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Na Amazônia, Mombak aposta em maior projeto de reflorestamento do mundo para remover carbono

A startup de créditos de carbono captou US$ 120 milhões de investimento visando escalar o plantio de mudas nativas e adquiriu uma área de 20 mil hectares no Pará

“Para chegar a emissões zero, não basta reduzir: empresas precisam investir em iniciativas de remoção de carbono” disse em entrevista exclusiva à EXAME, Gabriel Silva, um dos fundadores da Mombak, junto com Peter Fernandez. 

Isto porque, em um planeta que emite 50 bilhões de toneladas de gases estufa por ano, a empresa acredita que pelo menos 10 bilhões será com soluções naturais de retirada de CO2 da atmosfera — seja pela restauração de florestas, manguezais ou conservação de solos saudáveis.

Fundada em 2021, a startup especializada em gerar créditos de carbono a partir do reflorestamento nasceu do sonho da dupla em deixar um legado de impacto e criar uma nova indústria voltada a solucionar os desafios impostos pelas mudanças climáticas. Ambos vinham de uma jornada em gigantes de tecnologia: Gabriel, ex-CFO do Nubank, e Peter, ex-CEO do 99.

“Na época, eu me vi numa posição muito privilegiada de desenvolver algo relevante. Pelo meu histórico, eu tinha acesso a capital, talento, e já tinha uma experiência em empresas com crescimento exponencial”, contou Gabriel. 

Após um ano de dedicação e estudos de mercado, os empreendedores entenderam que havia uma forte demanda por projetos capazes de remover gases estufa para ajudar outras corporações a atingirem suas metas ambientais. “Nós unimos duas teses: o reflorestamento é a maior oportunidade de captura de carbono, e o Brasil é o melhor lugar para fazer isto”, destacou. 

A prática, que visa restaurar áreas desmatadas por meio do plantio de mudas nativas, tem o potencial de capturar de 2 a 3 bilhões de toneladas de CO2 por ano da atmosfera.

No Pará, já foram 3,4 milhões de árvores plantadas na área de 20 mil hectares (Divulgação)Após captar 120 milhões de dólares de investimento, a Mombak adquiriu 20 mil hectares de áreas no Pará — e agora quer atingir a escala global. Até então, o projeto na Amazônia promete ser o maior do mundo e já plantou mais de 3,4 milhões de árvores

Entre seus investidores, estão AXA, CPP (Canada Pension Plan Investment Partners), Bain Capital Partnership Strategies e Fundação Rockefeller. Além disso, R$ 1.25 bilhão foi levantado em recursos do Banco Mundial, BNDES e DFC – Development Finance Institution, e a startup fechou contratos pioneiros de carbono com gigantes como Google, Microsoft e McLaren Racing.

O mais recente, de dezembro de 2023, foi com a Microsoft e envolve 1,5 milhão de toneladas de carbono a serem removidas até 2032 — um dos maiores em compra e venda baseados na natureza do mundo. 

Atualmente, a parceria entre a startup e seus clientes (empresas) funciona no mercado voluntário de carbono, mas com a regulação no Brasil conquistada no final de 2024, isto pode mudar e ser “muito positivo”, acredita Gabriel.

“A criação do mercado regulado é muito importante, porque dá essa racionalização e obrigação das empresas atingirem a neutralidade. Ainda não temos os detalhes e as regras de como isto se dará, mas acreditamos que vamos poder vender os nossos créditos nele também”, ressaltou. 

Na prática, o que acontece hoje é que empresas de diferentes setores fazem um planejamento de redução de emissão até o ‘net zero‘: começam olhando para as suas operações e analisam oportunidades de eficiência. Depois, identificam aquelas em que não é possível reduzir, e aí vão ao mercado procurar os melhores produtos e créditos de remoção de carbono para comprarem e compensarem sua pegada ambiental.

É aí que entra a Mombak: a parceria também envolve a assinatura de acordos com proprietários de terras, financiamento dos custos de reflorestamento, compartilhamento dos lucros obtidos com produtores rurais e contratação de pessoas locais, visando girar a economia da floresta. 

Sem metas de hectares ou toneladas de carbono no longo prazo, o que a Mombak quer é continuar nessa trajetória de crescimento exponencial. “Já conseguimos provar que existe o mercado: atraindo investidores, clientes e executando os projetos verdes“, concluiu Gabriel. 

Informações: Exame.

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Aperam BioEnergia vende 15 mil toneladas de remoção de carbono para plataforma global

Tecnologia conhecida como biochar é aplicada no solo das florestas plantadas da Aperam, que ficam no Vale do Jequitinhonha

Enquanto as empresas correm atrás para reduzir as emissões de carbono da atmosfera, a Aperam BioEnergia tem aproveitado a necessidade para promover um dos seus negócios: a venda de crédito de carbono. A recém parceria com a plataforma global Patch, que conecta compradores a vendedores de créditos de carbono, já resultou na venda de 15 mil toneladas métricas de carbono.  

A tecnologia utilizada para a extração do carbono da atmosfera e produção de crédito do carbono foi a do biochar, desenvolvida no Brasil. O biochar é uma biomassa que se assemelha a um carvão, resultante do aquecimento de resíduos agrícolas ou florestais orgânicos (sem oxigênio), que, aplicada ao solo, ajuda a reter carbono por centenas de anos, evitando sua liberação para a atmosfera.

Dessa forma, de acordo com a Aperam BioEnergia, as empresas que produzem biochar podem obter certificados de crédito de carbono para serem vendidos no mercado voluntário de carbono. A prática vem sendo feita há dois anos, com o biochar aplicado no solo das florestas plantadas da Aperam, localizadas no Vale do Jequitinhonha.

