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O ESG contra a Xenofobia Florestal do Senhor dos Anéis

Artigo de Sebastião Renato Valverde[i], Aléxia Penna Barbosa Diniz[ii] e Felipe Corrêa Ribeiro[iii]

Não há dúvida de que vivemos no país dos contrastes que, mesmo rico em recursos naturais renováveis e não-renováveis e considerado o celeiro do mundo, impera os problemas crônicos e estruturais da pobreza e da fome, fruto de uma desigualdade de renda que só se compara com as dos países da África. É neste mesmo país de miseráveis e famintos que reina as perdas e desperdícios de alimentos e fibras da agricultura e da floresta.  

Embora tenhamos relativizado estes contrastes, mas, igual a Skol e diferente do que ela propaga, também não descem redondo. Na agricultura há relatos de que as perdas chegam a atingir até 20% da produção de grãos se consideradas desde a colheita até o prato do consumidor. Apesar de não haver estatísticas disponíveis sobre as perdas na atividade florestal, elas são significativas tanto oriundas do manejo dos reflorestamentos, quanto das florestas nativas.

Sabe-se que parte das perdas de grãos é minimizável, pois resulta da má operação e gestão de colheita e logística, além do uso de máquinas e veículos transportadores depreciados e, ou, danificados. Já a parte relacionada às questões climáticas, sobretudo na ocorrência de chuvas prolongadas e oriundas de frentes frias inesperadas, aí as perdas são quase que inevitáveis.  

Tal como acontece na agricultura, também há perdas na florestal devido ao uso de máquinas e veículos sucateados, a fenômenos climáticos e a gerenciamento. Talvez, mais do que impactado pela agricultura, a florestal sofre com as “armadilhas” mercadológicas. Existe um delay significativo no mercado entre o momento da decisão pela colheita das árvores em função dos preços e quantidades e o tempo futuro da venda do produto florestal. Por exemplo, a decisão pela produção do carvão se dá num momento em que o preço dele esteja satisfatório, mas até colher, extrair a madeira, secá-la e carbonizar, já se passaram meses de modo que o cenário possa não ser favorável à venda. Exceto se houver um contrato com preços e quantidade pré-fixados. Se não, aí o risco de prejuízo é alto dado os gastos operacionais e os juros sobre capital, haja vista nossas taxas escorchantes.

É comum cenários em que, colheu-se com preço satisfatório, mas já não o era quando a madeira se encontra à beira da estrada. Ou, extraiu-se, mas já não o era para transportar até o beneficiamento. Beneficiou-se, pode-se deparar com preços que não viabilizam transportar até o consumidor. Assim, se colhido e não vendido, além dos custos fixos e variáveis, há perda pela deterioração das toras com o tempo. 

Infelizmente, não há no país uma política de garantia de preços mínimos para o produto florestal ou qualquer política pública que dê segurança ao investimento que é de longo prazo e sujeito a toda natureza de riscos e incertezas. Razão esta que explica a evasão de produtores da atividade de reflorestamento mesmo nos momentos que o preço da madeira esteve na estratosfera. A falta de planejamento estatal no setor florestal prejudica os agentes envolvidos na cadeia produtiva e desincentiva a entrada de novos agentes, uma vez que eles precisam sustentar os riscos da atividade sozinhos, lidando com as incertezas do mercado.

Menos mal se fossem somente estas perdas e as vulnerabilidades às mazelas do mercado, mas outro grave problema é o desperdício causado pela morte das árvores de espécies exóticas, sobretudo pinus e eucalipto, nas áreas de preservação permanente (APP) e Reserva Legal (RL) pela técnica do anelamento do tronco conhecida como “Morte em Pé”. Isto chega a soar como ultrajante num Brasil campeão das desigualdades e provoca reflexões se ela procede social e economicamente.

Acredita-se que há uma pressão por parte de órgãos que atuam na área ambiental para que os proprietários florestais optem por este arboricídio xenofóbico como cumprimento de Termos de Ajustamentos e Condutas (TACs) para recomposição das APPs e RLs conforme o Novo Código Florestal (NCF, Lei 12651/2012). O procedimento consiste em anelar o tronco na base das árvores, descascando-o de modo a impedir a circulação da seiva. E, se necessário, a aplicação de herbicida.

Ainda que fossem apenas as árvores jovens e, ou, as finas quase sem destinação e sem valor econômico, até que se engole esta atitude perdulária, mas quando se trata de árvores adultas e, ou, grossas, com potencial para serem serradas, aí fica difícil de aceitar. Não se quer julgar o mérito desta técnica se certa ou errada, mas não deixa de ser esdrúxula no tocante as questões socioeconômicas.

Alguns podem concordar com esta supressão por entender que, segundo a legislação e pelo fato de se tratar de árvores exóticas, jamais poderiam ter sido plantadas nestas áreas protegidas (APP e RL). Acontece que foram plantadas num período em que, apesar da existência da lei, ela não proibia plantar e nem previa o tamanho destas áreas como definido atualmente.

