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Henrique Sloper: um legado familiar de madeira e sustentabilidade na Fazenda Camocim

Empresário não só preserva o legado do avô, mas continua a moldar o futuro da propriedade, mantendo viva a conexão entre a produção de madeira e o respeito ao meio ambiente

O empresário Henrique Sloper estará presente no espaço “Espírito Arquitetura” durante a Feira Espírito Madeira – Design de Origem 2024, oferecendo ao público cafés especiais da Fazenda Camocim. O evento será realizado de 07 a 09 de novembro, no Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, o “Polentão“, em Venda Nova do Imigrante, nas Montanhas Capixabas.

A história do empresário e ex-presidente da Brazil Specialty Coffee Association (BSCA) com a madeira é muito mais antiga e profunda, sendo parte essencial de sua trajetória pessoal e profissional. Sloper cresceu em meio a um ambiente que valorizava as florestas e a sustentabilidade, uma herança de seu avô, Olivar Araújo, um visionário no setor agroflorestal e um dos conselheiros da Aracruz Celulose desde a criação da empresa.

A Fazenda Camocim, no distrito de Aracê, Domingos Martins (ES), onde Henrique hoje cultiva seus premiados cafés, começou como uma agrofloresta voltada à produção de madeira de pinus e eucalipto. Originalmente, foi o local de nascimento da Aracruz Agroflorestal, uma iniciativa pioneira que buscava aproveitar as terras para o cultivo de madeira. Com a chegada do empresário norueguês Erling Lorentzen nos anos 1980, a empresa se transformou em Aracruz Celulose (atual Suzano), focando na produção de celulose branqueada de eucalipto. 

O avô de Sloper desempenhou papel fundamental nessa transição, ajudando a moldar o que se tornaria um dos maiores empreendimentos de celulose do país. Com o passar do tempo, a Fazenda Camocim passou por um processo de reflorestamento, impulsionado pelos contratos de fomento florestal da Aracruz Celulose, que exigiam o cumprimento rigoroso do Código Florestal. 

“Todo o processo de recuperação feito aqui está relacionado aos contratos que mantenho até hoje, ainda envolvendo o cultivo de eucalipto da época. Nos contratos de fomento florestal com a Aracruz, era obrigatório recompor a reserva legal, proteger as áreas ao redor de lagos e rios, e seguir as exigências do Código Florestal. Caso contrário, o contrato não seria firmado”, afirma o empresário.

Henrique herdou esse compromisso com a preservação e o manejo sustentável das terras, transformando a propriedade em uma referência em agroflorestas. Através de projetos de reflorestamento que misturam árvores nativas e exóticas, ele manteve o equilíbrio entre a produção de madeira e a preservação ambiental. Hoje, a fazenda possui sete reservatórios de água, sendo totalmente autossuficiente em recursos hídricos, um feito raro em muitas regiões do Brasil.

A paixão de Sloper pela madeira é uma herança de seu avô, um “colecionador de árvores” que trouxe espécies de diferentes partes do mundo para enriquecer as florestas da Camocim. Essa dedicação o inspirou a seguir com o legado familiar, integrando a produção sustentável de café à sua visão de agrofloresta. A participação na Feira Espírito Madeira reforça essa ligação com o setor madeireiro, um setor que ele conhece desde a infância. “Aqui tenho árvores do mundo inteiro, entre florestas exóticas e nativas. Esse legado de reflorestamento é o que nos inspira a continuar”, destaca o empresário.

Além do cultivo de café, o empresário está em vias de transformar os resíduos de eucalipto da fazenda em uma nova agrofloresta, reafirmando seu compromisso com a sustentabilidade. A recente parceria com a Suzano permitirá o corte e a remoção de mais de 75 hectares de eucalipto da fazenda, abrindo espaço para novos projetos agroflorestais. Os cafés da Camocim, além de premiados, refletem essa união entre sustentabilidade e excelência, algo que Sloper leva com orgulho para eventos como o Espírito Madeira. O empresário Sloper não só preserva o legado de seu avô, mas continua a moldar o futuro da Fazenda Camocim, mantendo viva a conexão entre a produção de madeira e o respeito ao meio ambiente.

A Feira

Com o objetivo de conectar toda a cadeia produtiva da madeira em um único evento – da área florestal até o alto design – empresários do setor idealizaram a Espírito Madeira, o mais completo evento do setor produtivo de madeira do Brasil, que teve sua primeira edição em 2023. Organizada pelo Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau, a Feira tem o apoio de grandes instituições e reúne palestras, paineis e workshops para diferentes públicos, ministrados por profissionais altamente qualificados, além da feira de negócios, com 60 expositores confirmados e expectativa de gerar R$ 45 milhões em negócios.

O sucesso de público e volume de negócios, na primeira edição, reforçou a importância de um evento setorizado na região que é bastante conhecida por seu potencial turístico e de grande valor para o agronegócio nacional. É uma oportunidade tanto para empresários como para consumidores finais, para que conheçam as tendências do mercado, as novidades em produtos, serviços e legislações.

