António Redondo apela à ajuda de todos neste desígnio de “valorizar uma espécie única de que Portugal se pode e deve orgulhar”.
O presidente executivo (CEO) da Navigator, António Redondo, defendeu esta segunda-feira o aumento da área para a plantação de eucalipto em Portugal, de forma a garantir a sustentabilidade da empresa.
“Para continuarmos a ser sustentáveis precisamos de ter mais floresta plantada de eucalipto”, disse o gestor, durante as comemorações dos 70 anos da fábrica da Navigator em Cacia, Aveiro.
No seu discurso, António Redondo disse que é preciso “desmistificar aquilo que as pessoas pensam acerca da espécie, condenando-a por desconhecimento”. E apelou à ajuda de todos neste desígnio de “valorizar uma espécie única de que Portugal se pode e deve orgulhar”.
Questionado pela Lusa sobre este assunto, o gestor não quis alongar-se, mas fonte da empresa disse que, atualmente, há um défice de matérias-primas florestais como o eucalipto, pinheiro e sobreiro, que no futuro vai ter consequências na indústria da celulose.
A expansão de eucaliptais tem sido vista pelos ambientalistas e alguns partidos políticos como um dos problemas que tem contribuído para os incêndios florestais em Portugal, levando o Governo a criar condicionantes à plantação ou replantação de eucaliptos.
O presidente executivo da Navigator anunciou ainda para o primeiro semestre de 2024 a entrada em funcionamento de uma unidade, na fábrica de Cacia, para a produção integrada de peças de celulose moldada de eucalipto para a indústria alimentar.
“Vamos contribuir por isso para a desplastificação”, referiu o mesmo responsável, acrescentando que esta unidade vai produzir 100 milhões de embalagens por ano destinadas a substituir embalagens de plástico no mercado do ‘food service’ e ‘food packaging’.
Em 23 de julho de 1953 iniciou-se a produção na fábrica de Cacia da então Companhia Portuguesa de Celulose (CPC), antecessora da The Navigator Company.
Atualmente, o complexo industrial de Cacia integra uma central de cogeração a biomassa associada à fábrica de pasta e uma central termoelétrica de biomassa para a produção de energia renovável.
De acordo com dados da empresa, em 2022 saíram deste complexo industrial perto de 200 mil toneladas de pasta de papel e cerca de 50 mil toneladas de ’tissue’ (utilizado em papel higiénico, lenços de papel ou papel de cozinha) para mais de 40 países em todo o mundo.
A Navigator é a terceira maior exportadora em Portugal e a maior geradora de Valor Acrescentado Nacional, representando aproximadamente 1% do Produto Interno Bruto nacional, cerca de 3% das exportações nacionais de bens, e mais de 30 mil empregos diretos, indiretos e induzidos.
Em 2022, a The Navigator Company teve um volume de negócios de 2,465 mil milhões de euros. Mais de 80% dos produtos do grupo são vendidos para fora de Portugal e têm por destino aproximadamente 130 países.
Fonte: Diário de Notícias