Em que pese os institutos de APP e RL serem regidos desde 1965 pela lei 4.771/1965, ambos sofreram diversas alterações no conceito e nos parâmetros. Na redação original desta lei, as APPs eram conceituadas como florestas de preservação, sendo proibido apenas o corte raso, e as faixas ao longo do curso d´água iniciavam com larguras de 5 metros de cada lado quando o curso dá água era menor que 10 metros de largura.

Foi somente a partir da década de 1980, quando as questões ambientais se institucionalizaram, que o conceito mudou para área de preservação permanente, prevendo a sua intocabilidade e a largura inicial de 5 metros passou para 30m, ampliando em faixas conforme a largura do rio. Até então, muito se reflorestaram com exóticas até próximo dos previstos 5 m, principalmente pinus e eucalipto e muito se abriu de estradas às margens das APPs para possibilitar a logística do plantio e da colheita e transporte da madeira.

Uma vez que seja até ambientalmente correto esta supressão via anelamentos, mas o que há de sustentabilidade em algo que privilegia somente o ambiental e renega o social e o econômico? Se considerar apenas a cadeia produtiva da madeira serrada (serrarias, marcenarias e movelarias), quanto de valor agregado se perde nesta prática, quantos empregos, rendas e impostos deixam de ser gerados e arrecadados, respectivamente? No que tange a valor, na pior das hipóteses que cada árvore adulta tenha em média 3 m3 a R$100/m3 em pé, considerando, pelo menos 100 árvores por hectare, se desperdiça R$30.000 por hectare. Imagine fazendas que chegam a ter centenas e milhares de hectares em APP e RL com árvores exóticas virando comida de cupim e microrganismo?

Assim, crê-se que os benefícios ambientais desta prática arboricida não compensam as atrocidades causadas à ordem socioeconômica. Se ela é feita como alternativa a operação de corte, dado que a queda e a extração das árvores poderão causar mais impacto na regeneração do sub-bosque, ledo engano, pois com estas operações há a chance de direcionar a derrubada e a retirada visando o mínimo impacto, enquanto aneladas e mortas, cairão sem rumo.

Pode até ser que o impacto no sub-bosque com a queda dela já morta seja menor que o da colheita e extração, entretanto, por caírem à revelia do direcionamento os problemas que elas acarretam não são desprezíveis. Em regiões montanhosas, na queda, muitas das árvores descem embaladas pela força gravitacional até o curso d´água ficando atravessadas de um lado ao outro, represando-o. Verdadeiro “balaio de gato”, comprometendo o acesso a área e tornando perigosos os trabalhos de monitoramentos de fauna, flora, solo e água.

Nem pensar nas consequências que isso possa trazer caso algum incidente ou acidente venha ocorrer dentro destas áreas tais como quedas, tombos, picadas de animais peçonhentos, incêndios, entre outros, devido a dificuldade do acesso para resgate e socorro e também para debelar as queimadas. Isso, quiçá, sem querer ser catastrofistas, não venha a provocar tragédias como a de Petrópolis e Teresópolis quando enxurradas devido a “cabeça ou tromba d´água” em 2011 arrastaram árvores entrelaçadas sobre o leito de rios provocando o óbito de centenas de pessoas em razão mais das pancadas das toras do que, de fato, dos afogamentos.

É sabido que o atual código florestal que distinguiu as APPs em disposições permanentes e transitórias impõe a recomposição delas e da RL com espécies nativas delegando o prazo ao Plano de Regularização Ambiental (PRA). Cabe esclarecer que nos casos em que há espécies florestais exóticas, a nova lei diz que fora da área de uso consolidado, é obrigatório suprimir tais espécies e recompor com nativas. Já na de uso consolidado, o produtor pode manter as exóticas, cortá-las e replantar quantas vezes quiser.

O fato é que, independentemente de se estabelecer um prazo para a recomposição e a obrigação pela retirada das exóticas, não há razão que sobressaia às sociais e econômicas de destinação das madeiras. Matar estas árvores sem o devido destino socioeconômico delas é o mesmo que dizer que sua madeira não tem preço. Mesmo sendo exótica, ela concorre no mercado com a madeira nobre oriunda do manejo da floresta amazônica. Negar o valor dela significa ignorar o valor da madeira serrada também da floresta nativa.

Desta forma, é sagrado dar finalidade para a madeira. Seja vendendo no mercado ou, então, caso não o haja ou não valha a pena vender se o preço dela estiver menor que seu custo de exploração e transporte, que a doe. Certamente algumas empresas receiam doar ou vender para terceiros por medo de algum sinistro vier a acontecer na área delas durante o corte e transporte da madeira, haja vista o risco de acidente do uso de motosserra e tratores, vindo a macular a imagem dela e comprometer suas certificações.

Para isso, basta a formação de equipe própria treinada e capacitada para colheita e extração da madeira visando zerar riscos e impacto ambiental na regeneração, vendendo-a ou doando-a, já empilhada, cabendo apenas a carga e transporte, pois nestas operações os riscos são bem menores. O que não pode é esta morte das exóticas sem retorno e sem valia.

A sensação que dá é que estes anelamentos evocam uma atitude impositiva do ambientalismo dando primazia a proteção a todo custo como uma reação do que foi durante séculos a ditadura do capital sobrepondo a produção em detrimento da proteção. Acredita-se que o momento é da busca de uma terceira via visando produzir protegendo e, ou, proteger produzindo sustentavelmente.

