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Desafio ambiental: com agenda verde, Bracell impulsiona ações pelo clima e biodiversidade

Com expressivos investimentos em produção, pesquisa e tecnologia, a Bahia avança na produção de celulose e papel, fortalecendo a indústria de transformação no Estado. O solo que proporciona a matéria-prima a partir de maciços florestais de rápido crescimento e alta produtividade, no entanto, requer manejo sustentável e proteção da biodiversidade, entre outras urgências da agenda socioambiental colocada em prática por empresas como a Bracell.

Líder mundial na produção de celulose solúvel, a Bracell atua na Bahia desde 2003 e, em São Paulo, desde 2018. Suas operações florestais estão localizadas nesses dois estados e também em Sergipe, com uma equipe que reúne cerca de 7.300 colaboradores diretos. A partir da celulose, um polímero biodegradável proveniente da madeira de eucalipto, é possível produzir toalha, guardanapo, papéis para embalagem, filtros, fraldas infantis, lenços umedecidos e papéis de parede — processo produtivo que requer o uso intensivo de recursos naturais, como água, energia e grandes extensões de terra.

A fabricante de celulose neutraliza esse impacto com um conjunto de ações reunidas na agenda ESG (do inglês, ambiental, social e governança) e conquistou selos como o Nordic Swan e o EU Ecolabel. As certificações reconhecem a redução do impacto ambiental na produção de celulose Kraft de eucalipto (com uso de solução alcalina para romper as fibras vegetais).

A Bracell também possui o Selo Ouro GHG Protocol, concedido a organizações que alcançam alto nível de qualificação e transparência na publicação de seus inventários de emissões de gases de efeito estufa, e o Reporting Matters 2023, conferido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds).

As iniciativas socioambientais da companhia estão reunidas no Programa Bracell 2030, construído para a proteção do clima e da biodiversidade, assim como para o desenvolvimento das comunidades, clientes e economia. A sustentabilidade foi conduzida ao centro das atividades da fábrica, alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

As metas de sustentabilidade dão ênfase à redução em 47% do consumo de água por tonelada de produto nas Bacias Hidrográficas do Recôncavo Norte e Inhambupe, Rio Real e Itapicuru; e à diminuição em 90% dos resíduos sólidos industriais por tonelada de produto.

As operações para proteção do clima visam à redução de 75% nas emissões de carbono por tonelada de produto. Por isso, a companhia monitora as emissões atmosféricas de fontes fixas (chaminés) e registrou redução do material particulado do forno de cal de 45,1 mg/Nm³, em 2022, para 25,4 mg/Nm³, em 2023. A redução é de 44%, sendo que o limite estabelecido pela legislação é de 100 mg/Nm³.

O manejo adequado garante a conservação da qualidade do solo em aspectos físicos, químicos e biológicos, explica a gerente de sustentabilidade da Bracell, Ângela Ribeiro. “A técnica do cultivo mínimo prepara a terra apenas na linha de plantio, reduz perdas por erosão e conserva a água. O plantio do eucalipto é feito em áreas degradadas não atrativas para a agricultura convencional”, assinala.

O preparo da terra inclui fertilização para atender à necessidade nutricional da cultura, sem exaurir o solo. O plantio sustentável de eucalipto é feito pela companhia em mais de 40 municípios do Litoral Norte, Agreste e Recôncavo da Bahia. Ao intercalar o cultivo do eucalipto com mata nativa, são criados mosaicos que contribuem para equilibrar o ecossistema.

“Nosso processo produtivo florestal vai da etapa de pesquisa até o plantio de eucalipto, manutenção, colheita e transporte da madeira para a fábrica. Pode-se dizer que a Bahia, especialmente na região litorânea, tem uma vocação natural para a silvicultura por conta das condições climáticas, incluindo a precipitação pluviométrica, o relevo, a infraestrutura logística e a disponibilidade de mão de obra”, pontua Edimar Domingos Filho, head florestal da Bracell Bahia.

O executivo destaca que o cultivo de eucalipto preenche uma lacuna no mercado mundial por produtos de madeira. “O eucalipto é um recurso natural renovável, cresce rápido e atinge o ponto de corte aos 6 anos, além de adaptar-se facilmente ao clima e a solos diferentes. Isso faz com que seu cultivo contribua diretamente para a preservação dos remanescentes de mata nativa, que são poupados do corte para atender à demanda de pessoas em todo o mundo”, observa.

Edimar Domingos Filho assinala que a Bracell não desmata para plantar eucaliptos. “Pelo contrário, atuamos diretamente na recuperação de áreas degradadas e temos também o Compromisso Um-para-Um, de manter um hectare de mata nativa preservada para cada hectare plantado com eucalipto”, diz. A iniciativa, realizada em parceria com o poder público, envolve áreas próprias e públicas nas regiões de atuação da companhia.

Com o Programa de Monitoramento da Biodiversidade para Conservação da Fauna e Flora na Bahia, a Bracell registra a existência de 1.169 espécies, sendo 647 plantas e 522 da fauna. Dentre elas, 52 estão nas listas de espécies ameaçadas de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

A empresa possui quatro áreas de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPNs) na Bahia: a Japurá e a Falcão, no município de Esplanada; a Pedra de São José, em Mata de São João; e a Lontra, que fica nos municípios de Itanagra e Entre Rios. Essas áreas somam aproximadamente 3.000 hectares de preservação, sendo a RPPN Lontra a maior delas, com 1.377 ha de Mata Atlântica preservada.

A promoção da igualdade de oportunidades para as mulheres também faz parte dessa agenda, com o propósito de elevar em 30% a proporção de mulheres em cargos de liderança e em 20% a renda das famílias que participam de projetos de geração de renda da companhia. Pelo menos 60% dos projetos sociais de “negócios de impacto” apoiados pela empresa devem ser liderados por mulheres, fortalecendo o empreendedorismo feminino nas comunidades e a renda familiar.

São dados de um relatório que demonstram a Bracell alinhada ao conceito de sustentabilidade do reconhecido sociólogo britânico John Elkington, que propõe abordagem de gestão fundamentada simultaneamente em lucro (desempenho financeiro), pessoas (impacto social) e planeta (impacto ambiental), o chamado ‘tripé da sustentabilidade’, a fim de tornar as empresas socialmente justas, ambientalmente responsáveis e economicamente viáveis.

