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Presidente da indústria finlandesa de serrarias: “Haverá uma grande escassez de madeira no mundo”

Matti Kylävainio, presidente da Sahateollisuus ry (Associação Finlandesa de Serrarias), prevê que ainda haverá uma grave escassez de madeira no mundo. Ele justifica sua visão com o fato de que as maiores reservas de coníferas do mundo estão na Rússia. Agora, o país está fechado do mercado mundial, com exceção da China e dos países da Ásia Central.

“Quando a economia global decola, simplesmente não há fontes alternativas de abastecimento. Houve incêndios florestais maciços no Canadá, as florestas na Europa Central foram cortadas por meia década devido a uma epidemia crônica de besouros da casca.”

Na Finlândia, por outro lado, o fornecimento de matérias-primas está garantido para a indústria moderna, o que, segundo Kylävainio, significa uma era de ouro tanto para a indústria de serrarias quanto para os proprietários florestais. A sensação de Kylävainio é que este ano será baixo no segmento de madeira serrada, mas a alta pode começar nos próximos dois anos e os tempos dourados podem vir na virada da década.

Outro caminho futuro é o fim da guerra na Ucrânia e o início da reconstrução. “É concreto, aço e asfalto. Infelizmente, a madeira é um material auxiliar, mas é claro que a reconstrução também leva a um aumento no seu consumo.”

Se a Rússia for aceita de volta à comunidade internacional, a cadeia de produção do país, corroída pelas sanções, deve ser reconstruída do toco à madeira serrada.

Kylävainio falou esta semana em Helsinki na conferência “Wood from Finland” organizada por Sahateollisuus ry. O evento reuniu cerca de 500 participantes de 34 países.

Informações: Global Wood Markets Info / Linkedin Sierra Consultoria.

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Paper Excellence acusa Incra-MS de vazamento e vícios em processo que levou órgão a se opor à compra da Eldorado

Em uma petição enviada ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) no Mato Grosso do Sul, a Paper Excellence acusa o órgão de vazamento de documentos restritos, além de outros vícios administrativos no processo que culminou em uma resolução contrária à aquisição, pela multinacional, do controle da Eldorado Celulose.

Na semana passada, a superintendência regional do Incra no MS negou recurso da Paper no processo, confirmando nota técnica do final do ano passado recomendando que o acordo fosse desfeito. No entendimento do órgão, como a transação envolve compra ou arrendamento de terra por empresa controlada por capital estrangeiro, deveria ter havido uma consulta prévia ao Congresso Nacional.

No entanto, a negativa do recurso da Paper Excellence vazou para a imprensa antes que o texto fosse juntado ao processo e a própria empresa ter tomado conhecimento do mesmo.

A Nota Técnica do Incra foi usada pela J&F, controladora da Eldorado, como justificativa para tentar desfazer o negócio selado em 2017. A empresa chegou a enviar uma notifcação à Paper, mas o distrato não foi selado.

Na petição enviada ao Incra no dia 26, a Paper apresenta uma ata notarial com imagens capturadas do sistema do Incra em diferentes dias e horas e que comprovam que o documento só entrou no sistema dias após o seu vazamento para a imprensa.

A Paper já havia denunciado o vazamento, logo após ter sido procurada pela Folha de S. Paulo para comentar a decisão da qual não tinha tido acesso, mas o Incra-MS respondeu que o processo administrativo seguiu os trâmites legais, que a empresa não apresentou provas do vazamento e que estava “deturpando a transparência e, consequentemente, a publicidade que sempre caracterizou as decisões colegiadas da Superintendência Regional”.

Na petição, a Paper pede novamente que o processo seja encaminhado à presidência do Incra, instância hierárquica superior, como prevê o rito nos órgãos públicos, para apreciação do recurso administrativo e apuração sobre o eventual vazamento de documentos.

A empresa também diz na petição que “tomará medidas para responsabilizar civil e criminalmente os responsáveis pelo vazamento”.

A Paper, que detém 49% da empresa de celulose, comprou os 51% restantes da J&F — mas os irmãos Joesley e Wesley Batista desistiram de vender pelo preço acordado, e desde então as partes estão brigando na Justiça.

A J&F não reconheceu uma decisão da câmara de arbitragem que deu ganho de causa à Paper Excellence. E tenta recorrer na Justiça da decisão que confirmou a decisão arbitral. No mês passado, a empresa conseguiu uma liminar no STJ suspendendo o julgamento que iria confirmar ou não a decisão em primeira instância que entendeu que a decisão arbitral era procedente.

Em nota enviada à coluna, o Incra-MS nega as acusações e diz que elas “carecem de fundamento legal”.