Enfim, nós que ainda não vivemos os 10.000 anos como Raulzito, mas os quase quatrocentos desde a revolução industrial, tendo visto a ascensão e morte dos impérios do capital, do proletariado e dos verdes, ficamos otimistas com o boom do ESG (Environmental, Social e Governance) como uma pá de cal no sepultamento destas “monarquias” e como política e gestão integrada de responsabilidade ambiental e social e de governança que valoriza indistintamente os pilares sociais, econômicos e ambientais da sustentabilidade, dando opções melhores de trabalho aos senhores dos anéis do que simplesmente trucidar árvores.


[i] Professor Titular do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa (DEF/UFV), valverde@ufv.br.

[ii] Alexia Penna Barbosa Diniz, Bacharela em direito pela Universidade Federal de Viçosa e mestranda no DEF/UFV, alexia.diniz@ufv.br

[iii]Felipe Corrêa Ribeiro, Engenheiro Florestal, Mestre e Doutorando em Ciências Florestais na Universidade Federal de Viçosa.  felipe.c.ribeiro@ufv.br

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Suzano mantém prazo de início de produção do Projeto Cerrado até junho, acelera a partir de setembro

A Suzano deve iniciar a produção da maior fábrica de celulose de eucalipto em uma única linha do mundo até junho, dentro do previsto no projeto de mais de 20 bilhões de reais, afirmaram executivos da companhia nesta terça-feira, durante evento de comemoração dos 100 anos da fundação da empresa.

A fábrica, conhecida como Projeto Cerrado, vai iniciar a produção em volumes reduzidos, um processo que deve demorar cerca de dois meses antes de a companhia acelerar o ritmo em setembro para atender clientes principalmente na Ásia, disse o diretor executivo de celulose da Suzano, Aires Galhardo, a jornalistas.

A capacidade de produção do Projeto Cerrado é de 2,5 milhões de toneladas de celulose por ano, o que elevará a capacidade total da Suzano para 13,5 milhões de toneladas anuais.

A comemoração dos 100 anos da Suzano ocorre em um momento em que a companhia já promoveu seis aumentos consecutivos nos preços globais da celulose desde setembro.

Segundo Galhardo, a previsão de vendas do projeto neste ano segue mantida em cerca de 700 mil toneladas.

A oferta de madeira já está garantida, disse o presidente-executivo da Suzano, Walter Schalka, acrescentando que a unidade terá um custo de produção de cerca de 100 dólares a tonelada.

HEDGE CLIMÁTICO

Schalka afirmou que a Suzano começou há três anos uma política de “hedge florestal”, elevando sua base de florestas de eucalipto além do necessário para a produção de celulose, para se proteger dos efeitos das mudanças climáticas em suas plantações.

“Estamos nos defendendo do clima. É como um seguro, você paga sem saber se vai usar ou não”, disse o executivo, evitando comentar qual percentual das florestas da empresa são destinados a este fim.

A companhia elevou a área de florestas de eucalipto em 400 mil hectares nos últimos anos, atingindo atualmente 1,7 milhão de hectares. A empresa tem ainda cerca de 1 milhão de hectares de matas nativas, em parte para atender legislação e em parte para políticas da companhia.

Questionado sobre a concentração de ativos da Suzano no Brasil e os impactos das mudanças climáticas nos negócios da companhia, Schalka afirmou que a “Suzano vai se internacionalizar” e que a partir da conclusão do Projeto Cerrado a empresa “vai ter oportunidade grande para crescer” diante da redução dos investimentos na construção da fábrica.

“Mas (internacionalização) precisa de escala e tamanho”, disse o executivo, evitando comentar sobre geografias específicas ou prazos.

TÊXTIL

Enquanto se prepara para a ativação da nova fábrica de celulose instalada no Mato Grosso do Sul, a Suzano mira tomar uma decisão nos próximos dois anos sobre a viabilidade comercial de projeto de produção de fibras têxteis a partir de um material chamado de nanocelulose, disse o diretor de pesquisa e inovação da empresa, Fernando Bertolucci.

A companhia tem uma fábrica piloto em funcionamento desde o ano passado na Finlândia em parceria com a Spinnova. O objetivo é produzir um material capaz de rivalizar com o algodão e a viscose, disse o executivo.

“Quando começamos o custo de produção era dez vezes maior. Já estamos em 25%”, afirmou Bertolucci, citando que o consumo de água no cultivo de algodão é 90% maior que a nanofibra de eucalipto.

Por enquanto, a fábrica piloto, que é a primeira operação industrial da Suzano fora do Brasil, tem capacidade para 1.000 toneladas anuais. Uma primeira unidade de porte comercial teria que ter capacidade para 20 mil a 50 mil toneladas, disse o executivo citando ainda questões que incluem eventual interesse ou capacidade dos finlandeses em avançar junto com a Suzano no investimento.