Economia limpa

A produção de celulose é um dos destaques da economia brasileira. O setor alcançou receita bruta de R$ 260 bilhões em 2023, o que representa 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. A indústria produz 24,3 milhões de toneladas de celulose por ano.

A produção de celulose no Brasil adotou práticas mais sustentáveis, principalmente diante do cenário mundial atual, tão afetado pelas mudanças climáticas que resultam do aquecimento global. Cerca de 90% de toda a energia consumida nos processos produtivos é gerada a partir de fontes renováveis.

Na Bahia, o setor contribui decisivamente para a integração de tecnologias digitais na produção industrial, a chamada Quarta Revolução Industrial, que deu início às fábricas inteligentes e automatizadas. Um processo que propicia o aumento da produtividade, a redução de custos e a melhoria da qualidade dos produtos de forma sustentável.

A indústria baiana 4.0 de hoje representa a evolução de um processo que começou nas últimas décadas do século XIX, quando entraram em operação os setores têxtil, alimentício, açucareiro e fumageiro (Rebouças, Daniel; Indústria na Bahia: um olhar sobre sua história; Salvador: Caramurê Publicações, 2016). Em meados do século XX, a produção industrial ingressou nos padrões de modernidade com a exploração de petróleo em Candeias, dando salto para os estágios seguintes que trouxeram as linhas de montagem e automação industrial.

São inúmeros os exemplos de que o Brasil tem a possibilidade de ser um gigante da economia limpa, onde a natureza preservada é um eixo central para o valor econômico. Cabe, no entanto, o contraponto do historiador Jorge Caldeira, autor de Brasil: Paraíso Restaurável, obra que mergulha na complexa relação do país com a natureza, para mostrar que práticas sustentáveis ainda coexistem com ultrapassadas ações predatórias. Precisamos, ainda, de mais modelos produtivos que levem em conta as demandas ambientais e a relação harmônica do homem com a natureza.

Informações: Bahia Notícias.

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União Europeia simplifica aplicação da lei antidesmatamento

Comissão Europeia, órgão executivo do bloco, anunciou medidas para reduzir a carga burocrática, com o objetivo de reduzir custos para as empresas

A Comissão Europeia anunciou medidas para reduzir a carga burocrática na implementação de sua legislação antidesmatamento, que entrará em vigor no fim do ano. Visa a reduzir custos para as empresas, e terá certamente impacto positivo no fluxo de vendas brasileiras. A flexibilização reflete também o novo contexto geopolítico.

A lei antidesmate visa a interditar acesso ao mercado comunitário de sete commodities – sojacarne bovinacafémadeira, óleo de palma, borracha e cacau, e alguns de seus produtos derivados como couro, chocolate, pneus ou móveis– produzidas em zonas desmatadas após o final de 2020.

Exportadores terão que apresentar provas documentais de que sua produção não envolveu desmatamento insustentável antes de poderem comercializar seus produtos nos 27 países membros da UE.

Agora, a Comissão Europeia, sob pressão de seus importadores, adotou um pacote de simplificação que, segundo Bruxelas, resultará numa redução estimada em 30% dos custos e encargos administrativos para as empresas demonstrarem que seus produtos são livres de desmatamento.

São medidas para diminuir a quantidade de vezes em que os operadores precisam apresentar os elementos de prova relativos à inexistência de desmatamento associado aos produtos. Diz que isso garantirá uma implementação simples, justa e econômica ‘dessa peça fundamental da legislação’. As principais medidas de simplificação:

  • As grandes empresas podem reutilizar as declarações de ‘due diligence’ existentes quando as mercadorias, anteriormente no mercado da UE, forem reimportadas. Isso significa que menos informações precisam ser enviadas ao sistema de Tecnologia da Informação (TI);
  • Um representante autorizado agora pode enviar uma declaração de ‘due diligence’ em nome de membros de grupos de empresas;
  • As empresas poderão enviar declarações de ‘due diligence’ anualmente, em vez de a cada remessa ou lote de commodity que entra no mercado da UE;
  • Esclarecimento sobre a “verificação” de que a ‘due diligence’ foi realizada, de modo que as grandes empresas se beneficiem de obrigações simplificadas (agora se aplica uma obrigação legal mínima de coletar números de referência de declarações de due diligence (DDS) de seus fornecedores e usar essas referências para seus próprios envios de DDS).

A Comissão diz estar finalizando o sistema de benchmarking de país, ou seja, qual país é considerado com mais risco de desmatamento, o que tem efeito no controle de seus produtos. Esse sistema será adotado até 30 de junho de 2025, após discussões com os Estados-Membros.

A legislação antidesmate teria impacto sobre 34% das exportações brasileiras para a UE, atingindo embarques que representaram US$ 17,5 bilhões em negócios em 2022, conforme cálculos apresentados no ano passado pelo governo brasileiro.

Informações: Globo Rural.

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Mercado de crédito de carbono acelera no Brasil

Com oferta e demanda crescentes, país se prepara para a expansão de um setor capaz de movimentar mais de US$ 10 trilhões anuais

Estudo do Banco Mundial, citado pela consultoria EY em recente seminário que promoveu sobre sustentabilidade, mostra que o comércio de crédito de carbono pode facilitar a remoção de mais de 50% das emissões dos gases do efeito estufa (GEE) do que se não houvesse esse mercado.

Segundo a empresa de pesquisa Climate Policy Initiative, o mundo precisará de US$ 8,1 trilhões a US$ 9 trilhões anualmente, até 2030, e mais de US$ 10 trilhões anuais, entre 2031 e 2050, para que cada país possa cumprir os compromissos assumidos nos acordos da Organização das Nações Unidas (ONU) para reduzir a emissão dos GEE e combater a crise climática.

O Brasil deu um passo nessa direção, ao promulgar, no final do ano passado, a Lei nº 15.042/2024, que disciplina o mercado de crédito de carbono no país. Dessa forma, posiciona-se como um dos fornecedores globais de créditos de carbono, alinhando a conservação ambiental ao desenvolvimento econômico.

