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‘Fogo subterrâneo’: conheça fenômeno que tem atrapalhado o combate ao incêndio no Pantanal

Apenas no primeiro semestre deste ano, uma área equivalente a 680 mil campos de futebol já foi consumida pelo fogo

O Pantanal está enfrentando uma grave situação de incêndios. Apenas no primeiro semestre deste ano, uma área equivalente a 680 mil campos de futebol já foi consumida pelo fogo, que, segundo o SOS Pantanal, deve piorar até o final do ano. Até então, algo em particular tem atrapalhado o combate às chamas: o “fogo subterrâneo”. 

O fenômeno é resultado de processo natural do próprio bioma. Segundo explicou Gustavo Figueirôa, biólogo e diretor de comunicação da ONG, o “fogo subterrâneo” ocorre devido ao acúmulo de matéria orgânica altamente inflamável, a turfa.

“Durante os períodos de secas e cheias nas estações da região, vão se criando camadas de matéria orgânica no solo. Imagina toda essa matéria acumulada ao longo de vários anos, é o ambiente propício para focos de incêndios. E uma característica do Pantanal que dificulta o combate aos incêndios, é o fogo de turfa ou ‘fogo subterrâneo’, que queima sem que as pessoas percebam, nas camadas mais profundas de toda essa matéria orgânica”, disse ele, em entrevista ao Ministério Público do Mato Grosso.

De acordo com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), esse tipo de incêndio ocorre na camada superficial da floresta, até cerca de 15 centímetros acima do solo mineral, afetando o material orgânico em decomposição. Devido à baixa disponibilidade de oxigênio, o fogo se desenvolve lentamente, sem chamas e com pouca fumaça. O calor intenso e persistente causa destruição uniforme no solo. 

Segundo especialistas ouvidos pela Deutsche Welle, o fogo subterrâneo pode se transformar em outros tipos de incêndio, quando em contato com diferentes combustíveis. Assim, o fogo sobe à superfície e atinge as copas das árvores.

Outras características do “fogo subterrâneo”:

  • Incêndios no subsolo podem se reacender facilmente com a acumulação de folhas secas e resíduos no chão; 
  • A água não consegue extinguir completamente esse tipo de fogo, por não alcançar todas as áreas afetadas;
  • O “fogo subterrâneo” prejudica a microbiologia do solo, queimando as raízes e estimulando a erosão do solo. 

Devido ao fato de o combustível para esses incêndios estar armazenado sob o solo há anos, localizá-los e combatê-los é extremamente difícil. Para tanto, seria necessário retirar toda a camada de solo fumegante para combater o fogo de maneira eficaz.

Queimadas no Pantanal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liberou crédito extraordinário de R$ 137,6 milhões para atenuar os efeitos da seca e combater os incêndios no Pantanal. Assegurado pela Medida Provisória (MP) 1.241/2024, os recursos serão distribuídos entre os ministérios do Meio Ambiente, de Defesa e de Justiça. O decreto foi publicado no Diário Oficial da União na sexta-feira, 12.

Os recursos deverão custear a contratação de brigadistas, a aquisição de equipamentos de proteção individual, o pagamento de diárias e passagens, e o aluguel de transportes terrestres e aéreos.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima receberá a maior parcela dos recursos, aproximadamente R$ 72,25 milhões. Desse montante:

  • R$ 38,14 milhões irão para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para ações de prevenção e controle de incêndios florestais em áreas federais prioritárias; 
  • R$ 34,1 milhões serão destinados ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para proteção e recuperação da biodiversidade e combate ao desmatamento e incêndios.

O Ministério da Defesa deve receber R$ 59,65 milhões para a atuação conjunta ou combinada das Forças Armadas.

  • O Exército utilizará os recursos para adquirir rastreadores, geradores, materiais de combate a incêndio, tratores de esteira e grades aradoras;
  • A Marinha investirá em drones para sensoriamento térmico e no estabelecimento de estações de tratamento de água, entre outros.

O Ministério da Justiça contará com R$ 5,72 milhões. A Polícia Federal aplicará R$ 3,75 milhões em passagens aéreas, abastecimento de viaturas e aeronaves, e também no transporte de geradores, instrumentos de comunicação, helicópteros e aviões.

O Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) receberá R$ 1,97 milhão, que será utilizado para diárias, passagens aéreas, abastecimento e manutenção de viaturas para 80 profissionais em 60 dias de operações no Mato Grosso do Sul.

Informações: Terra.

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Pantanal em chamas: MS decreta emergência após incêndios florestais

Principais focos das chamas são áreas do Pantanal. Estado enfrenta seca excepcional em bacias hidrológicas e sofre com queimadas

O governo do Mato Grosso do Sul (MS) decretou, nesta segunda-feira (24/6), situação de emergência nos municípios atingidos por incêndios florestais, principalmente na região do Pantanal. O decreto, publicado no Diário Oficial do estado, tem prazo de 180 dias.

O objetivo do documento de emergência é promover um combate mais rápido e eficaz contra as chamas. Em caso de risco iminente, os agentes poderão adentrar as casas para prestar socorro, determinar a evacuação e usar propriedade particular.

O Centro Nacional de Monitoramento de Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) indica que as bacias afluentes às estações de medições fluviométricas dos municípios de Ladário e de Porto Murtinho – banhados pelo Rio Paraguai – estão em condições de seca hidrológica excepcional.

Segundo o governo do estado, o período de seca que o Mato Grosso do Sul enfrenta, com estiagem prolongada em grande parte do território, acarretou aumento exponencial dos focos de calor. Além disso, as queimadas para agropecuária pantaneira causaram prejuízos expressivos, tanto nas perdas econômicas, como na questão ambiental, seja em relação à vegetação, ao solo, à fauna, aos bens materiais ou, ainda, à segurança da vida humana.

Informações: Metrópoles.

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Queimadas no Pantanal crescem 898% neste ano e bioma já acumula maior número desde 2020, aponta análise da WWF-Brasil

Organização alerta que temporada de seca ainda está em seu início, uma vez que os incêndios se concentram entre os meses de agosto e outubro, com pico em setembro

O clima é de alerta no Pantanal. Com chuvas abaixo das médias históricas desde o ano passado e a seca extrema impulsionada pelo El Niño, o bioma registrou neste ano um aumento de 898% no número de queimadas em comparação com o mesmo período de 2023. É o que aponta uma análise da ONG WWF-Brasil baseada em dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Com 880 focos de queimada, o valor acumulado nos primeiros cinco meses de 2024 é o segundo maior dos registros nos últimos 15 anos, ficando atrás somente de 2020, quando foram reportados 2.128 casos.

O cenário de seca severa no bioma preocupa ambientalistas que ressaltam a possibilidade de aumento do número de incêndios de grande escala, comparáveis aos que devastaram 30% da área natural do bioma há quatro anos. No mês passado, foram registrados 246 focos de queimadas no Pantanal, contra 33 em maio de 2023. O material destaca que a preocupação se dá pelo fato de a temporada de seca ainda estar em seu início, uma vez que os incêndios no bioma se concentram entre os meses de agosto e outubro, com pico em setembro.

— Em 2020, tivemos aquele fogo catastrófico e as análises atuais mostram que os números estão muito parecidos com o que tínhamos naquele ano — alerta Cyntia Santos, analista de conservação da WWF.

Santos diz ser preciso atuar rapidamente, reforçando as brigadas e contando com o apoio das comunidades locais, para “evitar uma catástrofe”. A pesquisadora aponta que a falta de chuvas, a pouca quantidade de água no território e o acúmulo de matéria orgânica seca são características do solo pantaneiro que propiciam queimadas.

A análise indica que as chuvas escassas e irregulares nos primeiros meses do ano foram insuficientes para transbordar rios e conectar lagos e o Rio Paraná, o principal do bioma.

Os dados do Inpe apontam também o crescimento do número de focos de queimada em outros biomas brasileiros. Na Amazônia, foram registrados 10.647 casos nos cinco primeiros meses deste ano, um aumento de 107% em relação ao mesmo período no ano passado (5.103). O valor é 131% superior à média dos três anos anteriores (4.580).

Já no Cerrado, foram registrados 8.012 focos de queimadas nos cinco primeiros meses do ano, um aumento de 37% em comparação com o mesmo período do ano passado (5.850) e 35% superior à média dos três anos anteriores (5.956).

Especialista em conservação do WWF-Brasil, Daniel Silva ressalta a importância de políticas públicas de preservação de todos os biomas para o combate dos efeitos das mudanças climáticas.