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STJ suspende julgamento em SP sobre disputa pela Eldorado Brasil

TJSP julgaria hoje apelações sobre briga antiga entre sócias da empresa instalada em Três Lagoas (MS)

O ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Mauro Campbell Marques concedeu ontem à noite uma medida cautelar em favor da J&F Investimentos para suspender o julgamento de duas apelações que deveriam ocorrer hoje no TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) sobre a briga que o grupo empresarial brasileiro trava há anos com o sócio estrangeiro, dono da Paper Excellence, pela propriedade da Eldorado Celulose, indústria instalada em Três Lagoas (MS). O pedido foi apresentado na segunda-feira, durante o recesso do STJ, cabendo o julgamento ao ministro que substituía a presidência da Corte.

O magistrado deferiu o pedido ao reconhecer a urgência, diante da proximidade dos julgamentos em segundo grau, e a possibilidade de haver razão nas alegações da J&F.

A empresa brasileira vendeu 49,5% a grupo indonésio em 2017, com promessa de venda do restante das ações, transação que envolveria R$ 15 bilhões. Entretanto mudou de opinião e, com isso, desencadeou-se uma guerra jurídica que vinha favorecendo a sócia. Primeiro, a J&F saiu derrotada em um julgamento de arbitragem. O caso foi levado para a Justiça comum, com sentenças igualmente desfavoráveis, que agora teriam análise retomada em turma recursal do TJSP, já com dois votos favoráveis à sócia estrangeira.

O que a J&F alegou é que havia decisão superior suspendendo a tramitação das ações quando elas foram sentenciadas e, portanto, haveria uma situação de nulidade, hipótese que foi considerada na liminar concedida pelo ministro. Com o caso ainda não concluído no TJSP, o grupo ingressou com o recurso ao STJ, abrindo o caminho para a decisão concedida ontem.

Campbell Marques pontuou que “o Superior Tribunal de Justiça tem o dever de impedir o julgamento de apelações decorrentes de sentenças que, em tese, seriam nulas, nulidade eventual essa que só se poderá avaliar com profundidade no mérito do recurso especial.”

Com essa decisão, o caso deve primeiro ser analisado pelo STJ, em relação às nulidades que a J&F alega terem ocorrido na tramitação do caso no TJSP, para depois ser retomado o julgamento na Justiça paulista.

Recompra – A empresa recentemente tornou público o desejo de comprar as ações que  havia vendido para a Paper. Tanto que divulgou isso ao mercado e noticiou interesse de devolver os R$ 3,8 bilhões recebidos. Uma reunião foi marcada pela J&F para ontem em um escritório de advocacia, mas os representantes da empresa estrangeira não compareceram, segundo noticiou a Folha de São Paulo.

A Paper já divulgou que segue interessada em adquirir a outra metade da Eldorado Celulose. Em Três Lagoas, há uma ação na Justiça Federal tentando desfazer a transação, com o argumento de que a Paper é uma empresa estrangeira e, como a compra envolveu não só a fábrica de celulose mas também terras utilizadas para florestas, deveria ter havido anuência da União e do Congresso Nacional. O Incra já divulgou uma posição contra a regularidade da negociação por falta dessa aprovação.

A empresa argumentou que considera que a posição do Incra não pressupõe a nulidade do negócio, uma vez que ela adquiriu um empreendimento e não simplesmente se tornou proprietária de áreas no Brasil.

Informações: Campo Grande News.

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Recuperação judicial da Jari Celulose deve ser transformada em falência

O administrador judicial da empresa alega incapacidade de recuperação da fábrica, parada desde 2022

O administrador judicial da Recuperação Judicial da Jari Celulose pediu a sua transformação em falência. A informação é do jornalista paraense Mauro Bonna, que assina coluna no jornal Diário do Pará.

Segundo ele, o administrador judicial alegou incapacidade de recuperação da fábrica, parada há mais de 17 meses, e o atraso de mais de dez meses de salários, embora a empresa tenha angariado recursos financeiros vultuosos, através de financiamentos obtidos mediante garantia patrimonial.

Em uma primeira assembleia geral, no ano passado, nada foi deliberado pelos credores sobre a aprovação ou não do plano de recuperação proposto pela Jari, apenas adiada a decisão. O pedido de falência, protocolado em dezembro de 2023, está para decisão do juiz da Comarca de Monte Dourado.

Em novembro do ano passado, a fábrica da Jari Celulose, em Monte Dourado, sem atividade fabril havia mais de 15 meses, informou que não conseguira retomar a sua capacidade produtiva, sem dinheiro para óleo combustível e pagamento de salários atrasados. A Jari já alegava que estava em vias de fechar a venda de créditos tributários federais, verba suficiente para restabelecer a atividade produtiva e pagar salários. Está marcada uma assembleia geral de credores para o próximo mês de fevereiro vindouro, mas dificilmente a Jari conseguirá aprovar o seu plano de recuperação judicial, caminhando a passos largos para a falência.

Crise prolongada

Em julho de 2019, a Justiça do Pará aceitou o pedido de recuperação judicial das empresas do grupo Jari, que entre outras atividades produz celulose solúvel no Vale do Jari, região amazônica entre os estados do Pará e do Amapá, e é controlado pelo empresário Sérgio Amoroso. A dívida total sujeita ao processo era de R$ 1,75 bilhão. A intenção era apresentar o plano de recuperação dentro dos 60 dias previstos em lei.