De acordo com Fábio Galindo, fundador da Future Climate, especializada em negócios voltados à economia de baixo carbono, existe a perspectiva de que projetos de retenção, conservação florestal e restauração ecológica gerem mais de 150 milhões em créditos anuais. E prevê-se que outros 100 milhões de toneladas de créditos de carbono serão geradas em projetos de reflorestamento, manejo florestal sustentável, agricultura sustentável e carbono azul, capturado e armazenado por ecossistemas costeiros e marinhos, como manguezais, pântanos e pradarias marinhas.

Há uma série de iniciativas sendo anunciadas. No final de março deste ano, por exemplo, o BNDES e a Petrobras assinaram um protocolo de intenções para a contratação de créditos de carbono gerados a partir de restauração florestal na Amazônia. O projeto, batizado ProFloresta+, vai promover a restauração de até 50 mil hectares de terras degradadas e capturar cerca de 15 milhões de toneladas de carbono.

Segundo a edição mais recente do Boletim Informativo: Projetos de Carbono Florestal no Mercado Voluntário Brasileiro, do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), atualmente 19 estados brasileiros têm projetos de carbono. São ao todo 151 com Padrão de Carbono Verificado (VCS, da sigla em inglês), da certificadora Verra. Na edição anterior do boletim, eram 139. 

Outra fonte de originação de créditos de carbono que ganhou destaque com a Lei nº 15.042/2024 foi o crédito jurisdicional, por meio de políticas que incentivam a redução de emissões de GEE para promover a preservação florestal e a regeneração natural da vegetação.

Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Piauí já estão desenvolvendo tais programas em diferentes estágios de evolução. Segundo o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal — entidade pública que reúne os nove estados da Amazônia Legal. O Pará, em particular, fechou um acordo para a venda de até 12 milhões de créditos de carbono florestal de alta integridade, provenientes da redução no desmatamento entre 2023 e 2026, por R$ 1 bilhão – cerca de US$ 15 por tonelada de CO2.

Histórico

Segundo Galindo, da Future Climate, o mercado de crédito de carbono global é transacionado em duas modalidades: voluntário e regulado. O mercado voluntário é empreendido por empresas e indivíduos que desejam compensar e neutralizar suas emissões de carbono espontaneamente.

Em geral, são grupos empresariais que, pela natureza de sua atividade, desejam compram créditos de carbono como forma de compensar o impacto que causam ao ambiente, afirma Galindo. Eles contratam com uma empresa do setor florestal, por exemplo, um projeto de regeneração vegetal ou conservação de biomas florestais. “Esses grupos empresariais também têm adquirido ativos como investimento, tornando o setor mais pujante e cada vez mais valorizado”, diz o empresário.

Segundo Galindo, já o mercado regulado de carbono é um mecanismo econômico, definido por lei, que impõe limites de emissão de GEE para organizações e empresas, incentivando a transição energética e, consequentemente, a redução dessas emissões.

Uma das primeiras medidas formalizadas com essa finalidade foi o Emission Trading System (ETS), um Sistema de Comércio de Emissões, na Europa, em 2005, que estabeleceu limites para determinados setores industriais liberarem GEE de seus processos fabris para a natureza. Gradativamente, esses limites foram ficando mais rigorosos.

A experiência internacional mostra que a regulamentação pode impulsionar o mercado de carbono. Na União Europeia, o ETS movimentou € 881 bilhões, transacionando mais de 12 bilhões de toneladas de carbono só em 2023, conforme dados da London Stock Exchange Group. No Brasil, a expectativa é de que a criação de um ambiente regulado a partir da Lei nº 15.042/2024 estimule ainda mais a geração e a comercialização de créditos, consolidando o país como potência no setor.

A regulação do mercado também dinamiza as transações voluntárias. De acordo com estimativa feita pela consultoria McKinsey, espera-se que o volume negociado nesse segmento salte de US$ 1 bilhão para US$ 50 bilhões nos próximos anos.

Para Galindo, a estruturação do mercado regulado é um divisor de águas para o setor. “O Brasil já tem um volume expressivo de créditos disponíveis e empresas preparadas para atender à nova demanda”, afirma. “O desafio agora é consolidar esse mercado, garantindo segurança jurídica e regras claras para atrair investimentos e fortalecer o protagonismo do país na agenda climática global”.

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ForestStats: a maior base de dados do setor florestal de Portugal

O ForestStats é uma plataforma aberta e gratuita, que reúne e comunica dados e indicadores do setor florestal no país, a partir de fontes públicas e oficiais, com 13 temas e 450 variáveis

O diretor-geral da Biond interveio na conferência da 5.ª edição do Prémio Floresta é Sustentabilidade com uma apresentação sobre a maior base de dados do setor florestal de Portugal. “O ForestStats (www.foreststats.pt) é um agregador de estatísticas setoriais, para sabermos mais da nossa floresta, de uma forma muito mais fácil e muito mais simplificada”, explicou Gonçalo Almeida Simões, diretor-geral da Biond. Existe “um grande problema, que são os dados atualizados sobre a floresta em Portugal. Basta pensar que temos um inventário florestal nacional, cuja última atualização foi em 2015, teremos agora uma em 2025, mas realmente é preciso dar mais ritmo à disponibilização dos dados florestais em Portugal, porque o setor económico precisa de acelerar aquilo que são as suas decisões”.

Uma base de dados aberta e gratuita

O setor florestal em Portugal é extenso e diversificado, com dados que vão da ocupação do solo até à produção industrial. No entanto, essa informação estava dispersa por várias entidades e também em vários formatos, dificultando o acesso, a análise e a utilização. Tornou-se por isso absolutamente essencial uniformizar e organizar essa informação, facilitando a extração e compreensão dos dados. No fundo, “a criação de um portal agregador com base nos princípios FAIR, dados fáceis de encontrar, acessíveis, interoperáveis e reutilizáveis”.

Mas, como referiu Gonçalo Almeida Simões, “o ForestStats é uma nova plataforma de informação florestal que não traz informação nova, não cria informação, mas permite um melhor planeamento e tomada de decisão”.

A ForestStats é uma plataforma aberta e gratuita, que reúne e comunica dados e indicadores do setor florestal, a partir de fontes públicas e oficiais. Resulta de um consórcio com 56 parceiros, 30 projetos com a coordenação-geral da Altri Florestal, a direção técnica do ForestWise, e depois, porque sem parceiros não se fazem projetos, temos a Biond, a ForestWise, o Instituto Superior de Agronomia, a Forestis e a ANEFA. 