— Os biomas são interdependentes quando se trata das consequências da crise climática. Assim, a conversão e o desmatamento do Cerrado geram desequilíbrios para a Amazônia e o Pantanal, afeta a disponibilidade hídrica em outros ecossistemas e contribui até tempestades como as que afetaram o Rio Grande do Sul no mês passado — aponta Silva.

Informações: O Globo.

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Exclusivo – Mais de 5 mil focos de incêndios em todo o Brasil; 1 milhão de hectares queimados só no Pantanal

No Pantanal, o fogo já consumiu mais de 1 milhão de hectares neste ano – o triplo do que foi registrado em 2022, conforme dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa/UFRJ). Somente nos primeiros 15 dias de novembro foram 3.024 focos, o pior registro para o mês na série histórica desde 2002, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Na última terça-feira (14), os governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul decretaram ambiental devido aos incêndios que avançam. Equipes de bombeiros dos dois estados atuam com ações de apoio aéreas e por terra para o enfrentamento e combate aos incêndios das regiões, envolvendo centenas de oficiais da Corporação, além de órgãos estaduais e federais, e voluntários.

Na linha de frente do combate às chamas no Pantanal mato-grossense, o Coronel do Corpo de Bombeiros Militar, Paulo Barroso, descreve o que é possível ver a olho nu, ao chegar nas áreas afetadas. “O cenário é de morte. É a vida se perdendo, a fauna e a flora se queimando em chamas. Não conseguimos afirmar isso ainda, pois precisamos de alguns estudos mais precisos, mas neste ano, por exemplo, estamos encontrando menos animais mortos decorrentes dos incêndios, isso pode ser um forte indicativo, que esse bioma ainda nem se recuperou dos incêndios de 2020”, informou.

“Por aqui seguimos no combate, porém há muito que se fazer ainda! É algo que no momento precisamos de um maior reforço, e olhar por parte dos órgãos governamentais, tanto para o combate ao fogo, como também a recuperação de animais que resgatamos e encaminhamos a ONGs, por exemplo. E para esse serviço ser mais efetivo, resumimos e ressaltamos o seguinte: sem preventivos, sem sucesso. Sem inteligência, sem resultados e com altos custos. Sem compromisso, sem natureza!”, enfatiza Barroso.

Segundo informou Barroso, as ações que se iniciaram no começo de outubro, ainda não tem previsão para encerramento, devido às dificuldades para o controle das chamas que tem se alastrado na região, e diz: “Contamos também com a chegada das chuvas, para que possa ajudar nesses trabalhos, e acalmar toda essa situação. Esperamos muito por isso”.

Pouca chuva e os efeitos do El Niño teriam relação com o recorde de focos de fogo em pleno período chuvoso, que compreende entre os meses de outubro a março, segundo especialistas. Durante esses meses, as temperaturas tendem a ficar mais elevadas, enquanto a chuva ocorre de maneira irregular, com ‘pancadas’ associadas ao forte calor, sem acumular valores significativos que possam combater os focos de incêndio. Segundo estudos feitos na região, raios também provocaram os incêndios florestais. Porém, incêndios com origem criminosa, também estão sendo investigadas.

Planos dos Governos

O Governo de Mato Grosso anunciou no plano de trabalho integrado com o Governo Federal, que, além de ampliar o efetivo na região, com mais brigadistas, aeronaves e embarcações, maquinários apreendidos pelo Governo do Estado serão empregados nas ações em campo para a preservação da fauna e flora do bioma. Também entrará em operação o Posto de Atendimento a Animais Silvestres (PAEAS) Pantanal. O documento, entregue ainda terça-feira ao Ministério de Meio Ambiente e de mais órgãos envolvidos, consiste em um plano conjunto de reforço às ações de combate aos incêndios, no Pantanal mato-grossense.

Aproximadamente 200 servidores estaduais e federais atuam neste momento na região, em oito frentes de combate ao fogo. Para orientar as equipes em campo, tanto o incêndio no Parque Nacional do Pantanal quanto no Parque Estadual Encontro das Águas é monitorado, por meio de satélites de alta tecnologia, 24 horas por dia. As ações contam ainda com o apoio de três aviões da Defesa Civil do Estado, helicópteros do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAer) e Ibama, 11 barcos, viaturas e caminhões-pipa.

