PÁGINA BLOG
Featured Image

Tecnologia e manejo sustentável são aliados para segurança nas operações florestais

Incêndios e outros desastres naturais podem ser evitados com a utilização de equipamentos de corte florestal que promovam maior desempenho e sustentabilidade

A elevação da temperatura global tem como uma de suas principais consequências o aumento dos casos de incêndios. Países como Grécia e Canadá têm sofrido com ocorrências graves e, no Brasil, a preocupação maior se volta para biomas como a Floresta Amazônica e o Cerrado. Um dos principais aliados para a proteção dessas vegetações é o manejo florestal sustentável, que consiste em um conjunto de técnicas que promovem o desenvolvimento por meio da reprodução dos ciclos naturais das florestas. 

A extração vegetal é feita de forma responsável, permitindo o crescimento natural da vegetação e a preservação do bioma aliada à geração de renda. No entanto, para que o manejo seja feito de forma correta, é importante priorizar a utilização de maquinários que garantam tecnologia, desempenho e segurança. A Oregon Tool, líder mundial na produção de correntes e guias para motosserras, completou 75 anos de atuação em 2022 e oferece ao mercado produtos que promovem a sustentabilidade em todas as etapas das operações florestais.

“Para isso, temos desenvolvido novos materiais, ligas especiais de aço e aplicado tecnologias para promover esse desempenho superior e sustentável. A Oregon não irá se contentar e parar por aqui. Queremos continuar inovando e aprimorando, gerando também o uso racional de nossos equipamentos. Não queremos vender mais produtos, queremos vender mais tecnologia e performance de maneira sustentável”, explica Fabio Nardelli, diretor da Oregon Tool na América Latina.

Exemplos dessa tecnologia embarcada é o conjunto de corte Speed Max XL. A linha Harvester, composta por coroa, sabre e corrente, ela tem conseguido ampliar em 20% a produtividade nas atividades florestais, além de apresentar maior durabilidade nas correntes, devido à menor presença de áreas livres nos elos de tração e nas emendas, o que diminui o impacto com o sabre durante o corte e os riscos de rompimento.

Para promover a sustentabilidade em toda a cadeia florestal, a Oregon Tool realiza treinamentos junto a parceiros comerciais e usuários para conscientizá-los sobre a importância de práticas sustentáveis durante a utilização dos equipamentos da empresa – sempre visando a utilização racional e em áreas de reflorestamento e certificadas para operações de base florestal.

“Nossa meta é que até 2035 nós nos posicionaremos dentro do mercado não como uma empresa de produtos do segmento florestal, mas sim uma empresa de soluções para este mercado. Com isso, trazemos ao mercado tecnologia embarcada, além da preocupação com o desenvolvimento de nossos parceiros, clientes e sociedade”, finaliza Nardelli.

Featured Image

Novo aplicativo permite fazer tour em realidade virtual por fazenda com ILPF

Um aplicativo de realidade virtual possibilita ao usuário fazer um tour, com o uso de um óculos, por fazendas que utilizam sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.

O aplicativo foi idealizado pelo jornalista da Embrapa Milho e Sorgo José Heitor Vasconcellos e desenvolvido em conjunto com o também jornalista da Embrapa Agrossilvipastoril, Gabriel Faria. Ambos atuam no projeto “Rede de comunicação estratégica e melhoria da divulgação de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF)”, financiado pela Associação Rede ILPF e na coordenação de comunicação do Portfólio ILPF.

A nova ferramenta teve sua pré-estreia em agosto, durante a Expoforest, maior feira do setor florestal da América Latina, na região de Ribeirão Preto, e já está sendo usada em vários eventos.

Tour virtual

Neste novo aplicativo, o usuário faz um tour virtual, em 360°, por duas fazendas. A bordo de um trator ele percorre lavoura e pastagem de uma fazenda com sistemas convencionais de cultivo e depois passa pela fazenda Novo Mundo, onde é feita a integração lavoura-pecuária (ILP) e a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Em ambas as propriedades o percurso passa por dentro de trincheiras, onde é possível ver o comportamento das raízes, da infiltração de água e também a atividade microbiológica do solo. Esta última característica é vista por meio de imagens reais, captadas em microscópio.  A locução pode ser ouvida em português ou inglês. Versões em outros idiomas, como o espanhol, deverão ser desenvolvidas em breve.