Informações: Jornal de Negócios.

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Aperam BioEnergia lidera ranking como o lugar mais incrível para trabalhar no agro em 2024; inscrições para a edição 2025 já estão abertas

Com foco em inclusão e diversidade, empresa mineira supera gigantes do setor; pesquisa gratuita da FIA Business School segue com inscrições até 31 de maio

Organizações de todo o Brasil, que têm como objetivo alavancar seus negócios e se tornar referência com um ótimo ambiente de trabalho, já podem se inscrever para a Pesquisa Lugares Incríveis Para Trabalhar 2025 – a única gratuita e auditada do mercado e que utiliza a metodologia exclusiva FEEx FIA Employee Experience. As companhias interessadas têm até o dia 31 de maio para se inscreverem por meio do link: lugaresincriveis.fia.com.br/inscricao.

Em 2024, a Aperam BioEnergia liderou o ranking das empresas mais incríveis para trabalhar no agronegócio, seguida por Bunge e Louis Dreyfus Company Brasil. Também foram destaque no setor: Terranuts Agroindustrial, Cooxupé, São Martinho, CerradinhoBio, Sementes Jotabasso, Usina São Manoel e Sementes Produtiva.

Uma iniciativa da FIA Business School, o levantamento aborda a qualidade do clima organizacional das empresas brasileiras, destaca aquelas com os mais altos níveis de satisfação entre os seus colaboradores e com as melhores práticas de gestão de pessoas.

Os funcionários das corporações participantes respondem a pesquisa de clima organizacional totalmente online, de forma gratuita e auditada. As companhias, por sua vez, têm autonomia para definirem seus prazos de aplicação, mas as coletas devem ser realizadas e finalizadas até 30 de junho.

As empresas, que atingem os requisitos mínimos do levantamento, recebem um certificado de clima organizacional, uma devolutiva de dados gratuita, e têm a oportunidade de uma análise detalhada sobre seus processos internos, um amplo diagnóstico com dados sobre a experiência dos seus colaboradores e suas melhores práticas, um feedback dos especialistas em Gestão de Pessoas da FIA Business School e orientações sobre as tendências do mercado.

Além do processo de aplicação da pesquisa e certificação, as organizações que alcançarem as melhores notas e se destacarem nas práticas de gestão

de pessoas serão premiadas como Lugares Mais Incríveis Para Trabalhar por porte: Pequenas (entre 50 e 300 funcionários), Médias (entre 301 e 1.500 funcionários) e Grandes (mais de 1.500 funcionários), por setor e em categorias especiais.

Por fim, o estudo avalia quatro agentes internos responsáveis pela vivência do colaborador: a área de gestão de pessoas, CEO, líderes e os próprios funcionários. A partir desse levantamento é formado o índice FEEx FIA Employee Experience, que define quem serão as reconhecidas como referências.

“Mais do que praticidade, as companhias participantes têm em mãos dados confiáveis para aplicar estratégias que fomentem o bem-estar e a produtividade da sua equipe”, afirma Lina Nakata, uma das responsáveis pelo levantamento e professora da FIA Business School.

Mais sobre a Pesquisa

A metodologia FEEX foi criada na década de 1980, na FEA-USP, pelos professores doutores André Fischer e Joel Dutra, ambos coordenadores do Programa de Estudos em Gestão de Pessoas (Progep) da FIA Business School.

É a única baseada em referenciais teóricos seguros e validados academicamente e, anualmente, as informações levantadas promovem melhorias no processo da pesquisa para garantir a produção de dados de qualidade.

O histórico da FIA conta com mais de 2,5 mil organizações que já foram reconhecidas como Lugares Mais Incríveis para Trabalhar, com tomadas de decisões estratégicas e comparação nos diferentes níveis de qualidade de atuação do CEO, liderança, clima organizacional e práticas de gestão.

Os Lugares Incríveis para Trabalhar desenvolvem ainda outras soluções para o mercado de RH. Consultoria, palestrantes e workshops também estão no portfólio.

Os responsáveis pela Pesquisa FIA- Lugares Incríveis para Trabalhar

– Daniel Andere de Mello é Pesquisador da FIA Business School. Com mais de 20 anos de experiência na área, respondeu pela coordenação técnica da pesquisa “As Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil” por oito anos e agora coordena os Lugares Incríveis para Trabalhar. É mestre em administração de empresas pela FEA-USP. Professor de pós-graduação em gestão de pessoas, pesquisador e consultor empresarial.

– Filipe Fonoff é Pesquisador da FIA Business School. Com mais de 20 anos de experiência no mercado, respondeu pela coordenação técnica da pesquisa “As Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil” durante oito anos e agora coordena os Lugares Incríveis para Trabalhar. É professor de pós-graduação em gestão de pessoas e consultor empresarial. É Graduado em Administração de Empresas pela FEA-USP e possui MBA Recursos Humanos pela FIA.

– Lina Nakata é Pesquisadora, professora nos cursos de pós-graduação da FIA Business School, Mackenzie, Insper e ESEG. Lina Nakata é Co-presidente da PWN São Paulo – Professional Women Network; Diretora de inovação da ANGRAD – Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração, e palestrante em gestão de pessoas, diversidade e liderança. Foi cientista de dados do Great Place To Work, professora nos cursos da UFU, Ibmec, Esags, Fecap e FMU. É bacharel, mestre e doutora em Administração pela Universidade de São Paulo, com doutorado-sanduíche na Northern Illinois University.

Naiara Oliveira é Pesquisadora e consultora com experiência em desenvolvimento e aplicação de pesquisa de clima organizacional dos Lugares Incríveis para Trabalhar. Apoia anualmente empresas dos diversos segmentos como financeiro, tecnologia, saúde e órgãos públicos.

É bacharel em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Produziu e publicou estudos sobre o impacto da adoção de práticas de gestão de pessoas específicas para mulheres e a ascensão delas aos cargos de liderança.

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Suzano conecta mais de 100 mil hectares de florestas em 2024

Para contribuir com a conservação da biodiversidade, a companhia implementou trechos de corredores ecológicos nos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia 

Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir de eucalipto, implementou em 2024 trechos de corredores ecológicos que conectam mais de 100 mil hectares de fragmentos de vegetação nativa remanescentescomo mostra o recém-lançado Relatório de Sustentabilidade da companhia. A meta é conectar 500 mil hectares de áreas prioritárias nos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia até 2030.