No Pantanal do Mato Grosso do Sul, o trabalho de combate aos incêndios florestais está concentrado em três regiões onde o fogo atinge grandes proporções. A atuação dos militares do Corpo de Bombeiros ocorre principalmente na região norte próximo da divisa com o Mato Grosso – conhecida como Pantanal do Paiaguás -, outra frente de trabalho está localizada na região do Passo do Lontra e o terceiro ponto é na região do Rio Negro.

Uma reunião entre representantes do Governo do Estado realizada no início dessa semana, traçou estratégias para o combate a grandes incêndios florestais, entre as medidas foi definido o acionamento de aeronaves para apoio logístico e também aeronaves específicas de combate a incêndios florestais. Segundo informações divulgadas pela Agência de Notícias do Governo de MS, três aeronaves apoiam o trabalho de combate às chamas, duas delas ‘air tractor’ que transporta até 3 mil litros de água para áreas de difícil acesso, que atuam no Paiaguás e no Rio Negro (onde já foram queimados mais de 85 mil hectares).

Corredor de fogo

Repercutem nas redes, imagens gravadas na BR-262, que mostram o fogo consumindo a vegetação, e a fumaça invadindo a rodovia, o que dificultou o trajeto dos motoristas. Segundo equipe de brigadistas do Prevfogo, o incêndio foi registrado na região do Buraco das Piranhas – a cerca de 150 km de distância da área urbana de Corumbá (MS). Nas imagens é possível ver a a baixa visibilidade que o motorista enfrentou no momento, ao passar por parte do incêndio, no qual se formou um verdadeiro ‘corredor de fogo’. Os registros são desta última terça-feira (14).

Incêndios na BR-262 – Foto: Fausto Ruas

Além do Pantanal

O cenário também é bastante alarmante em outros estados brasileiros e países sul-americanos. Considerando os dados para este mês de novembro – atualizados até o dia 15. No Brasil, o Pará lidera com 5.230 focos de incêndio, seguido por Mato Grosso, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Ceará. Já no contexto sul-americano, o Brasil lidera com 16.116 focos, seguido por Bolívia, Paraguai e Argentina. A cidade de Poconé, em Mato Grosso, registrou o maior número de focos de incêndio, com 1.526, seguida por Corumbá em Mato Grosso do Sul.

Alarmante – Imagens das de regiões afetadas pelas chamas podem ser vistas do espaço

Imagem do satélite mostra concentração de dióxido de carbono, resultado dos incêndios das últimas horas na América do Sul – Foto: Windy.

Os incêndios que afetam o Brasil e países vizinhos da América do Sul em 2023 estão causando um impacto significativo e alarmante não apenas no Pantanal, mas também no bioma Amazônico e além. Imagens de satélite revelam uma vasta cobertura de fumaça, evidenciando a gravidade e a extensão das das chamas em áreas florestais na região. A situação que já ‘se arrasta’ por meses – no Pantanal há mais de 30 dias com maior intensidade –, representa uma grande ameaça ao bioma das áreas afetadas. Conforme imagens de satélites, uma densa camada de fumaça já cobre parte do Brasil e dos países vizinhos, afetando a qualidade do ar e colocando também em risco a saúde da população.

Orientações

O Corpo de Bombeiros alerta e orienta aos condutores moradores das proximidades dos locais afetados, a tomarem cuidado ao transitarem na região afetada, principalmente no período noturno, devido à visibilidade prejudicada pela densa fumaça. Além do risco de os veículos poderem ser atingidos pelo fogo.

Junte-se a luta para defender

Saiba como doar e ajudar a construir um futuro para esse incrível bioma. Pensando no presente e em um cenário futuro, o foco da ação do Instituto SOS Pantanal é estruturar brigadas rurais voluntárias por todo bioma, investindo no treinamento, doação de equipamentos adequados para o combate e integração com o corpo de bombeiros, para que as ações sejam ordenadas e eficientes, dando maior segurança para os brigadistas e mais agilidade ao combate às chamas. Mais informações acesse https://www.sospantanal.org.br/apoie/#doacoes ou envie e-mail para contato@sospantanal.org.br

PIX SOS Pantanal – financeiro@sospantanal.org.br.

Escrito por: Redação Mais Floresta.

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