A Superintendência Regional do Incra em Mato Grosso do Sul esclarece que as alegações da empresa Paper Excellence veiculadas por alguns veículos de imprensa acerca do assunto em questão carecem de fundamento legal. No sentido de restabelecer a legalidade das ações da autarquia informamos que:

1 – A Ata da reunião do Comitê de Decisão Regional (CDR) realizada em 21/02/2024 foi anexada aos processos administrativos 54000.023718/2024-89 e 54000.023868/2024-92 na mesma data, respectivamente às 14h28 e às 18h47. Após a publicação da resolução do CDR no Diário Oficial da União, o referido documento foi também incluído no processo 54000.020133/2023-26. O acesso aos processos administrativos está disponível por meio do Sistema Eletrônico de Informações (SEI) para todos os cidadãos interessados, garantindo, assim, a transparência administrativa e o cumprimento integral dos protocolos da instituição;

2 – Reiteramos que todas as decisões do Incra são fundamentadas na legislação vigente no país e contam com respaldo jurídico da Procuradoria Federal Especializada, órgão da Advocacia-Geral da União (AGU) vinculado à autarquia, além de Notas Técnicas elaboradas por servidores de carreira do próprio Incra. Ressaltamos, ainda, que as normativas da autarquia preveem recursos para contestações em procedimentos administrativos.

3 – Desta maneira, não é plausível a tentativa de lançar dúvidas sobre a conduta ética e legal do superintendente do Incra em Mato Grosso do Sul, profissional técnico da área, visto estarem sendo cumpridos os preceitos legais e observada a garantia do contraditório.

Informações: O Globo.

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Israelense ICL adquire empresa paranaense de insumos biológicos

Negócio com a Nitro 1000, de Cascavel, foi fechado por US$ 30 milhões

A israelense ICL, que atua no segmento de insumos para agricultura e pecuária, informou nesta quarta-feira que adquiriu a paranaense Nitro 1000, com sede no município de Cascavel e foco em produtos biológicos. O negócio foi fechado por US$ 30 milhões e fortalece os planos da ICL de construir uma plataforma relevante de biológicos no Brasil, que já é responsável por 20% do faturamento da multinacional (US$ 7,5 bilhões em 2023).

“A estrutura da Nitro 1000, aliada aos nossos recursos de P&D, permitirá o avanço no segmento de biológicos e nos posicionará como a empresa de tecnologia com o portfólio mais amplo do Brasil, permitindo o atendimento às diversas demandas dos produtores”, afirma Ithamar Prada, vice-presidente de Marketing & Inovação da ICL, em nota. O mercado de insumos agrícolas biológicos movimentou mais de R$ 4 bilhões no país no ano passado, segundo a CropLife, entidade que representa companhias do ramo.

Fábrica da Nitro 1000 em Cascavel (foto: Divulgação)

A Nitro 1000 é especializada na fabricação de inoculantes, produtos com micro-organismos que favorecem o crescimento das plantas, e tem capacidade para fabricar 4,5 milhões de litros por ano. Iris Guindani, um de seus fundadores, permanecerá à frente da companhia. Os inoculantes da Nitro 1000, que podem substituir ou otimizar o uso de fertilizantes, serão direcionados sobretudo a lavouras de soja, milho e cana.

Informações: InfoMoney.

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Mercado de capitais chega as florestas de eucalipto por marketplace

Esta semana, a ForesToken e a GCS Capital apresentaram ao mercado uma novidade que vai colocar produtores e investidores frente a frente, para negociar a produção, sem intermediários. A partir do marketplace ForesToken- primeira iniciativa do gênero no mundo, segundo a empresa – lançado no endereço www.forestoken.com.br, os produtores de eucalipto poderão cadastrar as suas produções e negociá-la com investidores individuais e um fundo de investimento estruturado, com gestão da GCS.

A tecnologia chegou ao agronegócio brasileiro há anos, o mesmo não aconteceu com a produção florestal. “É preciso aguardar de 5 a 7 anos para um eucalipto estar pronto para abastecer a indústria de papel e celulose. E esse tempo promove uma série de desafios financeiros para pequenos e médios produtores”, cita a ForesToken.

Segundo a gestora de recursos, o tempo para que essa produção gere os resultados financeiros muitas vezes inviabiliza a tomada de crédito para os produtores que acabam se sujeitando às condições impostas pelos grandes players. Hoje em dia, de acordo com Grupo Index, que há 50 anos atua no setor, a demanda nacional gira aproximadamente entre12a 15 milhões de hectares e a estrutura existente atende apenas 10 milhões. E essa diferença está longe de ser atendida pelo êxodo de produtores para mercados menos rentáveis.

A ForesToken nasce como um braço do Grupo Index e junto com a GCS Capital, uma das gestoras de investimentos brasileiras referências no setor agro wealth management, para levar ao mercado uma conexão direta com investidores interessados no ativo florestal. Conforme o Relatório Anual 2023 da Indústria Brasileira de Árvores, em 2022, o setor atingiu 1,3% do PIB Brasileiro, ou seja, R$107,2 bilhões.

Segundo o CEO da ForesToken, Rodrigo de Almeida, “essa ferramenta será um impulsionador para o mercado florestal sair de um crescimento anual insignificante, como o ocorrido no último ano-chegando a 0,3% de avanço”. O executivo cita algumas carências desse setor que serão supridas com a novidade: a insegurança no fornecimento de matéria-prima, falta de liquidez, ausência de mercado futuro, transações florestais custosas e burocráticas, entre outras.