Desde 2021, ano em que a companhia anunciou seu compromisso para conservação da biodiversidade, 157.889 hectares foram interligados, o que representa 20% da meta. Essa conexão ocorre por meio de corredores ecológicos que são formados a partir do plantio de árvores nativas ou de modelos mistos dessas árvores e eucalipto, prática que permite a ligação entre remanescentes isolados de floresta nativa. O objetivo da companhia é reverter a perda da biodiversidade ocasionada pela fragmentação dos biomas, o que aumenta o risco de extinção de espécies e reduz serviços ecossistêmicos, como regulação climática, polinização e conservação da água e do solo.

A Suzano iniciou um monitoramento da biodiversidade, realizado em conjunto com o Instituto de Pesquisa Ecológicas, para criar uma linha de base das espécies presentes nos traçados e fragmentos. Nesse monitoramento, a biodiversidade existente nas áreas dos corredores está sendo identificada por meio de tecnologias inovadoras de gravadores autônomos, que verificam as espécies presentes por meio da detecção de sons, além de DNA Ambiental encontrado nas amostras de insetos.

Além disso, em 2024 a Suzano passou a utilizar um novo indicador de biodiversidade, o STAR (Species Threat Abatement and Restoration Metric), da Integrated Biodiversity Assessment Tool (IBAT) – com a colaboração da International Union for Conservation of Nature (IUCN) –, para uma visão mais detalhada das principais localidades de ocorrência de espécies ameaçadas e das ameaças a biodiversidade mais relevantes para cada localidade. Outra inovação utilizada pela companhia é a BioScore, uma ferramenta de mensuração da biodiversidade com base em métricas da ecologia da paisagem.

As parcerias estratégicas também têm sido fundamentais para ampliar o impacto das ações da Suzano em prol da conservação da biodiversidade. Um dos projetos mais emblemáticos nessa jornada é a conexão entre os parques nacionais Monte Pascoal e do Descobrimento, na Bahia, por meio da implantação de corredores ecológicos em áreas indígenas. O projeto, iniciado em 2024, é realizado em parceria com a iNovaland – gestora de fundos de reflorestamento -, em conjunto com o FASB (Fundo Ambiental Sul Baiano) e a etnia Pataxó.

Outro destaque é o acordo firmado com International Finance Corporation (IFC), do Banco Mundial, que conectará 35 mil hectares de fragmentos nativos no Cerrado. Já com a Conservação Internacional (CI-Brasil), a companhia firmou uma parceria para trabalhar na restauração de ecossistemas e desenvolvimento socioeconômico em comunidades do Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica.

Também em 2024, a Suzano realizou uma parceria com a Rainforest Alliance e aderiu à sua plataforma Forest Allies Plataform, que promove o compartilhamento de melhores práticas e soluções para proteger, restaurar e permitir o manejo responsável de florestas tropicais.

“O compromisso com a biodiversidade não é apenas uma meta da Suzano, mas também um movimento colaborativo e contínuo de um desafio global, que é a perda da biodiversidade. Cada corredor ecológico que implementamos não só fortalece o equilíbrio ecossistêmico, mas também cria oportunidades para as comunidades locais e para o desenvolvimento sustentável do território. Nós entendemos que, para alcançar a conexão dos 500 mil hectares, precisamos do engajamento de diferentes atores e parceiros que nos ajudem a promover essa importante transformação socioambiental”, afirma Marina Negrisoli, diretora de Sustentabilidade da Suzano.

Atualmente, a Suzano mantém e protege 1,1 milhão de hectares de vegetação nativa, o que representa cerca de 40% de sua área total. Isso inclui 72 Áreas de Alto Valor de Conservação e sete Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), reforçando seu compromisso com a restauração ambiental e o desenvolvimento sustentável dos territórios onde atua.

Desde 1989, a Suzano monitora a biodiversidade em suas áreas e, ao longo dessas décadas, registrou mais de 4,5 mil espécies, sendo 180 endêmicas e 190 ameaçadas, no Brasil. Somente no Parque das Neblinas, reserva ambiental da companhia gerida pelo Instituto Ecofuturo, já foram identificadas 1.330 espécies, quatro novas para a ciência e 41 ameaçadas.

Para conhecer mais detalhes sobre a evolução dessa e de outras metas de longo prazo da Suzano, acesse aqui o Relatório de Sustentabilidade 2024 da companhia.

Sobre a Suzano 

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Nossos produtos e soluções estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, abastecem mais de 100 países e incluem celulose; papéis para imprimir e escrever; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis sanitários e produtos absorventes; além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender à demanda global. A inovação e a sustentabilidade orientam nosso propósito de “Renovar a vida a partir da árvore” e nosso trabalho no enfrentamento dos desafios da sociedade e do planeta. Com mais de 100 anos de história, temos ações nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais na página: www.suzano.com.br.  

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Abisolo reforça importância da conservação do solo para a sustentabilidade agrícola

Setor investe em inovações e boas práticas para garantir produtividade e proteger recursos naturais

Neste Dia Nacional da Conservação do Solo, celebrado em 15 de abril, a Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo) chama atenção para a urgência de preservar um dos recursos naturais mais essenciais à vida. De acordo com relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com participação da Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ), 33% dos solos do mundo já estão degradados em decorrência de erosão, salinização, compactação, acidificação e contaminação. Além de prejudicar a produtividade agrícola, esse processo interfere nas mudanças climáticas, pois esses solos captam menos carbono da atmosfera, agravando problemas como o aquecimento global e enchentes. Por outro lado, quando manejado de forma sustentável, o solo pode exercer papel fundamental no sequestro de carbono e na diminuição dos gases de efeito estufa.

Embora o Brasil figure em quinto lugar entre os maiores produtores globais — atrás de Índia, Estados Unidos, China e Rússia —, a responsabilidade de adotar práticas que aliem produtividade e respeito ao meio ambiente torna-se cada vez mais evidente, reforçando o alerta para a conservação do solo. Essa importância se acentua quando consideramos que a qualidade e a disponibilidade de solos produtivos são fundamentais para garantir a oferta de alimentos. Ainda segundo a FAO, o manejo inadequado do solo ameaça a capacidade de suprir as necessidades nutricionais da população global em crescimento.