“É uma experiência muito interessante, pois assim o público pode entender como funcionam sistemas de Integração, mesmo não estando numa fazenda com ILPF, acrescenta Felipe Martini”, gerente executivo da Rede ILPF.

Esta ferramenta é mais uma evolução dos trabalhos de comunicação da Embrapa, desenvolvidos para melhor divulgar e explicar os sistemas ILPF.

Anteriormente foram criadas duas versões em realidade aumentada, uma mais simples, com um cubo que pode ser visualizado pelo Instagram, e uma maquete virtual de ILPF.  Ambas podem ser acessadas aqui .

A partir da maquete em realidade aumentada foi feita uma versão para ser vista com óculos de realidade virtual em uma estrutura grande em forma de labirinto que era montada em eventos, como feiras, congressos e dias de campo.

De acordo com José Heitor Vasconcellos, o novo aplicativo, além de ser mais imersivo, tem a vantagem de ser mais
prático, não demandando uma infraestrutura cara e espaço para uso. Basta ter óculos da Meta com o aplicativo
instalado e uma cadeira.

Rede ILPF

A Associação Rede ILPF é uma parceria público privada formada pela Embrapa, Bradesco, Cocamar, John Deere, Minerva Foods, Soesp, Suzano, Timac Agro e Syngenta. Tem como objetivo acelerar a adoção de sistemas ILPF no país, por meio de financiamento de projetos de pesquisa para a Embrapa, transferência de tecnologia, capacitações, eventos, comunicação e execução de projetos de ILPF em diversas regiões produtoras do Brasil.

Fonte:
Embrapa Agrossilvipastoril

Featured Image

Suzano usa inteligência artificial para aumentar a excelência operacional em Três Lagoas (MS)

Com salas conceituais, time de analistas desenvolvem sistemas e soluções tecnológicas dentro da própria fábrica

A Suzano, referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo do eucalipto, tem apostado em novas tecnologias e no uso da inteligência artificial a favor da excelência operacional na Unidade de Três Lagoas (MS). Com capacidade para produzir até 3,25 milhões de toneladas ao ano, a unidade – onde estão duas fábricas em operação – conta com duas salas conceituais somente para o desenvolvimento de sistemas e soluções para a automação de maquinários e equipamentos utilizados na produção de celulose, com foco no que hoje é chamado de Indústria 4.0.  O objetivo das iniciativas é otimizar os processos e aumentar a previsibilidade nas operações industriais por meio do gerenciamento de equipamentos e maquinários da unidade, obtidas por meio da Sala Siga, e desenvolvimento de soluções baseadas em Inteligência Artificial (software), pela Sala Conecta.

“A Unidade de Três Lagoas é uma das maiores e mais modernas fábricas de celulose do mundo e queremos continuar assim. Juntas, as salas trouxeram uma inovação no modelo de atuação dos times de manutenção robótica de processos. O monitoramento sobre o funcionamento de outras máquinas e a geração de dados sobre a operação fabril são feitas por robôs, o que permite à equipe a dedicação exclusiva à análise dos dados e informações criados por meio de Inteligência Artificial. Além disso, se algum técnico precisa de algum avanço tecnológico para atender a uma necessidade dele, essa solicitação é levada para o time de analistas que desenvolvem a melhor ideia e esta solução fica disponível para todos”, afirma Eduardo Ferraz, gerente executivo industrial da unidade Três Lagoas da Suzano.

Dotada de tecnologia de ponta e profissionais altamente qualificados(as), a Sala Siga, basicamente, é o ambiente onde o técnico tem acesso à base de dados gerados por meio de inteligência artificial – máquina conversando com máquina -, para análise. Já a Conecta é onde o time de analistas desenvolvem sistemas de gestão. Este, possivelmente, é o principal diferencial da unidade de Três Lagoas (MS). Hoje, nada é ligado ou desligado na fábrica sem passar por essas salas e não precisamos buscar soluções no mercado. Nós as produzimos em nossa Unidade, conforme nossas necessidades e com o nosso padrão de excelência.