O executivo ainda comenta o êxodo que se propaga nesse setor. “Muitos pequenos e médios produtores por conta das dificuldades enfrentadas vem abrindo mão da produção florestal e migrando para pecuária, por exemplo, que trabalha com rentabilidade inferior, por conta da liquidez do setor. Para um mercado promissor, precisamos oferecer condições mais sustentáveis para os produtores”, diz.

O CEO da GCS Capital, Charluan Gamballe, que é um dos parceiros da iniciativa e tem ampla experiência no setor agro destaca que “essa novidade será muito bem recebida pelo mercado e com isso as duas pontas ganham. Além disso, para que as empresas estejam dentro do ecossistema, todas passarão por uma auditoria, exatamente para garantir a segurança das transações, sem contar a transparência que vai estar embarcada nas negociações, já que a ferramenta terá apoio da tecnologia blockchain”.

Sobre a ForesToken

Primeiro e único marketPlace de florestas plantadas do mundo. Um ecossistema que tem o propósito de democratizar o investimento florestal e proporcionar melhores condições de produção para o pequeno e médio produtor florestal, além de trazer mais segurança no fornecimento para indústria e aumentar a liquidez das florestas brasileiras. A ForesToken Digital Assets S/A é uma startup que nasce por iniciativa de seu Founder, Rodrigo de Almeida, o qual foi o idealizador e gestor do Grupo Index, um conjunto de empresas que há mais de 50 anos desenvolve soluções estratégicas e sustentáveis a seus mais de 700 clientes do setor agroflorestal brasileiro. Com o intuito de aproveitar as inovações e novas formas de transações financeiras possibilitadas pela tecnologia blockchain, a nossa startup tem como propósito revolucionar o mercado florestal, tokenizando florestas plantadas e desburocratizando as negociações em um ambiente seguro e controlado, para assim combater as maiores dores do setor florestal.

Sobre a GCS Capital

GCS Capital é uma gestora de recursos autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com certificações na Anbi,a (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e signatária do PRI (Principles for Responsibl Investment), Iniciativa Financeira do Programa da ONU para o Meio-Ambiente (UNEP Fl)e Pacto Global da ONU. É registrada perante a CVM na categoria Gestor de Recursos e Distribuidor de Fundos Próprios de Investimento, é a empresa responsável pela idealização e estruturação do Complexo Turístico Mirante da Santa.

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Veracel Celulose, com operações no Sul da Bahia, atinge novo recorde de redução no uso de água

A Veracel, indústria de celulose com operações no Sul da Bahia, alcançou, em 2023, o menor índice médio anual de uso específico de água da história de suas operações: 20,2 metros cúbicos por tonelada de celulose produzida (m³/tsa). Esse resultado vem sendo melhorado ao longo de sete anos e representa uma redução total de quase 20% no uso de água na produção da empresa nesse período, colocando-a como uma das melhores do mundo quanto à economia do recurso em sua produção.

A redução significa que, com inovações e melhorias nos processos da fábrica, a companhia deixou de usar, por ano, mais de 6 bilhões de litros de água do Rio Jequitinhonha, nos últimos sete anos. Vale destacar que, no processo de fabricação de celulose da Veracel, mais de 99% da água captada do Rio Jequitinhonha é devolvida ao meio ambiente. 

“São pouquíssimas as empresas no mundo que trabalham com patamares de uso de água como os da Veracel. Por isso, é com grande satisfação que alcançamos esse marco, fruto de anos dedicados a uma busca constante por oportunidades que visam não apenas minimizar o uso dos recursos hídricos, mas também garantir que esses recursos estejam sendo utilizado com responsabilidade em todos os nossos processos”, ressalta Tarciso Matos, coordenador de Meio Ambiente na Veracel.

Para atingir esses resultados, desde 2017 a companhia realiza estudos e implementação constantes de melhorias. Na época, o uso de água era de 25,2 m³/tsa. Em 2018, as ações começaram a ser executadas, com a meta inicial de reduzir 10% do uso de água até 2022, o que a companhia conseguiu atingir um ano antes. Em 2023, sete anos depois do início do mapeamento, a empresa fechou o ano com uma redução de 20% no uso do recurso.

Para 2024, a expectativa é conseguir chegar a 19 m³/tsa e, nos próximos quatro anos, reduzir esse nível ainda mais, até 18 m³/tsa. Isso significaria uma redução de 30% desde 2017. Ainda assim, segundo Matos, a expectativa é de que, novamente, esse patamar seja atingido antes.

Algumas das últimas ações implementadas para alcançar esses números foram os investimentos em novas tubulações e válvulas para aumentar o reuso da água em alguns processos. Anteriormente, haviam sido realizadas a automação do controle de nível de tanques, a instalação de novos alarmes nos painéis de controle e a implementação de ferramentas de gestão online para aprimorar o monitoramento e o controle do uso de água pelos operadores.