De acordo com o presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo, Clorialdo Roberto Levrero, a conservação do solo é uma tarefa coletiva, muito além do agronegócio. “Muitos enxergam o solo apenas como propriedade e não mensuram a importância dele para a água que bebemos, os alimentos que consumimos e até os remédios que utilizamos. A responsabilidade não está restrita aos produtores rurais, mas também às escolhas de cada cidadão na hora de consumir e descartar produtos. Se soubermos usar o solo com respeito e consciência, não faltarão recursos naturais às próximas gerações”, alerta Levrero.

Para o conselheiro da Abisolo, Giuliano Pauli, as indústrias representadas pela entidade investem cada vez mais em soluções que promovem a saúde do solo. “Antes, o foco era majoritariamente químico. Hoje a agricultura moderna também considera aspectos físicos e biológicos. As empresas associadas à Abisolo desenvolvem fertilizantes especiais, biofertilizantes, organominerais e condicionadores que estimulam a microbiota e auxiliam na recuperação de áreas degradadas”, discorre Giuliano. De acordo com ele, plantio direto, rotação de culturas e aplicação de matéria orgânica complementam as boas práticas em prol da vida do solo, com aumento da produtividade de forma sustentável

Essa mudança de visão já se reflete nos indicadores do setor. De acordo com o Anuário Abisolo 2023, o mercado de fertilizantes especiais cresceu 2% em 2022, alcançando R$ 22,64 bilhões em faturamento. Também se destacaram os segmentos de Biofertilizantes (5,6%) e Fertilizantes Minerais Especiais (8,3%), reforçando a crescente adoção de tecnologias que contribuem para um solo mais equilibrado e produtivo.

“Quando falamos de meio ambiente, tudo começa no solo”, enfatiza Pauli. “Um solo bem cuidado minimiza impactos climáticos e segue produtivo a longo prazo. A Abisolo reúne fabricantes e importadores de insumos imprescindíveis à sustentabilidade agrícola, com protagonismo para fortalecer o agronegócio e preservar os recursos naturais”, detalha o conselheiro da Abisolo.

Para Levrero, é fundamental dar continuidade às reflexões despertadas na ocasião do Dia Nacional da Conservação do Solo. “Não basta lembrar do solo apenas hoje. Ele é peça-chave na segurança alimentar e na manutenção da vida em nosso planeta. Nossa indústria está empenhada em contribuir com esse processo, investindo em novas tecnologias ao destinar, em média, 2,8% do faturamento anual para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I)”, defende Levrero, ao citar os dados do Anuário da entidade.

Com práticas de manejo adequadas e uso inteligente de tecnologias, o Brasil reforça seu papel de referência global na produção de alimentos, equilibrando desenvolvimento econômico e bem-estar social. Afinal, a qualidade do solo reflete diretamente a qualidade da vida humana.

Sobre a Abisolo

A Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo) foi fundada em outubro de 2003 com o objetivo de representar e defender os interesses das empresas produtoras e importadoras de importantes insumos que colaboram para o aumento da qualidade, da produtividade e da sustentabilidade da agricultura brasileira.

A entidade congrega fabricantes e importadores de fertilizantes minerais, organominerais, orgânicos, biofertilizantes, condicionadores de solo de base orgânica, substratos para plantas, insumos de base biológica e adjuvantes.

Reunindo mais de 140 empresas associadas, participa ativamente das discussões de temas de interesse do setor junto aos diversos Ministérios e Secretarias, Órgãos de Controle e Fiscalização Ambiental, Instituições de Pesquisa, Receitas Estadual e Federal, além de outras entidades representativas de diferentes setores da sociedade civil organizada, buscando sempre a competitividade, a liberdade econômica e a valorização dos segmentos que representa.

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A silvicultura paulista e seus benefícios ao solo

Com o desenvolvimento das sociedades é natural um avanço sobre o uso da terra e do solo. Além de espaço para atividades socioeconômicas, moradias, serviços e toda a infraestrutura que isto envolve, são necessárias áreas destinadas às atividades agropecuárias, para produzir alimentos e matérias-primas, indispensáveis aos seres humanos.

Uma delas, a silvicultura, vem se mostrando uma grande aliada à manutenção e recuperação do solo. O plantio de árvores é uma atividade altamente benéfica ao solo. De acordo com o professor Leonardo Gonçalves, do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ, as plantações florestais, especialmente de eucalipto e pinus, contribuem para interromper processos de erosão, por exemplo. “Entre 03 e 06 meses depois do plantio, o terreno ficará coberto e a chuva não vai mais bater no terreno descoberto. A água vai infiltrar melhor. Com a presença da floresta, o escorrimento da água é mais lento. Isso faz com que o processo de erosão seja estagnado”, explica ele.

O professor comenta que, em relação à estrutura, caso o solo apresente compactações moderadas, elas serão revertidas pelo processo de crescimento radicular, que é muito profuso. “As raízes irão romper as camadas compactadas com deposição de matéria orgânica para agregar as partículas no solo, melhorando a estrutura. O solo ficará mais permeável e estruturado, permitindo melhor infiltração de água”, conta ele.

Florestas cultivadas podem ser uma solução para recuperar solos degradados. Segundo o professor, o crescimento contínuo de raízes, devido à deposição de serrapilheira, irá aumentar o teor de matéria orgânica. “Sobretudo em solos degradados. A adição de matéria orgânica é de uma tonelada e meia a duas toneladas de carbono por hectare por ano. Isso representa um sequestro alto de carbono no ambiente”, conclui o professor Leonardo.

Um levantamento feito pela empresa Canopy Remote Sensing Solutions, encomendado pela Florestar São Paulo, dá conta de que nos últimos quatro anos, o cultivo de florestas de pinus e eucalipto avançou em aproximadamente 79 mil hectares dentro do estado. Deste total, 60% aconteceu em pastagens, áreas sem manejo ou com algum nível de degradação. Entre os benefícios estão; uma significativa melhoria da qualidade do solo e forte contribuição para a regulação climática, já que o solo que antes estava exposto agora está sombreado por árvores cultivadas.  

