atividade promovendo o fornecimento de água desmineralizada para as caldeiras. Também está disponível uma lagoa para recebimento de efluentes, parte da estrutura da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE).

É possível verificar ainda os avanços na linha de fibras, os preparativos finais para a operação nas máquinas extratoras de celulose, o desenvolvimento das plantas químicas e de oxigênio, assim como as estruturas quase finalizadas da Casa de Força e a instalação do refratário nos fornos de cal na área de Caustificação/Fornos/Gaseificação. Também foram feitos os testes na Caldeira de Força. 

Projeto Cerrado

Anunciado em maio de 2021 e confirmado pelo Conselho de Administração da Suzano no início de novembro do mesmo ano, o Projeto Cerrado está recebendo investimento total de R$ 22,2 bilhões e, atualmente no pico da obra, está gerando cerca de 10 mil empregos diretos. Prevista para entrar em operação até junho de 2024, a nova fábrica – que será a unidade mais competitiva da Suzano –, vai produzir 2,55 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano, empregando 3 mil pessoas, entre colaboradores próprios e terceiros, nas áreas florestal e industrial, e movimentando toda a cadeia econômica da região.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Nossos produtos e soluções estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, abastecem mais de 100 países e incluem celulose; papéis para imprimir e escrever; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis sanitários e produtos absorventes; além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender a demanda global. A inovação e a sustentabilidade orientam nosso propósito de “Renovar a vida a partir da árvore” e nosso trabalho no enfrentamento dos desafios da sociedade e do planeta. Com 100 anos de história, temos ações nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais na página https://www.suzano.com.br/

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Presidente da Reflore/MS participa de Comitiva Sul-Mato-Grossense em Bruxelas

Grupo discute implicações das novas leis da União Europeia sobre exportações do agronegócio em Bruxelas

Uma delegação representando o estado de Mato Grosso do Sul desembarcou em Bruxelas, na Bélgica, para tratar das implicações das recentes leis da União Europeia (UE) sobre exportações do agronegócio. A comitiva, composta por membros do governo brasileiro e do setor produtivo, concentrou seus esforços em discutir o European Union Deforestation-Free Regulation (EUDR), conhecido como Regulamento para Produtos Livres de Desmatamento, que visa proibir a importação e o comércio de produtos derivados de commodities provenientes de áreas de floresta desmatadas após 31 de dezembro de 2020.

Liderada pelo secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) de Mato Grosso do Sul, e pelo secretário-executivo de Meio Ambiente da Semadesc, Artur Falcette, a comitiva foi composta também por executivos locais do Estado, como o presidente da Reflore/MS, Junior Ramires,que destacou os diferenciais das florestas plantadas do estado e seu papel crucial no setor produtivo brasileiro durante as reuniões em Bruxelas.

Verruck expressou preocupação com o curto prazo estabelecido para a implementação do EUDR, enfatizando a necessidade de estabelecer uma cadeia de custódia e rastreabilidade adequada para as commodities afetadas pela nova legislação. Ele ressaltou que, segundo levantamento feito pela IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores), apenas uma pequena parcela das florestas plantadas brasileiras sofreu desmatamento após 2020, indicando um impacto relativamente baixo no setor. No entanto, a implementação da norma permanece como uma questão crucial em discussão.

Além disso, a comitiva abordou a importância do reconhecimento dos dados gerados no Brasil, particularmente em relação à rastreabilidade, e a preocupação com a segurança dos dados comerciais a serem compartilhados com as autoridades europeias. Verruck enfatizou a necessidade de um sistema de implementação da lei que não gere impactos nem custos adicionais para o setor de floresta e a indústria de base florestal brasileira.

A missão sul-mato-grossense em Bruxelas continuará até 8 de março, buscando garantir que os interesses do estado e do país sejam adequadamente representados e protegidos diante das novas regulamentações da UE sobre o agronegócio.

Informações: Reflore.

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O desafio do fogo em tempos de mudança climática

As condições que dão origem aos incêndios ditos “naturais” estão mudando

Artigo de Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam).

O fogo passou a correr em velocidade mais rápida que o homem pode percorrer. Uma colossal queimada de savana percorreu o estado de Rondônia em fevereiro, enquanto fogo de pradaria devorava a região de Amarillo, no Texas. A região de Valparaíso no Chile sofreu os mesmos efeitos devastadores, com as chamas percorrendo velozmente as encostas litorâneas e atingindo duramente as áreas urbanas.

A mudança climática está imprimindo características desafiadoras aos incêndios potencializados por tempos de extremo calor e seca. O evento ocorrido no Havaí, no ano passado, mostrou o quão devastador e letal podem ser a velocidade e a intensidade dos incêndios em áreas rurais com proximidade de centros urbanos. Assistimos também essa força devastadora no Pantanal, onde grandes áreas com rica biodiversidade foram sacrificadas.