“Além de ser um esforço conectado com nosso pilar de sustentabilidade, a redução no uso de água resulta em ganhos significativos de competitividade. Por exemplo: a diminuição na demanda hídrica implica na redução do uso de vários produtos químicos utilizados no tratamento de água, o que gera diminuição de custos no processo. Além disso, usar menos água reduz a utilização do sistema que bombeia o recurso para a fábrica, o que economiza energia elétrica e nos permite exportar mais para a rede”, complementa o executivo, referindo-se ao processo de produção de energia limpa da companhia. Esse mecanismo atende 100% da produção da Veracel, e a companhia ainda vende seu excedente, o que gera mais uma fonte de receita para a empresa.

Sobre a água que é utilizada, Matos explica que a companhia tem, como regra, desde o início de suas operações na fábrica em Eunápolis (BA), em 2005, a devolução da água utilizada e tratada pela empresa 800 metros antes do ponto de sua captação. “Isso mostra o quanto confiamos na qualidade do efluente que devolvemos ao Rio Jequitinhonha, outro diferencial da empresa, uma vez que poucas companhias no mundo têm esse conceito”, finaliza Matos.

Para mais informações sobre as atividades ambientais da Veracel, visite o site da companhia.

Sobre a Veracel

A Veracel Celulose é uma empresa de bioeconomia brasileira que integra operações florestais, industriais e de logística, que resultam em uma produção anual média de 1,1 milhão de toneladas de celulose, gerando mais de 3,2 mil empregos próprios e de terceiros, na região da Costa do Descobrimento, sul da Bahia e no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Além da geração de empregos, renda e tributos, a Veracel é protagonista em iniciativas socioambientais no território. A consultoria Great Place to Work (GPTW) validou a Veracel como uma das melhores empresas para trabalhar do Brasil pelo 6º ano consecutivo.

Além dos mais de 100 mil hectares de área protegida ambientalmente, é guardiã da maior Reserva Particular do Patrimônio Natural de Mata Atlântica do Nordeste brasileiro.

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Setor florestal pode liderar crédito de carbono ‘baseado na natureza’ — será que consegue?

Rabobank aponta que indefinição sobre leis, desconfiança sobre qualidade dos créditos e processos longos de certificação são obstáculos para geração de crédito, cujo potencial é de US$ 50 bilhões até 2030

Antes de realmente ganhar tração, o mercado voluntário de crédito de carbono precisa ultrapassar um obstáculo crucial: ofertar créditos robustos e confiáveis—algo que ainda é limitado e tem deixado os compradores em dúvida. É esta credibilidade que o setor florestal precisa mostrar para liderar esta nova economia no Brasil.

“Metodologias rigorosas e em evolução, legislação incipiente a nível nacional e internacional, além da capacidade limitada de acreditação e certificação de créditos de terceiros respeitáveis são apenas alguns dos obstáculos que o setor precisa enfrentar”, afirma Andrés Padilla, analista de Celulose do Rabobank Brasil, em estudo divulgado nesta quarta-feira, 13.

Para que a estruturação dos créditos tenha aval das certificadoras e possam ser comercializados de forma transparente, um caminho para o Brasil é apostar no critério de ‘soluções baseadas na natureza’ ( nature-based solutions ou NBS, em inglês). De acordo com estimativas da McKinsey, ademanda potencial por créditos advindos do NBS pode chegar a US$ 50 bilhões até 2030.

O Brasil poderia participar com aproximadamente 15% dos créditos, mas para isso precisa— junto com o mundo —driblar as adversidades que vêm se mostrando mais evidentes.

“Chegar nesse patamar de US$ 50 bi será bastante desafiador considerando as condições do mercado hoje: oferta limitada de créditos robustos e certificados, indefinição sobre legislação na maioria dos países, o que atrasa investimentos, confiança menor dos compradores por problemas recentes com a qualidade dos créditos e processos longos de certificação com custos elevados”, afirma Padilla à EXAME.

Quem planta, colhe

Florestas plantadas, dedicadas a segmentos como papel e celulose, “têm o potencial para se tornar ator relevante no mercado voluntário de crédito de carbono como emissores de créditos NBS nos próximos anos”. No Brasil, diferentes formatos de atuação do setor florestal podem contribuir para a credibilidade tão procurada pelos compradores.

De acordo com dados da Forest Trends, organização sem fins lucrativos que rastreia transações de crédito de carbono, as transações de crédito de carbono florestais atingiram US$ 1,3 bilhão em 2021, em comparação com apenas US$ 67 milhões em 2016, e são a maior parcela do mercado voluntário de crédito de carbono.

“Em parte, por isso consideramos que o setor formal de Papel e Celulose poderia se tornar um player relevante nesse mercado, considerando o conhecimento que eles têm no manejo florestal e também pela reputação e solidez institucional das empresas no setor”, diz o analista do Rabobank.

A conversão de terras degradadas para o plantio de árvores comerciais, projetos agroflorestais e integração entre pecuária e floresta são alguns dos formatos de atividade que o setor pode desenvolver, a fim de atender às métricas de NBS e ao mesmo tempo fornecer serviços ecossistêmicos ao ambiente.

Outros projetos que podem produzir resultados significativos em florestas comerciais são fazendas de duplo propósito que podem incluir gado e florestas plantadas comerciais de baixa densidade, por exemplo.