A Aperam BioEnergia mantém cerca de 100 mil hectares de florestas de eucalipto plantadas e produz o carvão vegetal utilizado na fabricação do aço Aperam na siderúrgica da empresa localizada em Timóteo, na região do Rio Doce de Minas. 

As florestas de eucalipto, juntamente com a reserva de mata nativa que a companhia mantém preservada, já deram à empresa o balanço neutro de emissão de carbono, livrando totalmente a produção de biochar para comercialização.

A parceria feita com a Path para vender créditos no mercado voluntário internacional começou em janeiro. Naquele mês, a Aperam BioEnergia realizou a primeira entrega e forneceu um certificado de 8,5 mil toneladas métricas de CO2 removido. Já a segunda entrega (6,5 mil toneladas de remoções) foi concluída dois meses depois, totalizando, ao final de março, 15 mil toneladas métricas de CO2 removidos entregues.

“Devido ao grande volume de vendas, a produção foi realizada em duas etapas para atender à demanda dos clientes”, conta o gerente executivo da Aperam BioEnergia, Benone Braga.

Remoção de carbono é mais uma opção de crédito de carbono

Apenas deixar de emitir CO2 não tem sido suficiente para frear as mudanças climáticas. Por isso, o mundo precisou desenvolver tecnologias capazes de retirar carbono da atmosfera, que é o que faz o biochar. A técnica era utilizada anteriormente como combustível que, ao ser queimado, acabava liberando carbono para a atmosfera. Mas há algum tempo tem sido utilizado para um fim mais nobre e rentável.

Como os resultados foram vantajosos, a tecnologia virou um dos negócios da Aperam BioEnergia e já trouxe resultados positivos e metas ousadas. Para este ano, a perspectiva da empresa é comercializar cerca de 35 mil toneladas de CO2 removido, o que equivale a 6 mil toneladas a mais que em 2023, um crescimento de 20%.

Foi em 2022 que a Aperam se tornou a primeira empresa na América Latina a comercializar créditos de remoção de carbono, os CORCs. Naquele ano, apenas 1 mil toneladas foram vendidas. No ano passado, a Aperam BioEnergia forneceu um certificado de 5 mil toneladas métricas de CO2 removido, ampliando sua produção até chegar aos 15 mil dos primeiros meses deste ano.

“O grande crescimento que registramos nesses dois primeiros anos mostra o potencial desse mercado, que ainda está sendo descoberto no Brasil”, diz Benone Braga.

Informações: Diário do Comércio.

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Microsoft compra 1,5 milhão de créditos de remoção de carbono de startup brasileira

Aquisição deve ser feita até 2032 e incentiva projeto que pretende reflorestar parte da Amazônia

Microsoft está investindo no mercado voluntário de carbono do Brasil com um acordo para comprar créditos de um projeto em grande escala para reflorestar partes degradadas da Amazônia.

gigante de tecnologia concordou em comprar até 1,5 milhão de créditos de remoção de carbono até 2032 da startup brasileira Mombak Gestora de Recursos, que está plantando mais de 100 espécies de árvores nativas em terras desmatadas na floresta.

Os valores não foram divulgados, mas a Microsoft passou os últimos dois anos fazendo uma diligência e aconselhando sobre o projeto antes de concordar em comprar créditos, e é o maior acordo da empresa até o momento para créditos de carbono baseados na natureza.

“Tentamos construir os mercados dos quais compramos”, disse Brian Marrs, diretor sênior de energia e remoção de carbono da Microsoft. “Esperamos que este seja um modelo para o futuro. Queremos vê-lo em jurisdições no Brasil e além.”

A Mombak está aproveitando uma mudança nos mercados voluntários de carbono, onde os compradores estão dispostos a pagar mais por projetos que realmente removem carbono, em vez de compensações, que geram créditos mantendo as árvores existentes em pé.

A empresa sediada em São Paulo espera que o Brasil se torne o maior exportador mundial de créditos de remoção de carbono devido à vasta quantidade de terras desmatadas disponíveis na Amazônia, onde as árvores crescem mais rápido do que em climas mais frios. Cada crédito representa uma tonelada de carbono removida da atmosfera.

O acordo da Microsoft faz parte de um projeto para plantar mais de 30 milhões de árvores no estado do Pará. As florestas cobrirão cerca de 70 mil acres, ou cinco vezes o tamanho de Manhattan.

A companhia também planeja fazer parte do plano de se tornar carbono negativa até 2030. O anúncio coincide com as negociações climáticas da COP28 em Dubai, evento no qual a Microsoft e a Mombak estão participando.

Em um mercado que ganhou uma reputação negativa devido a projetos que não eram cientificamente defensáveis, ou até fraudulentos, o acordo com a Microsoft dá à Mombak um selo de aprovação importante que ajudará a levantar dinheiro para mais projetos de reflorestamento no Brasil, de acordo com o principal executivo da startup de remoção de carbono.

“Temos uma das cinco empresas mais valiosas obtendo seu maior suprimento baseado na remoção de carbono no Brasil”, disse o CEO da Mombak, Peter Fernandez, em uma entrevista. “Isso será estratégico para o nosso negócio. Isso nos permitirá levantar mais dinheiro para o reflorestamento.”

A Mombak atraiu investidores, incluindo o Canada Pension Plan Investment Board e a Capital Partnership Strategies, para um fundo de reflorestamento. São os compradores finais dos créditos —neste caso, a Microsoft— e não os investidores que os usam para compensar emissões.

Para a Microsoft, o uso da tecnologia em nuvem, aprendizado de máquina e drones pela startup para selecionar os locais mais adequados para o reflorestamento foi particularmente atraente.

“A Mombak desvendou o código das soluções baseadas na natureza de uma maneira que muitos outros provedores não conseguem”, disse Marrs.

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