Assim, as condições que dão origem aos incêndios ditos “naturais” estão mudando. Os incêndios do Antropoceno ocorrem com altas temperaturas, secas intensas e ventos fortes.

Cada vez é mais importante tratar os incêndios de forma preventiva. O primeiro passo é não permitir o estopim. É preciso mudar a “cultura do fogo”, com a qual o homem brincou impunemente por séculos. Facilitar “limpeza” com fogo, por exemplo, para plantio da macaxeira em Rondônia, ou das pastagens no Pantanal, se tornou inaceitável. É um elemento perigoso e sem perspectiva segura de controle.

Em Rondônia, durante o mês de fevereiro, foram contabilizados cerca de 2 mil focos de incêndio provocados especialmente pela limpeza de terrenos para facilitar o plantio de soja. Os efeitos foram severos, atingido unidades de conservação e terras indígenas.

Tardiamente, a operação “Verão Seguro” suspendeu o ciclo oficial de queimadas. Wilson Jordão, diretor de Monitoramento e Controle Ambiental da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Meios Hídricos de Rondônia, orientado pelo corpo técnico da instituição, veio à público para dizer que “a partir de agora está proibida a autorização de queima até que haja uma melhora relacionada a esse fenômeno”, referindo-se às condições climáticas de seca. Afirmou ainda que o monitoramento diuturno e campanhas educativas serão intensificadas.

Falar em autorização para queimadas no atual cenário é autorizar fogareiro em paiol de explosivos. A escala dos impactos de incêndios nesse tempo do Antropoceno foi ampliada. Impactos ecossistêmicos e para além de biomas regionais estão se tornando palpáveis. A intensidade torna a poluição dos incêndios mais tóxica e pode provocar efeitos adversos no longo prazo para a saúde pública.

Embora os níveis mais elevados de poluição ocorram perto de um incêndio, alguns poluentes têm longa vida fotoquímica e estão sujeitos a transporte de longo alcance, com impactos trans e intercontinentais, podendo afetar a qualidade do ar a milhares de quilômetros. Foi o que ocorreu recentemente com Nova York, Manaus e São Paulo.

A região de Nova York se viu mergulhada em material particulado, fumaça e fuligem oriundos dos incêndios das florestas do Canadá. Os danos para a saúde pública foram elevados, afetando principalmente crianças e idosos. O mesmo aconteceu em Manaus.

São Paulo já experimentou, em escala acentuada, o fog (nevoeiro denso) proveniente de queimadas na região Amazônica. A célula de Hadley, mecanismo terrestre de transposição atmosférica, funciona em ciclo fechado carregando umidade especialmente entre o Equador para os trópicos de Capricórnio e de Câncer. Beneficia o continente sul-americano com a evapotranspiração da Amazônia garantindo regularidade pluviométrica continental. Com as queimadas, tornou-se também canal para fumaça e poluentes associados.

Felizmente existe tecnologia global para realizar o monitoramento de queimadas e a transposição de suas massas poluentes. Em que pese as chamas estarem consumindo florestas, savanas, planícies e regiões de cerrado, o Monitoramento Global de Incêndios do Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus os identifica como “incêndio florestal”, termo genérico para descrever incêndios ativos em diferentes tipos de vegetação e biomas, detectáveis por satélite.

Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus (CAMS) permite monitorar, além das emissões, sua composição e deslocamento atmosférico, podendo ainda prever a direção em que a fumaça se moverá.

Observando as cartas globais de áreas com maior temperatura e insolação do planeta, vemos que as áreas equatoriais prevalecem. No entanto, nossa época tem sido implacável com as florestas boreais setentrionais. Em agosto de 2023 o monitoramento do Copernicus reportou: “O Hemisfério Norte tem visto uma atividade significativa de incêndios florestais desde o início de maio deste ano, com incêndios recordes generalizados no Canadá e grandes incêndios em todo o leste da Rússia”.

As emissões de carbono dessas imensas queimas não são dimensionadas em inventários de emissões de gases efeito estufa. Os Índices Nacionalmente Determinados (INDCs), levantamento burocrático de emissões realizadas por países dentro dos compromissos do Acordo de Paris, não contemplam emissões por causas naturais, portanto as previsões que sustentam o estado de arte e prognósticos para mudanças climáticas não contam adequadamente com dados extremamente importantes para o cômputo global, em que pese a significância de suas dimensões.

Dois mil e vinte três foi o ano mais quente da história moderna e proporcionou profundo estado de secas ao redor do mundo.

