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Paper Excellence pode trazer nova fábrica de celulose de R$ 20 bilhões para MS

Multinacional estuda instalar indústria do setor florestal em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais ou Mato Grosso

A multinacional Paper Excellence, parceira da J&F Investimentos na Eldorado, pode construir mais uma fábrica de celulose em Mato Grosso do Sul. Conforme apurou o Correio do Estado, o governador Eduardo Riedel (PSDB) reuniu-se com o empresário indonésio Jackson Wijaya, que teria demonstrado o interesse em investir por aqui. 

Ainda de acordo com fonte ouvida pela reportagem, o dono de mais de 60 fábricas espalhadas pelo mundo, ainda não teria definido a unidade da federação em que a unidade fabril própria será instalada. A diretoria da Paper estaria em conversas inciais com Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso. 

Conforme reportagem do jornal do Comércio, o aporte destinado a nova instalação seria em torno de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões). O veículo aponta Minas Gerais como o provável destino dos investimentos, mas que as conversas estariam em fase inicial. 

Correio do Estado apurou que a região Leste de MS, conhecida como vale da celulose, está no radar para receber os aportes. Entre os locais, a cidade de Três Lagoas seria uma das possibilidades, o município já abriga a fábrica da Eldorado Brasil Celulose, que é motivo de disputa judicial entre Paper Excellence e J&F Investimentos. 

Enquanto no estado vizinho, Mato Grosso, o alto do Taquari seria a porção estadual mais provável para receber o investimento. Já em Minas Gerais, a região sondada, conforme o jornal do Comércio, é a região Norte daquele estado.  

Reportagem do Valor Econômico explica que a Paper está interessada em estabelecer contratos de fornecimento de madeira para a futura fábrica, em vez de adquirir terras, considerando as restrições legais à compra por estrangeiros no País.

O empresário Jackson Wijaya, proprietário da Paper e neto do fundador do conglomerado asiático Sinar Mas,  se reuniu há um ano com sete governadores brasileiros em Nova York, e na época anunciou planos de crescimento no Brasil.

Na ocasião, o indonésio já expressou o desejo de expandir a Eldorado e investir em uma nova fábrica no País, com capacidade de 2,5 milhões de toneladas por ano.

Além da participação de 49,41% na Eldorado, que produziu 1,78 milhão de toneladas de celulose na fábrica de Três Lagoas (MS) no ano passado, a Paper possui seis fábricas de celulose e papel no Canadá, com uma produção anual de mais de 2,5 milhões de toneladas.

BRIGA JUDICIAL

A Paper e J&F Investimentos disputam 100% da empresa Eldorado Brasil Celulose na Justiça. Enquanto não há definição judicial, a estrangeira tem 49,5% das ações e a brasileira 50,5%.

A disputa foi travada em 2017 e desde então há uma “guerra” na esfera jurídica para definir o controle da empresa. Os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da J&F Investimentos, venderam a empresa por R$ 15 bilhões. 

A multinacional indonésia assinou um contrato para adquirir 100% das ações da empresa de celulose, pagando R$ 3,8 bilhões por 49,41% das ações da empresa brasileira. 

Conforme o contrato assinado entre as partes, a previsão era de que a Paper pagaria pelo restante das ações após a liberação das garantias das dívidas, o que deveria ocorrer dentro de um ano. Segundo a J&F, a empresa nunca liberou as garantias e o prazo venceu em setembro de 2018. 

Ainda de acordo com o grupo brasileiro, a multinacional alegou que os vendedores não colaboraram para que ela cumprisse a condição que a permitisse comprar 100% da Eldorado. Por outro lado, a Paper diz que, com a alta do valor da celulose no mercado externo, a J&F tentou renegociar valores do contrato, o que não foi aceito pela Paper. 

Ações judicias tramitam em diferentes instâncias tanto da Justiça Federal quanto em tribunais de Justiça Estadual e por enquanto não existe previsão para solução da disputa.

Enquanto isso, a promessa de investimento da ordem de R$ 15 bilhões para dobrar a capacidade da empresa segue somente no papel.

Conforme já publicado pelo Correio do Estado, em um ano marcado pelo acirramento da “guerra judicial” pelo controle da empresa, a Eldorado Brasil Celulose, de Três Lagoas, fechou 2023 com lucro líquido de R$ 2,3 bilhões, conforme dados divulgados pela empresa no início de março deste ano. 

Isso significa lucro diário de R$ 6,3 milhões, ou R$ 262 mil por hora. Somente no último trimestre do ano o lucro foi de R$ 444 milhões, ante R$ 24 milhões no trimestre anterior, quando as atividades sofreram interrupção para serviços de manutenção. 

Estado se consolida como vale da celulose 

Atualmente, Mato Grosso do Sul opera com uma capacidade instalada de produção de 4,9 milhões de toneladas anuais de celulose nas três linhas em funcionamento no município de Três Lagoas, sendo duas da Suzano e uma da Eldorado.

A capacidade produtiva já deve ser ampliada em mais 2,9 milhões de toneladas a partir do próximo mês, com a entrada em operação do Projeto Cerrado, da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, cuja inauguração está prevista para junho, conforme o cronograma.

Até 2028, está previsto o início da operação da primeira linha da Arauco, em Inocência, com capacidade de processamento anual de 2,5 milhões de toneladas de celulose.