“Estamos concluindo este estudo que trará, além destes dados recentes, diversos outros benefícios da atividade de silvicultura na economia, meio ambiente e qualidade de vida dentro do estado de São Paulo”, explica a engenheira florestal, Fernanda Abilio, diretora-executiva da Associação Paulista de Produtores, Fornecedores e Consumidores de Florestas Plantadas. O Panorama Executivo da Florestar 2025 deve ser lançado em agosto, junto com as comemorações pelos 35 anos da Florestar.

Informações: Florestar. Publicação original: https://florestar.org.br/a-silvicultura-paulista-e-seus-beneficios-ao-solo/

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Exclusivo – Manejo florestal: o uso sustentável das florestas nativas

*Artigo de Cícero Ramos.

O manejo florestal sustentável é uma das abordagens mais eficientes e inteligentes para combater o desmatamento ilegal, ao mesmo tempo em que permite a exploração econômica da floresta, garante a manutenção de serviços ambientais, e contribui para a geração de empregos, distribuição de renda e desenvolvimento regional na Amazônia. Essa prática também resulta em maior arrecadação de impostos, oferece segurança jurídica ao setor florestal e favorece a conservação da biodiversidade local para gerações presentes e futuras. O manejo florestal não se compara a qualquer forma de remoção de vegetação, mesmo que legal.

Para entender como essa prática surgiu, precisamos voltar no tempo. A escassez gera a invenção, e foi a partir da escassez de madeira que surgiu a ideia do manejo florestal sustentável, com o objetivo de conservar as florestas. Na Saxônia do século XVII, a madeira era um recurso estratégico, essencial para a mineração e a economia local. No entanto, a exploração descontrolada levou ao risco de esgotamento, exigindo soluções urgentes.

Hans Carl von Carlowitz (1645–1714), membro de uma família com tradição em silvicultura e que trabalhou como diretor de mineração em Freiberg, foi o responsável por apresentar uma solução, publicando em 1713 a obra Sylvicultura oeconomica. Carlowitz defendia o uso sustentável das florestas, argumentando que a extração de madeira deveria ser limitada à capacidade de regeneração da floresta, ou seja, não se deve derrubar o estoque de árvores maduras da floresta até que se observe que há crescimento suficiente no local. Ele baseava seus argumentos no conceito de “bem comum”, tanto para a comunidade quanto para as gerações futuras, introduzindo, assim, a ideia de sustentabilidade.

A visão de Carlowitz não só sobreviveu ao tempo como se tornou a base do manejo florestal atual, ao relacionar a intensidade da exploração à capacidade de suporte ambiental da floresta e definir ciclos de corte alinhados ao tempo necessário para a recuperação dos volumes extraídos. Foi a Engenharia Florestal que introduziu o manejo florestal sustentável no Brasil, uma vez que a exploração de florestas nativas anteriormente era feita de maneira empírica, sem o devido suporte técnico. O manejo florestal sustentável é, de fato, uma das poucas atividades de uso do solo que mantém a cobertura florestal enquanto gera renda a partir da floresta em pé. Essa prática é fundamental para conciliar a produção econômica com a conservação ambiental, garantindo a sustentabilidade dos recursos naturais.

No Brasil, a Constituição Federal, em seu artigo 225, § 1º, I, estabelece que é de responsabilidade do Poder Público “prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas. A Lei de Proteção às Florestas Nativas (Lei nº 12.654/12) define o manejo sustentável como a administração da vegetação natural, visando benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando os mecanismos de sustentação do ecossistema e considerando a utilização de diversas espécies madeireiras e não madeireiras, além de outros produtos e serviços da flora. Assim, qualquer empreendimento com vistas à exploração florestal de áreas públicas ou privadas requer licenciamento ambiental, com a aprovação prévia de um Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), sob responsabilidade técnica de um profissional da Engenharia Florestal, conforme o artigo 10 da Resolução Confea nº 218/73 e a alínea “a” do artigo 1º da Lei 5.196/66.

O Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) é um instrumento essencial para garantir a exploração responsável dos recursos florestais, alinhando a produção com a conservação ambiental. Para isso, ele deve atender a uma série de fundamentos técnicos e científicos, que incluem a caracterização dos meios físico e biológico, determinação do estoque existente, intensidade de exploração compatível com a capacidade de suporte ambiental da floresta, ciclo de corte compatível com o tempo de restabelecimento do volume de produto extraído da floresta, promoção da regeneração natural da floresta, adoção de sistema silvicultural adequado, adoção de sistema de exploração adequado, monitoramento do desenvolvimento da floresta remanescente e adoção de medidas mitigadoras dos impactos ambientais e sociais.

No manejo florestal, são identificadas as árvores maduras que poderão ser colhidas da floresta seguindo os requisitos estabelecidos pela legislação, sendo retiradas, em média, de três a cinco árvores por hectare, as árvores jovens (remanescentes) que permanecerão na floresta, as árvores porta-sementes (mães) que serão responsáveis pela renovação da floresta, além das árvores protegidas por lei, como é o caso da Castanheira (Bertholletia excelsa Bonpl.), por exemplo. Após a exploração das árvores maduras selecionadas para manejo, por meio de técnicas de exploração de impacto reduzido (EIR), ocorre uma abertura no dossel das copas que permite a entrada de luz na floresta, estimulando a regeneração natural e o banco de plântulas, favorecendo o crescimento em diâmetro e incremento volumétrico das árvores, por meio da fotossíntese, retiram o dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera e o transformam em oxigênio (O₂),  contribuindo para o equilíbrio ambiental e a sustentabilidade dos ecossistemas florestais.

Além disso, políticas públicas que incentivam a compra de madeira proveniente do manejo sustentável são essenciais para proteger as florestas nativas. A cadeia de custódia, que garante a rastreabilidade da madeira desde a origem até o consumidor, assegura que os produtos florestais estejam em conformidade com as melhores práticas sustentáveis, respeitando as leis e beneficiando as comunidades locais.

O manejo florestal na Amazônia está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente com os objetivos de trabalho decente, crescimento econômico, consumo e produção responsáveis, ação contra as mudanças climáticas, vida terrestre e parcerias para a implementação de ações. Portanto, é fundamental promover um entendimento mais aprofundado do manejo florestal sustentável e da cadeia produtiva da madeira, considerando tanto os aspectos ecológicos quanto socioeconômicos. Reforçando práticas florestais sustentáveis e a inovação baseada na ciência e engenharia florestal são essenciais para proteger as florestas, gerar renda e mitigar as mudanças climáticas, integrando o uso dos recursos florestais com estratégias de conservação ambiental.