Trocando em miúdos, a situação se reveste de maior gravidade. Às emissões da queima de combustíveis fósseis somam-se as emissões dos incêndios, com causalidade fortemente estruturada no aquecimento global, que por sua vez vê-se agravado em processo de intensa retroalimentação.

A lacuna existente na metodologia utilizada globalmente pelo Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC), subestimando do computo de emissões líquidas nacionais as emissões ditas “naturais”, nos levam a questionar não apenas a atual metodologia utilizada para estabelecer as metas nacionais e globais, mas também o que realmente deveria ser, no Antropoceno, considerado como emissões naturais ou antropocêntricas.

“Se não sabemos o estado das emissões hoje, não sabemos se estamos cortando as emissões de forma significativa e substancial”, disse Rob Jackson, professor da Universidade Stanford e presidente do Global Carbon Project, uma colaboração de centenas de pesquisadores. “A atmosfera, em última análise, é a verdade. A atmosfera é o que nos importa. A concentração de metano e outros gases de efeito estufa na atmosfera é o que está afetando o clima.”

Estamos em tempos em que causas naturais se entrelaçam com alterações humanas, em sinergia evidente. A incidência do El Niño sobre um planeta cada vez mais quente, em função do aquecimento global causado por atividades antrópicas, segue tendência crescente desde o início da era industrial.

Terra, Fogo, Ar e Água, os quatro elementos naturais elencados por Empédocles no século V a.C., estão conectados de forma desafiadora no Antropoceno. Em nosso tempo, chamas impulsionadas por turbilhões de ar devastam cada vez mais a terra seca.

A metodologia de alertas precoces defendida pela ONU para eventos extremos deve ser ampliada para contemplar os incêndios em aspectos preventivos, de detecção e resposta. A “cultura do fogo” se tornou inaceitável e formas sustentáveis de manejo do solo para agricultura devem ser adotadas. De outro lado, a contabilização dos eventos ditos “naturais” deve ser revista para a quantificação correta e dimensionamento para contenção das emissões nacionais e global enquanto gases de efeito estufa (GEE).

Será preciso superar o desafio do fogo.

Informações: Diplomatique.org

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Representantes da Câmara Setorial de Florestas Plantadas apresentam potencial da cadeia produtiva ao ministro Carlos Fávaro

A presidente da Câmara Setorial de Florestas Plantadas, Adriana Maugeri, junto do presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, e do diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (Abaf), Wilson Andrade, se reuniram nesta quarta-feira (6) com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, para apresentar o potencial da cadeia produtiva e ampliar os debates acerca das Florestas Plantadas.

Do ponto de vista econômico e social, o setor tem destacado a possibilidade de contribuir com a recuperação das pastagens degradadas junto da produção, além de também oferecer a inclusão social. “Não são as grandes empresas que dominam os plantios florestais, são pequenos e médios produtores”, explica Maugeri.

Na oportunidade Hartung destacou os dados do setor no Brasil. “Hoje temos no país 1.300.000 proprietários que cultivam madeira e são fornecedores dos diversos arranjos produtivos. Nossa área de plantio é de 9.9 milhões de hectares. Além dessa área de plantio, temos em nossas fazendas 6.6 de área conservada”, disse.

O Brasil lidera como o maior exportador de celulose. Em 2023, a cadeia produtiva exportou 18 milhões de toneladas. Já como produtor, o país ocupa a segunda posição, atrás somente dos Estados Unidos.

“Nós temos falado da importância do Ministério da Agricultura assumir o protagonismo dessa cadeia produtiva tão forte no Brasil. E isso mitiga o principal desafio que temos que é o desmatamento”, pontuou a secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Renata Miranda.

“Acho que é um setor extremamente promissor, que vive um bom momento e que vamos trabalhar juntos. As câmaras setoriais são uma das coisas mais valiosas que temos aqui no Ministério da Agricultura. São pessoas bem capacitadas que se dedicam e trabalham voluntariamente para que a gente possa dar as diretrizes nas políticas públicas”, destacou o ministro Fávaro.

“Que juntos, a gente consiga promover esse setor”, finalizou Maugeri.

O que são florestas plantadas?

Florestas plantadas são áreas reflorestadas por meio de plantio de mudas cultivadas. A prática tem objetivo de recuperar uma área degradada atendendo a um plano de manejo sustentável.