No deferimento, que tem data de 16 de julho, a juíza Rafaella Moreira Lima Kurashima, da Comarca de Almeirim e do distrito de Monte Dourado, reconheceu o argumento do grupo de que uma série de eventos prejudicou a expansão dos negócios nos últimos anos, incluindo a “má escolha” de prestadores de serviços. A Jari Celulose teve problemas na conversão da fábrica de celulose de fibra curta para a celulose solúvel há alguns anos, o que levou à paralisação da operação por um longo período.

Em meados do ano passado, a situação financeira se agravou e a pressão dos credores acabou se refletindo na atividade de empresas do grupo. Diante disso, os bancos BTG Pactual e Bradesco foram mandatados pela Jari Celulose para encontrar um sócio para a empresa. Naquele momento, não estava definido um limite para a fatia que seria vendida ao futuro sócio.

Em abril deste ano, as contas da Jari acabaram bloqueadas pelo Banco do Brasil, levando-a a paralisar parte de sua produção. As empresas do grupo que entraram em recuperação judicial empregam cerca de 700 trabalhadores direto e dois mil indiretos.

Com o objetivo de se concentrar no negócio de celulose, a Jari iniciou em 2012 a venda de seu negócio de embalagens de papelão ondulado no país para a americana International Paper (IP), que agora busca uma opção estratégica para esses ativos e vai deixar esse segmento no mercado brasileiro. Em duas etapas de compra, entre 2012 e 2014, a IP desembolsou R$ 1,27 bilhão.

Naquele momento, a Jari já estava investindo na conversão da fábrica no Norte do país para a produção de celulose solúvel, usada como matéria-prima na indústria têxtil. À época, o dono do grupo informou que os investimentos giravam em torno de R$ 600 milhões, incluindo o plantio de florestas, dos quais R$ 350 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A “nova” Jari teria capacidade de produção inicial de 250 mil toneladas por ano.

Informações: Diário do Amapá.

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Uruguai impõe sanção de US$ 188 mil à UPM Paso de los Toros

A sanção foi imposta pelo Ministério do Meio Ambiente do Uruguai devido a um vazamento de produtos químicos ocorrido na fábrica de celulose em 2023

O Ministério do Meio Ambiente do Uruguai informou à UPM que impôs uma sanção de aproximadamente US$ 188 mil à empresa por não conformidade com o plano de gestão ambiental da fábrica de celulose UPM Paso de los Toros. A sanção está relacionada a um incidente ocorrido em agosto de 2023, quando ocorreu um vazamento de produtos químicos na fábrica.

O vazamento levou à presença de hidróxido de sódio em um riacho próximo, causando altos valores de pH na água e levando à mortalidade de peixes. A qualidade da água também foi afetada na zona em que o córrego deságua no rio Negro, mas em menor proporção.

Na ocasião, a UPM tomou imediatamente as medidas corretivas aplicáveis para lidar com a situação e evitar novos vazamentos. “Informamos as autoridades ambientais e os vizinhos da fábrica sobre o incidente e publicamos um anúncio no site da UPM Uruguai”, afirmou a empresa.

Os valores de pH dos cursos de água afetados voltaram aos níveis normais em poucos dias. A UPM e a autoridade ambiental uruguaia investigaram as causas e as consequências do incidente, e, segundo a UPM, ela está implementando todas as ações necessárias, incluindo o monitoramento, conforme instruções das autoridades. Além disso, a companhia também afirmou que tomou todas as medidas para evitar incidentes semelhantes no futuro.

Em nota, a companhia lamentou profundamente o incidente e garantiu que o leva muito a sério. “Nossos processos de gestão ambiental, controles e monitoramento em todo o mundo são rigorosos, esse tipo de incidentes é muito raro nas nossas operações”, finalizou.

Informações: Portal Celulose.

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Setor de Base Florestal é incluído no Plano Safra do Mapa

O Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, Neri Geller,esteve em Alta Floresta e anunciou a conquista do benefício

O Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária [Mapa] Neri Geller (PP) cumpriu
agenda oficial nesta quinta-feira, 18, em Alta Floresta. Ele se reuniu com empresários do setor de base
florestal e com produtores rurais no auditório do Simenorte [Sindicato dos Madeireiros].

Secretário Neri Geller se reuniu com representantes do setor.

Geller foi nomeado para a Secretaria no final do mês de dezembro de 2023. A vinda à Alta Floresta é
segunda visita oficial no cargo. E neste período, consolidou um importante benefício para o setor de Base
Florestal, que é a inclusão do segmento no Plano Safra.

“Os bancos que financiam o Plano Safra vão liberar crédito para o madeireiro comprar máquinas, assim
como o produtor rural. Além de custeio, financiamento para investimento a longo prazo como construção
de armazéns e até madeira”, disse Neri.

Ele destacou a importância do setor de base florestal para a economia de Mato Grosso e o trabalho que
vem sendo feito na organização do setor, citando a exploração por meio de manejo florestal sustentável,
que dá visibilidade e credibilidade no mercado internacional, ajudando o Meio Ambiente, ao mesmo tempo que fortalece a economia.