Além das oportunidades de negócios e discussões estratégicas, a programação da Espírito Madeira 2024 traz 30 madeireiras da região Amazônica, através do Centro de Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), o Espaço Maker, as Olimpíadas da Madeira, com disputas de machado e serrote; o Dia de Campo Penzasaur, em Pindobas, onde os visitantes terão a chance de vivenciar uma experiência prática na floresta, no contraturno da Feira; o espaço “Espírito Arquitetura”, com curadoria de Paulete Almeida e participação do Café Camocim; o espaço “Faça Você Mesmo”, com oficina de casaca; além de exposição de ferramentas antigas e shows musicais. O evento também vai destacar inovações sustentáveis na construção, florestas nativas plantadas, construções modulares, que utilizam madeira integrada com aço, vidro ou pedras ornamentais, e design de ponta.

No ano passado, a edição de estreia impactou mais de 10 mil pessoas, movimentando mais de R$ 26 milhões em negócios, evidenciando o papel vital da Espírito Madeira na promoção e impulsionamento da indústria da madeira no cenário nacional. Além disso, com 40 palestrantes e mais de 51 horas de programação.

*Presenças confirmadas: Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes)/Governo do Estado do Espírito Santo, Associação dos Artistas e Artesãos em Madeira (Amade), de Pomerode (SC), Associação Capixaba de Tecnologia (Act!On), BMV, Centro de Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Departamento de Ciências Florestais e da Madeira da Ufes, Sistema Faes/Senar/Sindicatos, Heringer, Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), Câmara Setorial da Indústria Moveleira da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes/Sesi/Senai), Fuste Woodtech (Consultoria Marcenaria Madeira), HFort, Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Jowat Adesivos, Maciel Soluções Empresariais, Maretto Produtos e Serviços Florestais, Minusa Forest, Nicola Marcenaria & Design, Paulete Almeida Arquitetura, PenzSaur, Placas do Brasil, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Serviço Nacional da Indústria (Senai), Sindi Rochas, Sindicato das Indústrias de Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte (Sindimol), SindMadeira, Sindicato da Indústria Moveleira de Colatina (SindMóveis), Torabras, Teak Resources Company (TRC), Vantec, Prefeitura Municipal de Venda Nova do Imigrante.

Serviço:

Espírito Madeira – Design de Origem 2024

Data: 07 a 09 de novembro

Local: Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, o “Polentão”, em Venda Nova do Imigrante (ES)

Horário de funcionamento: 13h às 21h

*Entrada gratuita

Programe-se e venha para a Espírito Madeira 2024!

Acesse a programação completa do evento no site https://espiritomadeira.com.br/ e confira também o Instagram: @espiritomadeiraoficial

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Por que o Paquistão é a chave para a crise global das madeiras nobres!

Artigo de Jason Ross.

Mais de 6 milhões de metros quadrados de madeira, no valor de milhares de milhões de dólares numa das florestas mais produtivas do mundo, estão a deteriorar-se devido à má gestão, com as autoridades paquistanesas  a ceder à pressão externa e a não conseguirem  “executar a gestão científica das florestas”. 

As preocupações dizem respeito às florestas outrora governadas por Alexandre, o Grande, nas regiões de Hazara e Malakand, no noroeste do Paquistão, que faz fronteira com o Afeganistão controlado por Tailban.

A área em questão abrange uma área florestal, “aproximadamente equivalente à Áustria” em tamanho, e poderá representar até 10 mil milhões de dólares em exportações para os termos de comércio do Paquistão durante a próxima década.

A região produz uma variedade de madeira de qualidade de espécies de madeira nobre, incluindo shisha, nogueira, carvalho e freixo, com a decisão de não exercer a “gestão florestal sustentável”, resultando em até 3,7 milhões de metros cúbicos de madeira valiosa apodrecendo nas florestas.

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As florestas fazem fronteira com o Afeganistão controlado pelo Taleban. Num artigo especial, o jornalista e fotógrafo Kern Hendricks cobriu os desafios enfrentados pelo Afeganistão e o seu conflito. Aqui, travessas ferroviárias de madeira são empilhadas para serem contrabandeadas através da fronteira com o Paquistão. (Crédito da foto: Kern Hendricks)

Em Outubro passado, a Wood Central revelou que as florestas localizadas no corredor Afeganistão-Paquistão alimentaram durante décadas um comércio crescente de madeira de conflito – com “travessas” ferroviárias de madeira contrabandeada exportadas do Paquistão e financiando o terror em toda a região.

Agora, os responsáveis ​​de Khyber Pakhtunkhwa – perto da região – estão preocupados com a decomposição de uma grande quantidade de madeira – que afirmam ser alimentada pelas alterações climáticas. 