Essas estimativas colocam o Brasil e a Indonésia como os dois maiores locais possíveis para projetos NBS, dadas as florestas existentes e a disponibilidade de terras para conversão em projetos.

Informações: Exame.

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Árvores no pasto são modelo ideal para a pecuária, comprova Embrapa

Os resultados destacaram a influência significativa da tecnologia, a ILPF, na melhoria das condições de vida dos animais, impactando áreas específicas além do conforto térmico, como a eficiência reprodutiva dos bovinos

Um estudo realizado pela Embrapa Pecuária Sudeste, localizada em São Paulo, dedicou-se à análise do bem-estar dos animais sob uma perspectiva abrangente, focando especificamente nos benefícios do conforto térmico oferecido pelos sistemas integrados de Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). A pesquisa abrangeu uma ampla gama de aspectos, desde a dinâmica do sistema de produção até a observação das reações ao nível celular em bovinos de corte em regime de pasto. Os resultados destacaram a influência significativa da tecnologia na melhoria das condições de vida dos animais, impactando áreas específicas além do conforto térmico, como a eficiência reprodutiva dos bovinos.

O primeiro parâmetro foi o ambiental (microclima), o segundo, observação dos animais e as respostas comportamentais e, por último, a coleta do material biológico e as análises laboratoriais. “Fomos do nível macro, utilizando sobrevoos de avião com câmeras termais, passando pelo sensoriamento proximal dos animais, até chegar à microscopia. Três abordagens bem diferentes, mas que se correlacionam, e com tecnologias inovadoras”, explicou o pesquisador Alexandre Rossetto Garcia, coordenador do estudo realizado pela Instituição, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Esses resultados apontam que o plantio de árvores em áreas de pastagens tropicais mostrou-se benéfico para um microclima mais favorável à criação de bovinos de corte, influenciando o conforto térmico, expressão do comportamento natural e as condições fisiológicas.

Os dados obtidos no estudo são essenciais para incentivar o pecuarista a implementar na propriedade ações focadas em boas práticas. “O conforto térmico é um componente essencial do bem-estar e que afeta o desempenho de bovinos de corte. Essa informação deve ser considerada quando se utiliza um sistema de produção baseado em pastagens tropicais. Nesses modelos, os animais ficam mais expostos às condições ambientais e podem sofrer com o acúmulo excessivo de calor, principalmente em pastagens sem o componente arbóreo. Assim, é importante saber como os fatores bioclimáticos influenciam a manutenção da temperatura corporal interna e o comportamento, a fim de permitir ajustes no manejo do rebanho e do ambiente de produção”, destaca Garcia.

O estresse térmico prejudica a homeostase (capacidade dos organismos de manterem seu meio interno estável), levando a distúrbios nutricionais e metabólicos, reduzindo a taxa de crescimento e o ganho de peso. Segundo o pesquisador, o calor é capaz de tirar o gado de sua zona de conforto de temperatura, levando ao estresse térmico, comprometendo a reprodução e reduzindo a fertilidade, além de diminuir a eficiência dos sistemas de produção. Eventos climáticos extremos também podem ocasionar efeitos adversos na condição imunológica dos bovinos, tornando-os mais susceptíveis a doenças.

Um dado importante da pesquisa refere-se à evolução de peso e à frequência de consumo de água. As médias iniciais e finais de peso vivo dos animais criados em sistemas sombreados e em sistemas a pleno sol foram semelhantes e a produtividade por animal não teve diferença. Já em relação à água, os animais no ILPF reduziram a frequência de idas ao bebedouro.

A preocupação dos produtores é saber se na pastagem sombreada o boi ganha mais ou menos peso. A oferta de pasto é um pouco reduzida na área com árvores. No entanto, a qualidade da forragem produzida é melhor, com maior teor de proteína bruta. Assim, tanto o rebanho a pleno sol, como o do ILPF chegam ao final do ciclo de engorda com peso igual. “O fato de o peso ser semelhante e trabalhar com um sistema que traz outras vantagens do ponto de vista ambiental já agrega muito valor à iniciativa de arborizar as pastagens. Deve-se olhar do ponto de vista sistêmico, considerar o desempenho animal e os benefícios da presença das árvores, que aumenta a biodiversidade, a matéria orgânica no solo, reduz a temperatura, traz bem-estar animal e favorece o balanço de carbono na produção dos bovinos”, considera Garcia.

Experimento

Realizada na Fazenda Canchim, sede da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), a pesquisa a campo teve duração de 13 meses, compreendendo um ciclo completo e percorrendo todas as estações climáticas, entre o verão de um ano até o verão do ano seguinte. O projeto foi executado em parceria com instituições de pesquisa do Brasil: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Universidade Federal Fluminense (UFF), e do exterior: Università di Bologna (Unibo) e Università degli Studi di Milano (Unimi). Envolveu pesquisadores, alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado.