O conceito de manejo florestal sustentável, proposto por von Carlowitz há mais de três séculos, permanece atual. Ao revisitar suas ideias, fica evidente que a sustentabilidade vai além de uma simples necessidade; ela se apresenta como uma oportunidade valiosa para inovar e criar um futuro mais equilibrado, garantindo que as florestas possam continuar gerando riqueza sem se esgotar.


*Cícero Ramos é engenheiro florestal e vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Engenheiros Florestais.

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Eldorado Brasil reforça compromissos com inovação e sustentabilidade

Empresa apresenta avanços em eficiência energética, manejo florestal e governança corporativa no novo Relatório de Sustentabilidade

São Paulo, março de 2024. A Eldorado Brasil Celulose divulgou nesta segunda-feira, 31, os principais avanços na agenda ESG da companhia em 2024 por meio da nova edição do Relatório de Sustentabilidade. No último ano, a companhia reforçou seu posicionamento com inovações em eficiência energética, impacto socioeconômico das suas operações e crescimento da área de florestas plantadas.

Um dos principais avanços na área florestal em 2024 foi a inauguração do Centro de Tecnologia Florestal ELDTECH, em Andradina (SP). São sete laboratórios que já estão impulsionando pesquisa e o desenvolvimento em diversas áreas, como manejo de pragas, solo e nutrição, meteorologia, melhoramento genético e biotecnologia.

A Eldorado também ampliou seu compromisso com energia limpa ao inovar na geração elétrica sustentável. Além da Usina Termelétrica Onça Pintada (UTOP), que transforma em energia renovável a biomassa da madeira que não foi destinada à produção de celulose, a empresa implementou um sistema inédito que utiliza a força do descarte de efluentes tratados para gerar eletricidade limpa. Essa solução sustentável agora abastece os prédios administrativos do complexo industrial da empresa em Três Lagoas.

Ainda na UTOP, a recente substituição de combustíveis fósseis por energia elétrica renovável nos picadores que produzem biomassa para a usina reforça a estratégia sustentável da Eldorado.

A Eldorado registrou ainda recorde de produção de celulose considerando anos com parada geral de manutenção, fruto da eficiência de sua operação industrial. Foram 1,786 milhão de toneladas de celulose produzidas, servindo ao mercado doméstico e de outros 40 países em todos os continentes.

“A alta produtividade industrial e as inovações em energia renovável colocam a Eldorado em uma posição de destaque no setor globalmente. Toda a nossa cadeia produtiva é rastreada e segue princípios rigorosos de sustentabilidade, atendendo às exigências dos mercados mais criteriosos do mundo. O Relatório de Sustentabilidade que divulgamos agora atesta esses compromissos da companhia com o meio ambiente e todos os seus stakeholders”, diz Elcio Trajano Jr., diretor de RH, Sustentabilidade e Comunicação da Eldorado Brasil.

Mais florestas, mais CO2 sequestrado. Em 2024, a Eldorado ampliou de 283 mil para 296 mil hectares de florestas plantadas em Mato Grosso do Sul. Além disso, a companhia mantém 101 mil hectares destinados exclusivamente à conservação. Isso faz com que a empresa seja superavitária no cálculo de emissões e retenção de gases de efeito estufa (GEE). Em 12 anos de operação, a Eldorado removeu 12 vezes mais GEE do que suas operações emitiram nos escopos 1 e 2.

Ainda na produção florestal, a empresa começou a usar telemetria nas máquinas agrícolas para reduzir riscos de acidentes, melhorando a segurança nas florestas e a eficiência operacional.

“A empresa já nasceu, em 2012, com o DNA da inovação e nossos times são incentivados a pensarem sempre no que podemos melhorar, em novos processos e práticas, e não temos medo de testar, de pensar fora da caixa. Gostamos muito da ideia de adotarmos tecnologias que depois são disseminadas no mercado”, complementa Trajano.

O impacto socioeconômico da atuação da Eldorado também é expressivo: apoiando a Economia Local, contratamos 690 Fornecedores dos quais 92% são de Mato Grosso do Sul”. Atualmente, dos 5,2 mil colaboradores da empresa, 4,5 mil estão em MS.

Logística. A eficiência operacional do transporte da madeira está atrelada à sustentabilidade. A frota de 236 caminhões com menos de dois anos de uso, alta tecnologia embarcada e modelagem euro 5 e euro 6 são o mais alto padrão em desempenho para reduzir a emissão de gases. Além disso, o escoamento da produção de celulose para o exterior é facilitado pelo terminal EBLog, no Porto de Santos (SP), que em um ano de operação promoveu aumento de 30% na produtividade média de embarque.

Terminal EBLog, no Porto de Santos, opera desde julho de 2023.

Governança. Nas pautas de governança, a Eldorado renovou seu apoio ao Pacto Global da ONU, mantendo a aderência aos Dez Princípios Universais pelo quarto ano consecutivo. Em 2024, mais de 4 mil profissionais receberam treinamentos sobre ferramentas de compliance. Além disso, a empresa realizou o primeiro encontro dos “Multiplicadores da Ética”, um grupo de 66 profissionais dedicados a disseminar boas práticas corporativas.

Sobre a Eldorado Brasil

A Eldorado Brasil Celulose é reconhecida globalmente por sua excelência operacional e seu compromisso com a sustentabilidade, resultado do trabalho de uma equipe qualificada de mais de 5 mil colaboradores. Inovadora no manejo florestal e na fabricação de celulose, produz, em média, 1,8 milhão de toneladas de celulose de alta qualidade por ano, atendendo aos mais exigentes padrões e certificações do mercado internacional. Seu complexo industrial em Três Lagoas (MS) também tem capacidade para gerar energia renovável para abastecer uma cidade de 2,1 milhões de habitantes. Em Santos (SP), opera a EBLog, um dos mais modernos terminais portuários da América Latina, exportando o produto para mais de 40 países. A companhia mantém um forte compromisso com a sustentabilidade, inovação, competitividade e valorização das pessoas.

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