Às vésperas do Dia da Árvore, entidade divulga levantamento que mostra importância das árvores cultivadas para o combate às mudanças climáticas
São Paulo, setembro de 2024 – Pela primeira vez em sua história, o setor de árvores cultivadas para fins industriais ultrapassou os 10 milhões de hectares de área plantada, segundo o mais recente Relatório Anual da Ibá. Essas árvores foram plantadas, colhidas e replantadas para a geração de bioprodutos de origem renovável, biodegradáveis e recicláveis, utilizados por mais de 2 bilhões de planetários. Além disso, a indústria preservou no último ano 6,91 milhões de hectares de mata nativa, provando que é possível produzir e preservar. Globalmente, o Brasil mantém sua posição de maior exportador de celulose do mundo e segundo maior produtor desse insumo, com exportações que totalizaram em 2023 US$ 12,7 bilhões.
Divulgado às vésperas do Dia da Árvore, o Relatório Anual da Ibá apresenta os indicadores setoriais econômicos, ambientais e sociais referentes a 2023. O documento é produzido em parceria com a consultoria ESG Tech, sendo que os dados de área plantada e preservada são levantados a partir do mapeamento de imagens via satélite, combinado com a análise e expertise da startup mineira Canopy —essa é uma das melhores metodologia de mapeamento de satélite disponível, captando áreas a partir de 0,25 hectares.
O relatório mostra que o setor planta 1,8 milhão de árvores por dia. As plantações se expandem sobre áreas previamente antropizadas, ampliando a cobertura vegetal do país com florestas que sequestram e armazenam o carbono da atmosfera. As plantações são manejadas de forma sustentável, utilizando técnicas reconhecidas mundialmente, como é o caso do plantio em mosaico, que intercala áreas de conservação com as áreas de produção em nível de paisagem. O setor já atua com certificação voluntária há 20 anos, antevendo exigências por rastreabilidade e comprovação de processo ambientalmente responsável, a partir de respeitados selos internacionais, como é o caso do FSC e do PEFC.
Não obstante, a agroindústria busca sempre novas formas de descarbonizar seu processo produtivo e de transporte a fim de contribuir com o combate às mudanças climáticas. Muitas fábricas de celulose são autossuficientes em energia — isso se dá graças ao licor preto, um coproduto do cozimento da madeira para produção de celulose. Além disso, o setor prioriza o uso de fontes de energia renováveis, como biomassa e biocombustíveis, para reduzir a dependência de combustíveis fósseis. No balanço energético setorial de 2023, 87% da energia consumida foi proveniente de fontes renováveis.
“Acreditamos que o Brasil deve se inspirar nos bons exemplos já existentes e o setor de árvores cultivadas é um deles”, diz Paulo Hartung, presidente da Ibá. “O compromisso do setor com o futuro do planeta mostra que é possível conciliar crescimento econômico com responsabilidade ambiental. A Indústria Brasileira de Árvores continua a investir em inovação e sustentabilidade, mostrando ao mundo como a bioeconomia pode ser uma solução viável para os desafios climáticos globais.”
Relevância econômica
O relatório também mostra como a indústria de árvores cultivadas segue ampliando sua relevância como pilar da economia brasileira. Em 2023, gerou R$ 202 bilhões de receita bruta — trata-se do quarto item da pauta de exportações do agro brasileiro. O setor continua a crescer de forma sustentável. Até 2028, estão previstos mais de R$ 105 bilhões em investimentos, com novas fábricas sendo inauguradas a cada um ano e meio. Esse movimento contraria a tendência de desindustrialização no Brasil, gerando mais empregos e dinamizando economias locais. Em 2023, foram criados 33,4 mil novos postos de trabalho, somando um total de 690 mil empregos diretos e 2 milhões indiretos garantidos pela indústria. Confira o documento na íntegra:
Esses e os demais dados sobre o setor estão disponíveis em www.iba.org.
Sobre a Ibá
A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) é a associação responsável pela representação institucional da cadeia produtiva de árvores plantadas, do campo à indústria, junto a seus principais públicos de interesse. Lançada em abril de 2014, representa 50 empresas e nove entidades estaduais de produtos originários do cultivo de árvores plantadas – viscose, painéis de madeira, pisos laminados, celulose, papel, florestas energéticas e biomassa -, além dos produtores independentes de árvores plantadas e investidores institucionais.