“Alta Floresta conquistou um espaço a nível nacional com a presença do Frank Rogieri no Conama [Conselho Nacional do Meio Ambiente] e o setor está muito organizado através do CIPEM. Estão de
parabéns pela organização do setor de base florestal da região norte de Mato Grosso”, elogiou o
secretário.

O presidente do Cipem [Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira] Ednei Blasius, que
também preside o Simenorte, afirmou que a inclusão do setor de base florestal no Plano Safra é uma
conquista que começou a ser trabalhada há mais de um ano. E destacou que Neri Geller tem sido um
parceiro inigualável para o setor de base florestal em Brasília.

“Ele veio à Alta Floresta pelo setor de Base Florestal. E tem sido primordial nas demandas que
trabalhamos em Brasília. Conseguiu uma cadeira no Conama e hoje o setor de base florestal tem
representatividade graças a Neri Geller”, disse, destacando a importância do setor de base florestal a
nível de estado, com mais de 520 indústrias associadas no Cipem, sendo 70 indústrias no Simenorte em
Alta Floresta. E gera mais de 10 mil empregos diretos.

“É um setor importante que precisa da atenção do governo federal. E Neri Geller tem dado esta atenção.
Inserir o setor de Base Florestal no Plano Safra, é algo inédito, nunca teve antes. Agradeço a ele e ao
governo Federal”, disse.

Braço direito

O presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) Frank Rogieri, afirmou que Neri
Geller está promovendo em Brasília para o setor de base florestal, a quebra de paradigma e preconceito
que parte da sociedade ainda tinha com o setor.

“Hoje o setor é ouvido e isto não tem preço. O que nós passamos ficou para trás. O nosso setor participa
no Estado de Mato Grosso, com 33% como primeira fonte de renda dos municípios, principalmente dos
mais distantes da capital e do desenvolvimento. E fica nossa gratidão ao Neri, que tem sido nosso braço
direito em Brasília”, pontua Frank.

A inclusão do setor de base florestal no Plano Safra, com o mesmo juro aplicado para a Agricultura,
conforme Frank, é de grande importância para o setor, que vai ter condições de investir e fazer renda com
a matéria prima.

O prefeito de Carlinda, Pastor Fernando, também esteve presente no evento e agradeceu a presença do
ministro, que conforme ele, sempre olhou com atenção especial para o municípios da região.

Informações: Jornal MT Norte / Foto em destaque: Paulo Cardoso.

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Exclusivo – Tecnologia embarcada nas operações do agro garantem mais precisão, segurança e redução de custos operacionais

Profissionais de empresas que atuam no desenvolvimento de tecnologias aliadas ao agronegócio, garantem que a inovação no setor veio para ficar; confira

Com os avanços do agronegócio no Brasil, e com o advento da revolução verde é inevitável não falar da busca por atividades mais sustentáveis e produtividade mais eficiente, os dois temas caminham juntos e formam o elo do futuro para a evolução do setor. A exemplo disso, nas operações agrícolas do país, a implantação da tecnologia embarcada vem se consolidando cada vez mais para produtores que visam redução de custos, aumento em eficiência e reforço em segurança na gestão de frotas e maquinários. Para alcançar esses objetivos, os gestores podem contar com diferentes soluções.

Correção do sinal de GPS – Otimização produtividade e precisão no campo

Uma das tecnologias eletrônicas embarcadas mais adotadas na agricultura moderna é a correção do sinal de GPS, que se trata de informações obtidas por uma rede própria de bases terrestres e enviadas por satélites para os equipamentos agrícolas em campo, realizando a correção do posicionamento em nível centimétrico. Desse modo, os maquinários podem passar sempre nos mesmos rastros formados nas lavouras.

Na correção do sinal de GPS por satélite a garantia é de uma interferência menor devido a cintilação, garante gerente de Negócios da Jacto Next.

O gerente de Negócios da Jacto Next, Fabio Torres destaca como a tecnologia, coopera para operações mais seguras e gestão mais eficiente nas operações florestais. “A utilização dos sistemas de navegação por GPS já foi uma revolução, e a precisão que este sistema apresenta hoje com a utilização das correções de sinais traz ainda mais benefícios. O planejamento da implantação das florestas é feito minuciosamente diretamente do escritório, levando em consideração topografia, formato do talhão, tipo de solos, entre outras características mais. Este planejamento é passado aos equipamentos através de mapas que irão executar com precisão em campo o que foi planejado no escritório, o que resultará em maximização do aproveitamento das áreas, tratos culturais mais eficientes, colheita em menor tempo. Quanto mais precisão tiver o sistema de navegação das máquinas menor o uso de insumos, de óleo diesel e de horas homem e horas máquinas”.

“Na correção do sinal de GPS por satélite a garantia é de uma interferência menor devido a cintilação, que são efeitos atmosféricos cíclicos que historicamente chegam a paralisar uma operação agrícola, pois geram ruídos nos sistemas de navegação por satélite. Essa solução pode ser implantada em máquinas Jacto ou multimarcas com antena GPS OTMIS”, destaca Fabio sobre a tecnologia.