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Programa Suzano de educação beneficia mais de 23 mil estudantes em Mato Grosso do Sul

Iniciativa é realizada em seis municípios do Estado e contempla estudantes e profissionais das redes municipais de ensino

Mais de 23.680 estudantes da rede pública de ensino foram beneficiados, direta e indiretamente, pelo Programa Suzano de Educação em Mato Grosso do Sul no ano passado. A iniciativa da Suzano, referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo do eucalipto, tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento sustentável por meio da melhoria na qualidade do ensino público. No Estado, o PSE é desenvolvido em parceria com as secretarias de Educação dos municípios de Água Clara, Brasilândia, Inocência, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo e Três Lagoas, totalizando mais de 70 escolas impactadas, direta e indiretamente, 200 participantes diretos e cerca de 25 mil pessoas beneficiadas, levando em consideração gestores, educadores e alunos(as).

Entre os compromissos para renovar a vida da Suzano, está o de aumentar em 40% o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) em todos os municípios prioritários para a empresa até 2030. No último ano, o principal foco do PSE foi a articulação, institucionalização e fortalecimento do Arranjo de Desenvolvimento da Educação (ADE GRIFE Costa Leste) do Estado. A iniciativa tem como objetivo contribuir para que a gestão pública seja capaz de focar na melhoria das aprendizagens dos(as) estudantes e no uso dos recursos, ao mesmo tempo em que estrutura um projeto territorial de educação construído com e para as pessoas.

“O Programa Suzano de Educação investe no aperfeiçoamento da qualidade do ensino público, por meio da qualificação profissional dos(as) educadores e da participação social em prol da melhoria da qualidade da educação das nossas crianças e adolescentes. A Suzano acredita que toda transformação social começa pela educação. Este tema nos é tão importante que faz parte dos compromissos públicos assumidos pela empresa. Na companhia, seguimos um direcionador que diz que ‘só bom para nós se for bom para o mundo’ e acreditamos que um ensino de qualidade é fundamental para a construção de uma sociedade menos desigual. Os resultados obtidos em 2023, com a parceria estabelecida com os municípios participantes, mostram que estamos no caminho certo”, ressalta Giordano Automare, Gerente Executivo de Sustentabilidade da Suzano.

Além do Arranjo de Desenvolvimento da Educação, o programa trabalhou ainda o fortalecimento da Rede de Proteção dos Direitos da Criança e do Adolescente, que resultou na entrega de um Guia Orientador de identificação da violação dos direitos de crianças e adolescentes; a Construção da política da primeira infância; o fortalecimento dos espaços de participação na Escola para efetivação da Gestão Democrática; e o programa de incentivo à leitura “A porta para o conhecimento”.

Particularidades

Uma das estratégias do Programa Suzano de Educação é a atuação em Arranjos de Desenvolvimento da Educação (ADE), que têm como base a cooperação intermunicipal, fortalecendo lideranças de municípios próximos e com características sociais semelhantes. O objetivo é que os participantes criem soluções de acordo com os desafios educacionais enfrentados.

Segundo Nizael Flores de Almeida, secretário de Educação de Ribas do Rio Pardo, o PSE avançou de forma significativa em 2023. “Especialmente na articulação e fortalecimento do território da Costa Leste, por meio do ADE Grife Costa Leste. Já no acompanhamento formativo com gestores escolares o PSE trabalhou de forma adaptada a realidade do município, priorizando o trabalho em território, conforme a organização da rede municipal de ensino, com o TEAR – Território Educativos de Apoio de Ribas. São ações que impactam e contribuem para o avanço da educação pública”, declara.

Em Três Lagoas, Angela Brito, secretária municipal de Educação e Cultura (SEMEC), destacou a gestão democrática da educação como um dos pontos fortes do programa. “A parceria com a Suzano contribuiu significativamente na ação de reestruturação dos Projetos Políticos Pedagógicos – PPP, processo que vem fortalecendo a Gestão Democrática nas Unidades de Ensino. Além disso, em 2024, a parceria continuará com o trabalho junto aos nossos gestores que versará acerca do clima escolar como desencadeador da aprendizagem dos estudantes. Com certeza será mais uma ação exitosa”, projeta.

O Programa Suzano de Educação é uma das iniciativas pela qual a companhia reafirma o seu compromisso em contribuir para a diminuição das desigualdades educacionais nos territórios, assegurando a trajetória escolar regular e a ampliação das aprendizagens dos(as) estudantes, com maior participação e engajamento de famílias e comunidades.

Secretário de Educação Nizael em ação com diretores e coordenadores em Ribas do Rio Pardo.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Nossos produtos e soluções estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, abastecem mais de 100 países e incluem celulose; papéis para imprimir e escrever; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis sanitários e produtos absorventes; além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender a demanda global. A inovação e a sustentabilidade orientam nosso propósito de “Renovar a vida a partir da árvore” e nosso trabalho no enfrentamento dos desafios da sociedade e do planeta. Com 100 anos de história, temos ações nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais na página www.suzano.com.br

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