Para o experimento, foram avaliados 64 machos das raças Nelore e Canchim, com 24 meses e peso médio de 412 kg no início da investigação científica. Os animais foram divididos em dois sistemas diferentes. Um de pastagem a pleno sol (foto abaixo), com 12 hectares de capim Urochloa brizantha (cultivar Piatã) e poucas árvores, que ofertava entre 3% e 4% de sombreamento natural, índice similar ao adotado na maioria dos sistemas de produção a pasto no Brasil. O outro sistema de produção era do tipo Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), também com 12 hectares de Piatã, arborizado com eucaliptos. Em cada sistema foram mantidos animais Nelore e Canchim, que tiveram acesso irrestrito à água e à mistura mineral, e receberam o mesmo manejo sanitário.

O estudo ainda analisou a consistência da termografia infravermelha utilizando veículos aéreos tripulados, associada a registros feitos em estações meteorológicas nas duas áreas observadas. Garcia revela que a técnica de termografia embarcada em aviões é uma estratégia de monitoramento inovadora para “enxergar” a mudança térmica e o benefício do uso de árvores nas pastagens. Essa tecnologia é usada na Europa e na América do Norte para cobrir extensas áreas de plantações de trigo e milho. No entanto, para pastagens é novidade.

A termografia infravermelha permitiu a identificação e o dimensionamento de ilhas de calor nas pastagens convencionais e de zonas de conforto para o gado nas pastagens arborizadas. A ferramenta mostrou-se promissora em avaliações microclimáticas na pecuária, para apoiar os pecuaristas na tomada de decisões e melhorar o bem-estar dos animais a pasto.

Avaliação comportamental

O comportamento de cada animal foi avaliado por meio de método observacional e de monitoramento eletrônico contínuo (foto acima), baseado nos registros de movimento feitos, respectivamente, por visualização e pelo uso de acelerômetros acoplados a colares.

As observações visuais e diretas eram registradas instantaneamente a cada cinco minutos, por uma equipe de observadores treinados. As coletas de dados foram realizadas em dias típicos de cada estação climática, sem interrupção durante o dia, das 8 às 16 horas. Os dados foram computados individualmente, com os animais marcados numericamente com tinta atóxica para permitir a identificação visual a distância, sem interferências.

A avaliação do comportamento considerou as atitudes de pastejo, ruminação, repouso, frequência de ingestão de água e de mistura mineral. Para os animais no ILPF, também foram analisados os tempos de permanência ao sol e à sombra. 

Resultados

A principal conclusão em cada uma das dimensões foi que os sistemas com árvores melhoram o microclima e o conforto térmico e, com isso, trazem bem-estar animal, comportamentos adequados e ainda ganhos fisiológicos.

Os resultados observacionais mostraram que os animais criados em pastagens com pouca sombra pastejaram mais pela manhã do que os mantidos em ILPF, principalmente nas estações mais quentes. Ainda permaneceram mais tempo deitados, ruminando ou repousando. Os animais do grupo ILPF preferiram permanecer nas áreas sombreadas; além disso, visitaram menos o bebedouro.

Os bovinos costumam dividir seus dias em períodos alternados de pastejo, ruminação e descanso. Os animais a pleno sol pastejaram por mais tempo pela manhã que os mantidos no ILPF, principalmente nas estações mais quentes, sem mudanças significativas no tempo de pastejo à tarde. “Isso ocorreu porque os indivíduos, buscando se preservar, aproveitaram para pastejar nos momentos de temperaturas mais amenas e com menor radiação solar, ou seja, em condições mais favoráveis ao conforto térmico”, explica Garcia.

De acordo com ele, altas temperaturas do ar, umidade relativa e radiação solar podem afetar negativamente o comportamento dos bovinos quanto ao tempo dedicado ao descanso e ao pastejo. “O comportamento pode ser utilizado para analisar as respostas dos animais às condições ambientais nos sistemas de produção. A condição de estresse calórico, ao longo do tempo, constitui um problema crônico que afeta a saúde e o desempenho. Essas informações relacionadas ao comportamento podem ser usadas para melhorar as decisões de gerenciamento e maximizar a eficiência, a produtividade e o bem-estar animal na fazenda”, afirma o coordenador da pesquisa.

O número de visitas ao bebedouro e ao cocho com mistura mineral foi sempre menor para os animais mantidos em áreas com sombreamento natural. Os dados demonstraram que o uso do componente arbóreo teve o efeito “poupa água”. De tarde, os machos de corte reduziram em 26% a frequência de ida ao bebedouro. Esse resultado está de acordo com os 23% de redução de frequência ao bebedouro para vacas de corte mantidas em sistema integrado previstos em um estudo publicado em 2019 pela própria Embrapa. Em curto, médio e longo prazo, essa redução na frequência ajuda a racionalizar o uso dos recursos hídricos na pecuária e colabora para uma produção mais sustentável. O Brasil tem um rebanho de 234 milhões de bovinos, segundo dados de 2023 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Isso é extremamente importante, em um momento em que o ciclo das águas pelo planeta vem sendo alterado devido ao aquecimento global”, destaca Garcia.

Conforto térmico A influência do microclima nas respostas termorreguladoras e endócrinas também foi avaliada para conhecer o conforto térmico. A temperatura do ar, o Índice de Temperatura de Globo Negro e Umidade, e a carga térmica radiante foram menores no ILPF; em consequência, houve maior conforto térmico e menor estresse calórico.