Realidade virtual

As novas tecnologias também têm colaborado na formação e treinamento de colaboradores(as).  A última tecnologia implantada neste sentido foi o uso de realidade virtual para o treinamento das equipes de manutenção e operação. Visto com apoio de óculos 3D, o sistema reproduz o ambiente específico da fábrica. O projeto piloto, por exemplo, foi destinado a colaboradores(as) do setor de Secagem, que foram submetidos a situações que podem ocorrer na rotina de trabalho.

“A revolução tecnológica têm alterado também a forma como treinamos nossos colaboradores. Hoje, temos simuladores na área industrial e florestal para que o nosso time possa ser qualificado de forma segura e mais assertiva”, reforça Ferraz.

Câmeras termográficas

Ainda visando trazer mais eficiência na produção de celulose, a Unidade de Três Lagoas conta com tecnologias como a Aspen Mtell, uma ferramenta de análise preditiva que permite detectar falhas em equipamentos industriais antes mesmo que elas ocorram, e a Odin Bosch Rexroth, um sistema de monitoramento em tempo real que utiliza sensores para analisar a condição dos equipamentos por meio de vibração, o que garante uma manutenção mais ágil.

Além dessas tecnologias, visando aumentar a segurança nas operações, a unidade possui ainda um sistema de monitoramento por câmeras termográficas, implantadas em pontos estratégicos da unidade, que fornecem informações valiosas sobre variações de temperatura dos equipamentos e maquinários, auxiliando na detecção de possíveis anomalias e na otimização da eficiência energética dos processos industriais.

“Com essas ferramentas inovadoras em nosso portfólio, estamos preparados para enfrentar os desafios da indústria moderna, maximizando a disponibilidade dos equipamentos, aumentando a eficiência e, principalmente, garantindo a qualidade e a segurança em nossas operações”, completa Eduardo Ferraz.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papel da América Latina e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras de origem renovável. Os produtos da companhia, que fazem parte da vida de mais de 2 bilhões de pessoas e abastecem mais de 100 países, incluem celulose, papéis para imprimir e escrever, canudos e copos de papel, embalagens de papel, absorventes higiênicos e papel higiênico, entre outros. A Suzano é guiada pelo propósito de ‘Renovar a vida a partir da árvore’. A inovabilidade, a busca da sustentabilidade por meio da inovação, orienta o trabalho da companhia no enfrentamento dos desafios da sociedade. Com 99 anos de história, a empresa tem ações negociadas nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais em: suzano.com.br   

Featured Image

Cenibra recebe equipamentos modernos para aumentar a capacidade produtiva e reduzir o impacto ambiental

Multinacional finlandesa Valmet é responsável pelo fornecimento das prensas e modernização da linha de fibras da fábrica de celulose, localizada em Belo Oriente (MG)

A Valmet, fornecedora líder de tecnologia para a indústria de celulose e papel, foi escolhida para realizar a modernização da linha de fibras da fábrica de celulose da Cenibra, localizada na unidade de Belo Oriente, em Minas Gerais. Além da modernização do sistema de lavagem, a substituição dos difusores pelas prensas permitirá um futuro aumento na produção da linha de fibras.

A planta de Linha de Fibras irá utilizar a tecnologia mais avançada disponível no mercado, com o fornecimento e a instalação da prensa Valmet TwinRoll, que substituirá os atuais difusores atmosféricos, como parte da modernização da Linha 1. Essa alteração vai proporcionar um aumento de desempenho ao processo de lavagem, impactando positivamente a produção e o consumo específico de insumos.

A Valmet TwinRoll possui uma tecnologia de prensagem de última geração, trazendo uma série de vantagens em comparação com os difusores atmosféricos tradicionais. Por exemplo, melhora a performance do estágio de deslignificação e reduz o consumo de produtos químicos no branqueamento, ao mesmo tempo em que diminui as perdas alcalinas na lavagem marrom.

“Estamos muito satisfeitos em oferecer nossa tecnologia de ponta à Cenibra”, afirmou o gerente de Vendas de Celulose e Energia, Tecnologias de Processamento de Fibras, Valmet América do Sul, Felippe Rosa.

“Acreditamos que a prensa contribuirá significativamente para a melhoria da eficiência e a redução dos custos da Cenibra, tornando-a ainda mais competitiva no mercado global”, complementa.

