Segundo comentários nos bastidores do segmento, a fábrica de celulose pode ser instalada entre os municípios de Santa Rita do Pardo e Bataguassu (MS)

Mato Grosso do Sul pode ‘ganhar’ a quinta fábrica de celulose segundo especulações recentes sobre o assunto. Conversas nos bastidores do segmento, apontam negociações da multinacional Portucel implantar a terceira indústria de papel na região do Bolsão. Se caso confirmar, o Estado pode totalizar cinco indústrias, e nos próximos anos deve se tornar a maior potência do setor no mundo.

A fábrica celulose pode ser instalada entre os municípios de Santa Rita do Pardo e Bataguassu (MS). Sendo assim, a região do Bolsão pode somar 4 indústrias, já que Três Lagoas conta com duas: a Suzano (com duas linhas) e a Eldorado, com uma linha, porém com projeto de expansão.

Mato Grosso do Sul é exemplo mundial quando o assunto é celulose. Três Lagoas, pioneira no setor no Estado, abriga duas indústrias e acabou se tornando ‘a professora’ de Ribas do Rio Pardo e Inocência que, em breve, também terão fábricas operando.

Ainda neste semestre, entra em operação mais uma indústria da Suzano em MS, a conhecida como ‘Projeto Cerrado’ que começa produzir em junho deste ano. Inocência também terá uma fábrica de celulose, do grupo chileno Arauco. As obras da unidade terão início em 2025.

Potência no setor

Ao todo, em 2028, Mato Grosso do Sul, estará operando com quatro fábricas de celulose e com a possibilidade de receber a quinta indústria, o Estado tem de tudo para se tornar a maior potência do setor no mundo. Com as indústrias, também vemos o crescimento do plantio de eucalipto que é a matéria-prima do setor e um negócio que está em alta no Brasil.

Ao todo, somando as plantações de eucalipto e de pinus, também utilizado para a produção de celulose no Brasil, são 9,9 milhões de hectares de área plantada no país. Temos hoje em média 1,8 milhão de árvores plantadas para fins industriais por dia.

Importante ressaltar que as áreas de cultivo acontecem principalmente em áreas previamente antropizadas, substituindo pastos de baixa produtividade por florestas cultivadas, manejadas com as mais modernas técnicas e amplamente apoiadas pela ciência.

O setor vem se consolidando há décadas como um modelo de bioeconomia em larga escala, se submetendo voluntariamente a rigorosas certificações internacionais. Atua ao lado da sociedade para gerar valor compartilhado e crescimento mútuo, comprovando, todos os dias, a compatibilidade entre produzir e preservar.

Balança e Exportação

Em 2023, foram produzidas 24,2 milhões de toneladas de celulose, das quais 18,1 milhões foram exportadas. Desse montante, 49% foram destinados à China, 24% à Europa, e 15% à América do Norte. O setor foi o quinto item da balança de exportação do agro.

De acordo com o IBA (Instituto Brasileiro de Atuária) os plantios de eucalipto estão localizados, principalmente, nas regiões sudeste e centro-oeste do país, com destaque para Minas Gerais (29%), Mato Grosso do Sul (15%) e São Paulo (13%).

A região sul do Brasil se destaca como principal fornecedor de madeira pinus, representando 89% do total. O Paraná lidera com a maior área plantada, uma extensão de 713 mil hectares, seguido por Santa Catarina, com 701 mil hectares.

O setor da celulose gerou 2,6 milhões de empregos diretos e indiretos em 2022 nos mais de mil municípios presentes, segundo a Rais (Relação Anual de Informações Sociais).

As exportações de celulose em 2023 geraram divisas no valor de US$ 7,9 bilhões. Os investimentos previstos somam R$ 67,4 bilhões até 2028.

Os recursos investidos do setor já são destinados para novas plantas, expansão das áreas cultivadas, pesquisa, desenvolvimento e inovação. Hoje, é aberta em média uma fábrica a cada ano e meio.

É o caso do Projeto Cerrado, que dará origem à nova unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo. A fábrica terá capacidade de produção de 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano. No total, a empresa está investindo R$ 22,2 bilhões no projeto, um dos maiores aportes da história da Suzano, que está em plena celebração de seu centenário.

Para além das novas fábricas, o setor investe consistentemente na modernização das plantas existentes, além de ampliação de áreas plantadas e ciência e tecnologia.

Informações: Perfil News / Imagem: divulgação.