O sistema ILPF (foto acima) foi eficaz em atenuar o microclima das pastagens pela ação dos eucaliptos, impactando as características fisiológicas relacionadas ao equilíbrio termodinâmico dos animais e à manutenção de sua homeotermia. Segundo a zootecnista Andréa Barreto, uma das executoras do projeto, os animais a pleno sol alteraram o comportamento natural por conta das altas temperaturas e falta de sombreamento, diferentemente dos que estavam no ILPF. Ela destacou que o ambiente influencia positivamente não só o comportamento, mas a produção, a reprodução e a rentabilidade global do sistema.

“A preocupação do produtor não deve ser só em ter lucro em cima do ganho de peso, mas trazer um ambiente confortável para que o animal expresse todo seu potencial genético”, defende.

“No centro de manejo e no laboratório foram comparados parâmetros vitais e concentrações hormonais dos animais para verificar se a presença das árvores melhorava a condição dos indivíduos, e melhorou. Por exemplo, a temperatura de superfície do globo ocular verificada a campo é um indicador que guarda uma relação grande com a temperatura interna. Quando o bovino atinge determinada temperatura, ele ativa mecanismos de termorregulação. A temperatura não influencia somente a sensação térmica instantânea, mas impacta ao longo do processo de produção. Se rotineiramente o animal passa por estresse calórico, ele desenvolve um quadro de estresse crônico, com redução de eficiência produtiva. Nesse caso, o produtor perde dinheiro sem perceber. A energia que o boi tira do pasto, da água e da mistura mineral é redirecionada para a termorregulação”, explica Barreto.

Pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Pecuária Sudeste têm buscado alternativas de produção sustentáveis para diminuir o impacto da pecuária no clima. Os estudos indicam que a melhor estratégia para o produtor é a adoção de tecnologias para melhorar a eficiência da atividade com foco no bem-estar animal e em equilíbrio com o meio ambiente.

Trabalhos como esse, com foco em ILPF e tecnologias de monitoramento animal, dão subsídios ao pecuarista para tomadas de decisão assertivas em vários aspectos – econômico, ambiental e comportamental. Além disso, de acordo com Garcia, é uma forma de atender às exigências de consumidores brasileiros e de países importadores de carne do Brasil, que têm se preocupado cada vez mais com as questões de bem-estar dos animais criados para a produção de alimentos.

O conforto térmico afeta o desempenho dos bovinos. Resultados do estudo podem incentivar o pecuarista a implementar ações focadas em boas práticas. O projeto foi premiado pela Associação Brasileira de Zootecnistas como melhor trabalho no Painel de Bem-estar Animal, no Congresso Brasileiro de Zootecnia.

Informações: Compre Rural.

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Presidente da Suzano diz que está deixando cargo por razões pessoais

O presidente-executivo da fabricante de papel e celulose Suzano (BVMF:SUZB3), Walter Schalka, disse à Reuters nesta última quarta-feira (28), que está deixando o cargo por razões pessoais, mas que pretende seguir ativo nas decisões dentro da companhia, caso sua indicação para o conselho de administração seja aprovada.

O executivo permanecerá no cargo até 1 de julho deste ano, e será substituído por João Alberto Fernandez de Abreu, atual CEO da Rumo (BVMF:RAIL3), com o início do processo de sucessão programado para a partir de 2 de abril. Schalka estava há 11 anos à frente da companhia.

“Eu refleti bastante e tomei uma decisão pessoal de mudar a minha atividade, que tem uma rotina muito intensa, como CEO, para uma atividade mais estratégica a nível do conselho dos comitês da Suzano”, afirmou Schalka à Reuters.

O executivo explicou que, com o término do Projeto Cerrado, previsto para ser entregue até 30 de junho, a Suzano vai iniciar um novo ciclo de investimentos e que considerou importante fazer a transição nesse momento.

“Eu já sou do conselho da Vibra, e também serei, espero, caso aprovado, do conselho da Suzano. Então a minha visão é que eu vou continuar muito ativo… Meu objetivo é continuar trabalhando, só não quero ficar na rotina intensa que um CEO da Suzano tem e que é bastante demandante.”

Schalka disse que o futuro presidente da fabricante de papel e celulose tem as “qualificações necessárias para continuar a jornada da Suzano”.

“Vamos trabalhar juntos, ele a nível de diretoria, eu a nível de conselho.”

Informações: Reuters.

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Suzano lucra R$4,52 bi no 4° tri e reverte prejuízo anterior; anuncia novo CEO

A Suzano registrou lucro líquido de 4,52 bilhões de reais no quarto trimestre, versus prejuízo de 729 milhões de reais no trimestre anterior e lucro de 7,46 bilhões de reais no mesmo período um ano antes.

Analistas, em média, esperavam lucro líquido de 2,85 bilhões de reais, conforme dados da LSEG.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado apurado foi de 4,51 bilhões de reais no período, queda de 45% ante o último trimestre de 2022, informou a companhia nesta quarta-feira.

