Fluxo de notícias desencontradas sobre um acordo entre Suzano e a International Paper segue preocupando investidores
O fluxo de notícias sobre um potencial acordo entre Suzano (SUZB3) e a International Paper segue movimentando as ações da empresa de papel e celulose. Após a companhia brasileira confirmar interesse nos ativos da IP na última quarta-feira (22), CEO da International Paper, Andy Silvernail, teria mencionado durante uma conferência com analistas que “nenhuma parte da propriedade intelectual é uma vaca sagrada, incluindo a Global Cellulose Fibers”.
Segundo o Bradesco BBI, essa afirmação foi interpretada pelo mercado como um sinal de que a Suzano poderia estar potencialmente interessada apenas nos ativos da Celulose, o que levou a ação a subir mais de 5% na última quinta-feira, para fechar com ganhos de 3,68%.
No entanto, ontem, após o fechamento dos mercados, a Bloomberg informou que a Suzano está supostamente em negociações de financiamento com bancos asiáticos para avançar com a aquisição de todos os ativos da International Paper, observando que o acordo imitaria a aquisição da Fibria pela Suzano por US$ 11 bilhões em 2018, uma transação que envolveria dinheiro e troca de ações.
O BBI comenta que ainda não está claro se a Suzano estaria interessada em todos os ativos da International Paper ou apenas nos ativos de celulose (8% da receita total da International Paper). Embora mantenha recomendação de compra para as ações da Suzano, os analistas acreditam que elas poderão continuar pressionadas até que a visibilidade de sua estratégia de alocação de capital melhore.
A Genial Investimentos, por sua vez, classifica a notícia como negativa, pois reforça o interesse da Suzano na compra, mas por outro lado, acredita que a opção de troca de ações pode arrefecer um pouco o pessimismo, uma vez que as notícias anteriores estavam considerando uma operação 100% em dinheiro.
Caso não haja troca de ações, a Genial avalia a necessidade de captação de uma dívida de cerca de US$ 12 bilhões, o que elevaria a alavancagem para 4,6 vezes Dívida Líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) em 2024 ante 3,5 vezes no 1T24, gerando desconfianças no investidor.
O CEO da IP também disse que a companhia não está engajada com a potencial oferta da Suzano para uma aquisição, e que segue exclusivamente focada na compra da DS Smith, esperada para o 4T24.
A Genial ainda comenta que o desinteresse da IP sugere uma elevação da proposta feita pela Suzano, resultando em um valuation mais caro e alavancagem maior. “Por outro lado, caso haja sucessivas respostas negativas da IP à Suzano, as ações da Suzano tenderiam a voltar para os patamares anteriores às notícias”, pontua.
Informações: InfoMoney.