A Cenibra é uma das maiores produtoras de celulose do mundo, com uma capacidade de produção de 1,2 milhão de toneladas por ano. A empresa está situada em Belo Oriente, Minas Gerais, e é uma das principais empregadoras da região. O projeto foi iniciado em janeiro de 2023 e será finalizado em fevereiro de 2024.

Cenibra
Celso Tacla, CEO da Valmet América do Sul.

Detalhes do fornecimento

O fornecimento compreende uma etapa de deslignificação com oxigênio e quatro novas máquinas para a lavagem de polpa marrom e lavagem pós-deslignificação. A lavagem utiliza a tecnologia de prensas Valmet TwinRoll, conhecida por sua facilidade de manutenção, baixo consumo de energia e alta disponibilidade.

Sobre a Valmet

A Valmet é uma desenvolvedora e líder global no fornecimento e desenvolvimento de processos, automação e serviços para as indústrias de celulose, papel e energia. Com sistemas de automação e soluções de controle de fluxo de ponta, a Valmet atende expressiva base de indústrias, visando ser campeã global no atendimento dos seus clientes.

Com mais de 17 mil profissionais, a Valmet conta com mais de 220 anos de história industrial e sólido histórico de melhoria e renovação. Em 2022, a empresa de controle de fluxo Neles Corporation foi incorporada pela Valmet. A Valmet América do Sul opera com unidades em Araucária (PR), Sorocaba (SP), Belo Horizonte (MG), Imperatriz (MA) e Concepción, no Chile. Mais informações: www.valmet.com.br.

Sobre a Cenibra

Celulose Nipo-Brasileira S.A. – a Cenibra é uma das maiores produtoras mundiais de celulose branqueada de eucalipto (madeira de fibra curta). Sua produção anual é de aproximadamente 1.200.000 toneladas, das quais mais de 90% são exportadas. A Cenibra atua em 54 municípios do estado de Minas Gerais. Como reconhecimento ao trabalho com os mais altos padrões internacionais de excelência, a Cenibra é certificada nas normas ISO 9001, ISO 14001, ISO IEC 17.025 e possui os certificados Forest Stewardiship Council (FSC) e o Programa Nacional de Certificação Florestal (Cerflor). A rastreabilidade da celulose pode ser feita da floresta para o cliente ou do cliente para a floresta.

Featured Image

Pesquisadores conseguem produzir mudas de baru por meio de enxertia

*Cultivo de baru ainda não é domesticado e avanço abre caminho para um sistema de produção dessa castanha do Cerrado.
*Um dos desafios para a domesticação do baruzeiro é a produção de mudas de materiais com características superiores, foco deste trabalho.
*A multiplicação por propagação vegetativa permite uniformidade e alta produtividade.
*Além da semente, parte mais conhecida, o fruto possui polpa também comestível e um endocarpo que pode ser transformado em carvão.
*A enxertia é uma boa opção para se multiplicar espécies promissoras nativas do Cerrado.

A enxertia, técnica de propagação vegetativa para produção de clones, mostrou-se viável para a multiplicação do baruzeiro. Os trabalhos recentes conduzidos no viveiro da Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF), vêm apresentando resultados promissores para três tipos de enxertia – borbulhia de placa, garfagem inglesa simples e garfagem em fenda cheia (veja quadro no fim da matéria). Para as mudas conduzidas a pleno sol, os três tipos proporcionaram médias de pegamento superiores a 50%, com destaque para borbulhia, que obteve pegamento de mais de 60%.

Propagação vegetativa

A propagação vegetativa ou clonal consiste na multiplicação de partes de interesse da planta sem uso de sementes, dando origem a outras idênticas à planta-mãe (clones). As principais vantagens do método são a possibilidade de formação de plantios clonais de alta produtividade e com grande uniformidade e, em algumas vezes, de antecipação da fase reprodutiva da espécie.Além da enxertia, outros métodos de reprodução assexuada ou propagação vegetativa são a estaquia, a miniestaquia e a micropropagação.

Esses são os primeiros resultados para o desenvolvimento de um sistema de produção para o baruzeiro. “Salientamos que estamos trabalhando com uma espécie arbórea nativa, carente de informações técnicas nesse assunto e acreditamos que esses dados servirão de base para novos estudos com intuito de refinar a metodologia de enxertia para a espécie”, enfatiza o pesquisador Wanderlei Lima, coordenador do estudo.