Conforme já publicado pelo Correio do Estado, há ainda as já planejadas segundas linhas da Eldorado Celulose, em Três Lagoas (com capacidade de produção prevista de 2,3 milhões de toneladas por ano), e da Arauco, em Inocência (fábrica que poderia gerar 2,5 milhões de toneladas de celulose por ano).

A reportagem também adiantou, na edição de 4 de maio, que os municípios de Figueirão e Alcinópolis são apontados como possíveis próximos endereços para a instalação de uma nova indústria de celulose em Mato Grosso do Sul. 

Atraída pelos incentivos fiscais, a localização e o ambiente favorável, a implantação de um novo megaempreendimento contribui para o fortalecimento do Vale da Celulose no Estado.

Ainda não confirmado, o novo empreendimento seria fruto de negociações da multinacional Portucel Moçambique, empresa criada pela portuguesa The Navigator Company.

Em webinário promovido pelo Itaú BBA, no início deste ano, o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, disse que a base florestal de eucalipto em Mato Grosso do Sul ainda tem espaço para crescer.

“A expansão pode ser ainda mais rápida, pois 4,9 milhões de hectares atualmente ocupados por pastagens a serviço da pecuária poderiam ser convertidos para florestas plantadas, em que o processo de conversão seria rápido em termos de Capex, solo, entre outros fatores”, disse.

O economista Eduardo Matos, avalia que a chegada de novas plantas de celulose trazem desenvolvimento para todo o Estado.

“É importante citar que, quando uma grande indústria se instala em um local, antes mesmo do início de suas operações, traz a reboque diversos empreendimentos, uma vez que haverá um aumento do fluxo monetário no local, abrindo a oportunidade para outras empresas, sejam elas fornecedores diretas ou indiretas da fábrica, além daqueles que visam atender os novos colaboradores, ou seja, fortalece o fluxo circular da renda”, acrescenta o economista.

Informações: Correio do Estado.

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CMPC investirá R$ 25 bi em nova fábrica de celulose no RS

Assim que confirmado, o valor deve se tornar o maior investimento privado da história no estado

O grupo chileno CMPC, segundo maior produtor mundial de celulose, deverá confirmar em breve, conforme fontes do mercado, investimento de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 25 bilhões) para erguer uma nova fábrica de celulose de eucalipto, em Barra do Ribeiro (RS), o que faria dele o maior investimento privado do Estado. A nova linha terá capacidade para processar 2,5 milhões de toneladas por ano.

No setor, a expectativa é que o anúncio do projeto seja feito ainda nesta semana, quando um protocolo de intenções deve ser assinado com o governo do Rio Grande do Sul, conforme apurou o Valor Econômico.

Em Barra do Ribeiro, a CMPC é proprietária da Fazenda Barba Negra, onde opera um viveiro de mudas e um laboratório de pesquisa genética com eucalipto. No total, a companhia possui mais de mil propriedades, em 73 municípios, com área total de 496 mil hectares, dos quais 210 mil hectares de preservação e o restante voltado ao cultivo de eucalipto.

CMPC já produz celulose no Brasil, em sua fábrica de Guaíba, região metropolitana de Porto Alegre. No ano passado, a companhia anunciou investimento de R$ 2,75 bilhões para ampliação dessa planta. Com o projeto, a capacidade produtiva da unidade aumentará em 18%, o que representa acréscimo de cerca de 350 mil toneladas de celulose por ano.

Além do aumento da capacidade, um dos principais investimentos na planta de Guaíba foi voltado a torná-la uma das mais sustentáveis do Brasil no setor de celulose. Segundo a empresa, as ações previstas devem reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Uma delas é a revisão e repotencialização do sistema de coleta de gases, tornando-o mais eficaz e “tendo o melhor sistema de tratamento de gases do setor no País e um dos melhores do mundo”. Outra medida que contribuirá com os indicadores de meio ambiente é o desligamento da caldeira de força a carvão e a instalação de uma nova caldeira de recuperação 100% limpa.

O grupo CMPC completou 100 anos de atuação em 2020 e conta atualmente com mais de 17 mil colaboradores em 46 unidades industriais de oito países da América Latina. Presente no Brasil desde 2009, a CMPC produz, por ano, cerca de 2 milhões de toneladas de celulose – matéria-prima utilizada na fabricação de produtos de higiene pessoal (tissue), de embalagens e de vários outros itens presentes no cotidiano das pessoas. Maior indústria do Rio Grande do Sul, conforme o índice VPG (Valor Ponderado de Grandeza), a companhia conta com 6,6 mil profissionais atuando em suas operações industriais, florestais e portuárias.

Em 2022, a multinacional chilena assumiu o controle das operações de três unidades industriais da Iguaçu Celulose e Papel. Com esse movimento, a CMPC passa a operar no Brasil com suas três linhas de atuação – a de embalagens sustentáveis (biopackaging) soma-se aos negócios de celulose, com a unidade industrial de Guaíba, e de Papéis Tissue, com a Softys.

Localizadas nos Estados do Paraná (Piraí do Sul e São José dos Pinhais) e de Santa Catarina (Campos Novos), as plantas adquiridas têm capacidades anuais de fabricação de agregados de 105 mil toneladas de celulose; 120 mil toneladas de papel sack-kraft; 21 mil toneladas de papéis especiais, além de linhas de conversão para produzir 500 milhões de unidades de sacolas de papel por ano. Com elas, a CMPC aumenta a capacidade de produção anual de sacos de papel para cerca de 1,5 bilhão de unidades, consolidando-se como o segundo player global nesse setor.

Informações: Revista O Empreiteiro.

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