Tecnologia embarcada – Mais eficiência operacional

É inegável que a automação no meio rural já seja uma realidade no país, e corre em todas as etapas dos sistemas de produção, visando o aumento da produtividade, otimização do tempo, insumos e capital, bem como melhoria da qualidade de vida do trabalhador rural. No quesito sustentabilidade, a tecnologia embarcada confere multibenefícios.

Rodrigo Marangoni, gerente executivo Comercial e de Marketing, da Ponsse Brasil, explica e exemplifica sobre os processos da empresa pensados no meio ambiente: “Buscamos o menor impacto ambiental desde a fabricação dos nossos equipamentos, até a nossa prestação de serviços aos nossos clientes, tal como em fornecer soluções que os possibilitem reduzir suas emissões. Estamos sempre em busca de soluções que tornem nossas máquinas mais produtivas e que consumam menos combustível por metro cúbico de madeira colhida, processada ou baldeada. Assim sendo, hoje os sistemas embarcados ajudam no monitoramento de consumo de combustível nas diversas etapas da colheita – aproximar-se da árvore, agarrar, abater, processar, alimentar o cabeçote –, para assim tomarmos uma ação corretiva sobre a potencial razão do maior consumo. Além disso, as análises preditivas podem prever falhas mecânicas, otimizando a manutenção e reduzindo o tempo de inatividade”.

Com o uso da tecnologia embarcada é possível realizar a coleta de dados de diferentes máquinas e marcas em tempo real.

Rodrigo Marangoni também comenta sobre um dos principais lançamentos da empresa, realizados no ano passado para a programação de operações com o uso de tecnologia embarcada. “Um dos nossos lançamentos destaques em 2023, foi a Multifleet by Ponsse, uma plataforma que coleta, processa dados de diferentes máquinas e marcas e envia para uma central de monitoramento em tempo real. Com ele é possível programar as operações, saber o status atual, agendar manutenções, entre outras informações, até mesmo quando não há sinal de GPRS”.

Plataforma Multifleet by Ponsse, em cabine de máquina agrícola. A tecnologia também funciona e é adaptável em smartphones.

Dando destaque sobre a evolução da tecnologia embarcada e o porquê disso, Rodrigo informa: “Tecnologias como a Multifleet by Ponsse, são evoluções do que a máquina foi originalmente criada para fazer. A implementação dessas tecnologias é gradual, a meu ver, conforme também vão evoluindo outros setores da economia. No nosso caso, atribuo isso, principalmente, à disseminação da colheita mecanizada e à necessidade dos produtores florestais ao redor do mundo em ter melhores ferramentas para gerir seus empreendimentos”.

Tecnologia embarcada na gestão de frotas – Saiba mais

Em resumo, tecnologia embarcada é um conjunto de sistemas de hardware e software que busca gerenciar e monitorar as atividades de uma frota de veículos ou maquinários. Estes sistemas incluem dispositivos de rastreamento, navegação e comunicação, sensores, softwares de gerenciamento de frota, entre outros, visando tornar a frota mais eficiente e produtiva. 

Uma das bases para o funcionamento da tecnologia embarcada é a comunicação entre dispositivos e softwares. Isto é, os dados coletados pelo dispositivo instalado no veículo/maquinário são enviados simultaneamente ao sistema de gestão de frotas. Este sistema registra as informações enviadas e exibe em painéis inteligentes, podendo gerar relatório e emitir alerta para ocorrências. Os dados coletados são divididos em duas categorias: informações mecânicas e dados da viagem.

Escrito por: redação Mais Floresta.

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Suzano eleva preços da celulose para Europa e América do Norte em US$80 a partir de fevereiro

A Suzano (BVMF:SUZB3) anunciou nesta última terça-feira (23) que vai aumentar em 80 dólares os preços da celulose para clientes na Europa e América do Norte a partir de fevereiro, o sexto reajuste consecutivo desde setembro.

Com o aumento, o preço da celulose da empresa na Europa vai para 1.220 dólares a tonelada enquanto o valor na América do Norte será de 1.410 dólares, afirmou a companhia.

A elevação segue-se a reajuste de mesma intensidade promovido pela companhia este mês nas mesmas regiões.

A companhia afirmou que os reajustes não incluem clientes na Ásia, que tiveram alta de preço de 10 dólares neste mês.

Informações: Investing.com / Reuters.

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Setor florestal acende alerta para risco de incêndios florestais no verão

CMPC inicia movimento de conscientização e prevenção a ocorrências no Estado

O início da temporada mais seca do ano coloca o setor de base florestal de prontidão no Rio Grande do Sul. Maior empresa do setor no território gaúcho, a CMPC lançou uma campanha de conscientização para prevenir incêndios e minimizar riscos ao ambiente e à saúde das pessoas. Conforme a Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), 98% das ocorrências de incêndios florestais têm origem em atividades humanas fora das áreas de responsabilidade das companhias.