Tal como o Afeganistão, o Paquistão participa na Iniciativa Cinturão e Rota da China, com as exportações regionais terminando nas cadeias de abastecimento chinesas e exportadas para os mercados globais.

Tal como relatado pela Dawn, com sede no Paquistão , “até 80% do rendimento gerado pela venda de madeira foi para os bolsos dos habitantes locais, enquanto os restantes 20% foram para o gatinho provincial”.

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O Paquistão, tal como o Afeganistão, é membro da Iniciativa Cinturão e Rota Chinesa. Pelos números, a área florestal total dos países da BRI representa 30,5% da área florestal global,  com o comércio total de produtos florestais entre os países a crescer de 48 mil milhões de dólares em 2013 para 72 mil milhões de dólares em 2021.

Os problemas surgem de uma proibição imposta em 1993 pelo antigo governo paquistanês para interromper a gestão científica das florestas, originalmente uma medida provisória de dois anos “para melhorar a capacidade do pessoal do departamento florestal, bem como a estrutura organizacional e a colheita mecanizada”.

No entanto, a proibição – que deveria expirar em 1995 – não foi levantada nos 22 anos seguintes, segundo as autoridades, “devido à indiferença do governo em relação à colheita das árvores “mortas, moribundas, doentes ou derrubadas pelo vento” das florestas da província.

Finalmente, em 2015, a proibição foi levantada, com o Departamento de Mudanças Climáticas e Florestais em Linhas Científicas aprovado planos de trabalho para cada floresta. De acordo com os planos de trabalho, os funcionários marcaram árvores mortas, moribundas, doentes ou derrubadas pelo vento e árvores maduras para colheita. 

No entanto, as autoridades disseram que o departamento não conseguiu executar o plano de trabalho devido à “burocracia verde e vermelha” de grupos ambientalistas anti-desmatamento e à hesitação no apoio do governo.

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Curvas em gancho cobram através de uma plantação de árvores em Buner, no noroeste do Paquistão.

A Wood Central entende que o departamento não conseguiu executar os planos de trabalho devido à “pressão” das redes sociais. Agora, as autoridades expressaram preocupações de que, ao ceder” às pressões externas, o governo esteja a promover um ambiente onde a gestão científica das florestas é questionada.

Eles disseram que alguns usuários das redes sociais até mostraram o “abate legítimo de árvores como obra da máfia madeireira”.

Contactado, o Secretário do Departamento de Alterações Climáticas e Florestas, Nazar Hussain Shah, disse que as competências dos funcionários florestais em matéria de gestão científica foram afectadas devido à proibição da colheita florestal desde 1992.

Ele disse que a colheita de florestas em linhas científicas estava a acontecer em todo o mundo, o que era bom para a saúde das florestas: “A maioria dos países desenvolvidos, incluindo a Alemanha e o Canadá, ganhavam milhares de milhões de dólares anualmente com a exportação de madeira”.

“Se a madeira não for exportada, ficará podre, o que tem acontecido nos últimos 22 anos, desde a proibição imposta à colheita”, disse o secretário Shah.

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Funcionários do Departamento Florestal de Khyber Pakhtunkhwa observam a floresta no Vale do Swat, no noroeste do Paquistão.

Só em Malakand, 34 mil metros cúbicos de madeira, com um valor de mercado de cerca de 7 milhões de dólares, são desperdiçados na floresta e necessitam urgentemente de transporte. “Outras 70 mil cúbicas de madeira também estão localizadas na região de Malakand-III, o que pode gerar 17,7 milhões de dólares a preço mínimo”, segundo um responsável que falou com Dawn durante a noite. 

Além da madeira marcada na região, disse o responsável, milhões de metros cúbicos adicionais de madeira foram amadurecidos e prontos para colheita. 

Ainda assim, não puderam colher porque o governo provincial não os apoiava devido à pressão de organizações que trabalham contra a desflorestação.

Ele disse que a gestão científica das florestas estava “limitada apenas ao papel”, com “praticamente nenhuma gestão científica” em toda a cobertura florestal.

Esta decisão teve implicações significativas não só para a produção sustentável de madeira, lenha e outros produtos florestais menores, mas também para uma melhor saúde e higiene das florestas, a fim de reduzir os riscos de incêndios e catástrofes de inundações.

“A colheita dessa madeira não só melhorará a saúde e a higiene das florestas, mas também aumentará a sua produção”, disse ele, antes de acrescentar que a província produz a madeira da melhor qualidade do mundo, incluindo deodar, kail, abeto/abeto e chir, que eram todas madeiras macias de espécies de pinheiro.

  • Jason RossJason Ross
  • Jason Ross, editor, é um profissional de construção há 15 anos, conectado com mais de 400 especificadores. Recebedor da Gottstein Fellowship, ele é apaixonado pelo crescimento do mercado de informações baseadas em madeira. Jason é o mestre de cerimônias interno da Wood Central e está disponível para serviços de anfitrião corporativo e MC.

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