As vendas de celulose, principal negócio da Suzano, ficaram estáveis no trimestre em relação ao ano anterior, em 2,76 milhões de toneladas, enquanto o preço médio líquido do material caiu 31% no mercado externo, a 572 dólares a tonelada.

A Suzano afirmou em relatório de resultados que houve uma melhora significativa no sentimento de mercado principalmente na segunda metade do ano, “apesar de um primeiro semestre desafiador marcado pela queda do preço da celulose”.

As vendas de papel, considerando os resultados da unidade de bens de consumo (tissue), somaram 386 mil toneladas no quarto trimestre, aumento de 14% na base anual. O preço médio líquido do papel, por sua vez, caiu 5% ano a ano, para 6.732 reais a tonelada.

A Suzano concluiu a aquisição do negócio de tissue da Kimberly-Clark no Brasil em junho do ano passado, no valor de 1,1 bilhão de reais, conforme balanço. Com a operação “o segmento de bens de consumo passou a ter desde o terceiro trimestre de 2023 maior representatividade nos resultados do negócio de papel”, disse a Suzano.

A fabricante de papel e celulose também anunciou, em paralelo, que seu conselho de administração aprovou João Alberto Fernandez de Abreu como futuro CEO da empresa, em substituição a Walter Schalka, que deixará a posição a partir de 1º de julho.

O processo de sucessão entre os executivos começará em 2 de abril, conforme fato relevante encaminhado pela Suzano à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

João Alberto possui passagens na Shell, Raízen e é diretor presidente da Rumo, cargo que será ocupado por Pedro Marcus Lira Palma, atual diretor vice-presidente comercial da operadora ferroviária.

A saída de João Alberto se tornará efetiva a partir de 29 de março, de acordo com fato relevante da Rumo.

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Incêndio florestal no Texas já é o segundo maior da história do estado

Grande incêndio de Smokehouse Creek não para de aumentar e provoca evacuações de comunidades no Norte do Texas

Uma fábrica de armas nucleares anunciou nesta quarta-feira que retomará operações depois de paralisá-las temporariamente e de retirar parte dos funcionários de suas instalações, ameaçadas por um incêndio florestal no Texas, Sul dos Estados Unidos.

“A fábrica Pantex está aberta para operações normais no turno diurno nesta quarta-feira, 28 de fevereiro. Todo o pessoal deve comparecer ao trabalho de acordo com o horário respectivo”, disse a empresa. Na noite de terça-feira, um comunicado informou seu fechamento temporário. Na mensagem, a fábrica não especificou se o perigo já passou.

A empresa, dedicada à montagem e desmontagem de armas nucleares americanas, está localizada a 34 quilômetros a Leste da cidade de Amarillo, no extremo Norte do Texas, e é administrada pelo Departamento de Energia e pela Administração Nacional de Segurança Nuclear. A Pantex esclareceu que o incêndio não atingiu as suas instalações.

Os incêndios na área permaneceram ativos, segundo um mapa de monitoramento do Serviço Florestal do Texas. “Vários grandes incêndios florestais” no Norte do estado “deflagaram devido às condições quentes, secas e ventosas” na área, disse o Serviço Florestal do Texas na terça-feira.

Os serviços de emergência registraram até o momento 31 incêndios desse tipo no Norte e Nordeste do estado, afetando uma área de 154 mil hectares. Destes, 25 já tinham sido controlados, enquanto várias áreas habitadas eram evacuadas. Os maiores incêndios ativos afetam uma área conhecida como Panhandle, no Norte do Texas.

O mais intenso até agora foi batizado de Smokehouse Creek. Várias áreas da cidade de Canadian, próximas a este incidente, foram evacuadas. O incêndio de Smokehouse Creek Fire ao Norte de Stinnett tem 0% de contenção. Nesta quarta, o incêndio teve um aumento significativo de tamanho, passando de aproximadamente 121.406 hectares para 202.343 hectares, tornando-se o segundo maior incêndio florestal da história do Texas.

“Parece o Armagedom. Todas as árvores estão cobertas de cinzas brancas”, disse à CNN Melanie McQuiddy, gerente de um pequeno motel em Canadian. Ela saiu da cidade, mas seus vizinhos foram para abrigos diante do avanço das chamas na região.

Muita fumaça cobre o Norte do Texas com enorme incêndio | GREENVILLLE FIRE-RESCUE

“Eles estão no campo de futebol da escola, onde vários moradores estão juntos e literalmente observando as chamas começarem a tomar conta de Canadian”, disse. Ela contou ainda que o fogo avançou rapidamente e destruiu a casa de um amigo.

Após os incêndios, o governador do Texas, Greg Abbott, declarou estado de desastre em 60 condados. “Espera-se que as condições quentes e secas causadas pelas altas temperaturas e pelo vento continuem na região nos próximos dias”, acrescentou o governador. Várias cidades, algumas a até 160 quilômetros de Amarillo, emitiram ordens de evacuação, fechando estradas e ordenando aos cidadãos que se abrigassem em suas casas ou instalações públicas.

Informações: METSUL.

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