“Temos dados de empresas associadas de que, por muitas vezes, 90% das ações de controle e combate a incêndios florestais acabam ocorrendo em áreas vizinhas e próximas, de outros produtores, florestais ou não, que não sejam associados da Ageflor”, afirma Daniel Chies, novo presidente da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor) e coordenador da Câmara Setorial das Florestas Plantadas da Secretaria da Agricultura, Pecuária, produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

A CMPC tem 1.041 propriedades em 73 municípios, perfazendo área de 496 mil hectares, com conservação de 210 mil hectares (41% das áreas florestais) de áreas nativas, de preservação permanente e/ou reserva legal, e o restante voltado para o plantio de eucalipto. A campanha lançada pela empresa contempla ações de conscientização com comunidades do interior, para sensibilizar a população e transmitir orientações para evitar o surgimento de focos de incêndio e a propagação das chamas. A empresa conta com estrutura para combater incêndios com aeronaves, caminhões pipa e equipes de brigadistas.

Conforme o presidente da Ageflor, é comum que incêndios tenham origem em áreas próximas das propriedades de empresas florestais e à beira de estradas e rodovias. “Normalmente, as empresas têm uma estrutura de controle, monitoramento e prevenção de incêndios e acabam ficando menos expostas aos focos iniciais de incêndios florestais. Por esse motivo temos esse dado de que em grande parte das vezes as ações de combate a incêndios não se dão dentro das áreas de empresas associadas, mas em áreas próximas, de pequenos e médios produtores”, afirma Chies.

A preocupação com riscos de incêndios mobiliza associados da Ageflor para discutir prevenção, monitoramento, controle e combate a incêndios florestais, promovendo sinergia entre empresas, formas de atuação, equipamentos e infraestrutura. “Ainda estamos longe do ideal, mas já há uma cultura bastante forte em todas as empresas associadas e estão enraizados na atividade florestal os objetivos de monitorar, prevenir, controlar e estar preparados para agir no momento de ocorrência de incêndios”, destaca Chies.

A Ageflor alerta que o fogo é perigoso, pode destruir plantações, provocar perda de biodiversidade, empobrecimento do solo, poluição do ar, maior risco de acidentes em rodovias por ponta da fumaça, risco de morte de pessoas e animais, além de prejuízos econômicos. “Só quem atuou no combate e controle sabe o quanto é difícil, perigoso e desafiador atuar e conseguir controlar incêndios florestais, que normalmente são de grande magnitude e risco”, salienta o presidente da Ageflor.

Fique atento

  • Não queimar lixo.
  • Não jogar lixo próximo às florestas.
  • Não descartar pontas de cigarro próximo à vegetação.
  • Evitar acender fogueiras em áreas verdes.
  • Ter cuidado ao usar equipamentos que geram faíscas.
  • Em rituais religiosos, acender velas em espaços limpos e apagar fogo ao deixar o local.
  • Em caso de focos de incêndio, o Corpo de Bombeiros pode ser acionado pelo fone 193.
  • Para notificar ocorrências em áreas florestais, a Central de Atendimento a Emergências da CMPC tem profissionais 24 horas por dia e atende pelo fone 0800 726-7333.
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Suzano vê disparada da celulose puxada por escassez de terra

Dados da maior fornecedora mundial de celulose apontam aumento de 62% no preço de terras no Brasil nos últimos cinco anos

Suzano (SUZB3), maior fornecedora mundial de celulose, se prepara para uma disparada no custo da commodity em meio ao aumento dos preços de terras no Brasil.

Os fabricantes de celulose enfrentam concorrência acirrada com outros produtores agrícolas, o que levou a Suzano a buscar “novas fronteiras” para plantar eucalipto, disse em entrevista o CEO Walter Schalka.

“Não acho que o preço da celulose nos próximos dez anos será igual ao preço de celulose dos últimos dez anos. Na minha opinião, será maior”, disse Schalka antes do aniversário de 100 anos de sua empresa, nesta segunda-feira (22). “O agro cresceu numa velocidade muito grande no Brasil e a tecnologia do agro também vem aumentando, permitindo com que produtos como soja e milho entrem em áreas que antigamente não conseguiam entrar e não eram competitivas.”

A demanda mundial por celulose cresce com o uso cada vez maior do tipo produzido na América do Sul. O produto à base de eucalipto da região entra em novos nichos. Um exemplo é o mercado de produtos absorventes como fraldas, que antes era exclusividade das fibras mais premium de árvores no hemisfério norte. Hoje, nenhum outro país do mundo envia mais celulose para o exterior do que o Brasil.

Os dados da Suzano mostram um aumento de 62% no preço de terras no Brasil nos últimos cinco anos. Isso também impulsionou o preço da madeira, que quase dobrou no período, disse a empresa.

A Suzano espera continuar plantando cerca de 1,2 milhão de eucaliptos por dia, o ritmo mais ambicioso de sua história. No entanto, a empresa pretende expandir em áreas que atualmente não são utilizadas para o cultivo de árvores, mas que agora poderão ser.

Essa estratégia tem o potencial de criar um boom em torno das plantações de eucalipto, como ocorreu recentemente no Mato Grosso do Sul. O estado, mais conhecido pela pecuária, abriga duas fábricas de celulose e uma nova unidade da Suzano está prevista para começar já em junho. A região também foi escolhida pela família bilionária chilena Angelini para um investimento de US$ 3 bilhões em uma fábrica que será inaugurada em 2028.

Informações: Invest News.

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