Os resultados completos estão no artigo “Avaliação de métodos de enxertia em mudas de baruzeiro (Dipteryx alata Vogel, Fabaceae)”, publicado na revista Ciência Florestal, edição de abril/junho de 2023. Lima explica que o próximo passo é aprimorar o processo, utilizando a experiência adquirida no primeiro experimento para aumentar a porcentagem de pegamento das enxertias.

O resultado foi bastante positivo, na avaliação da equipe, composta também pela analista Fernanda Morais e o assistente Vicente Moreira. Algumas mudas enxertadas na Embrapa Cerrados já foram transplantadas em campo na bordadura do experimento de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, no qual está sendo avaliado o uso de espécies nativas do Cerrado nesse sistema (ler matéria). Um dos principais desafios para a domesticação do baruzeiro é justamente a produção de mudas. Atualmente, não há metodologia validada de reprodução assexuada para essa espécie.

O baruzeiro (Dipteryx alata Vogel)

Também conhecido como cumbaru ou cumaru, o baruzeiro é uma árvore de altura entre 15 a 25 metros com ampla distribuição no Cerrado. Essa é uma das espécies nativas do bioma com grande potencial econômico pela sua diversidade de usos. A polpa do fruto pode ser consumida in natura ou em misturas e o endocarpo pode ser transformado em carvão de alto teor calorífico. Já a semente é a parte mais conhecida e tem ganhado valor de mercado, sendo usada na gastronomia nacional e internacional. Ela se assemelha a uma castanha, sendo apreciada como aperitivo e usada em diversas receitas. O óleo extraído da semente também tem usos variados. A árvore pode ser usada em paisagismo e sua madeira tem grande resistência e durabilidade.O baruzeiro é uma das espécies do Cerrado mais promissoras para cultivo. A geração de informações sobre sua multiplicação, crescimento, desenvolvimento, produtividade e variabilidade permitirá sua domesticação para implantação de cultivos comerciais. Atualmente, praticamente toda produção vem do extrativismo. Foto: Alexandre Veloso

O experimento

Foram testados três tipos de enxertia (borbulhia de placa, garfagem inglês simples e fenda cheia) em três sistemas de condução de mudas de porta-enxertos (em sacos plásticos a pleno sol e sob sombrite e em tubetes em viveiro suspenso a pleno sol). As mudas (porta-enxertos) foram formadas a partir de sementes coletadas de plantas adultas de baruzeiro do Campo Experimental da Embrapa Cerrados. As gemas usadas para os enxertos foram obtidas de árvores adultas da Embrapa.

Como é feita a enxertia?Uma grande parte das árvores frutíferas é produzida por enxertia. Além de manter as características desejáveis à planta resultante, é um meio rápido e confiável de reproduzir plantas superiores para cultivo comercial.A operação envolve a introdução de uma gema, broto ou ramo de um vegetal, chamado de enxerto ou cavaleiro, em outro, conhecido como porta-enxerto ou cavalo. A planta enxertada (cavaleiro) carrega as características que se quer obter na nova planta e é ela que vai produzir os frutos. O cavalo leva o sistema radicular e parte do caule. Ele é responsável pelo fornecimento de água e nutrientes à planta e garante sua adaptação às condições de solo e clima.

O desempenho das plantas foi diferente de acordo com o sistema de condução. “Consideramos o sistema de produção de mudas em saco plástico a pleno sol o melhor, com o qual conseguimos mais de 50% de pegamento nos três tipos de enxertia que utilizamos em nosso estudo, com destaque para borbulhia, seguida da garfagem inglesa simples e da garfagem em fenda cheia”, informa Lima.

Segundo o pesquisador, apenas a garfagem em fenda cheia apresentou pegamento superior a 50% para mudas conduzidas sob sombrite, indicando ser uma técnica para a reprodução da espécie nessa condição. Entretanto, o tempo necessário para as mudas atingirem o diâmetro ideal para a enxertia foi maior nos sistemas sob sombrite. Considerando que as mudas foram formadas no mesmo dia, as mudas enxertadas sob sombrite só atingiram o diâmetro ideal três meses depois das mudas conduzidas a pleno sol.

Essa é uma importante informação para a multiplicação e a domesticação da cultura, já que quanto maior é o tempo para que a muda atinja o diâmetro ideal para a realização da enxertia, maiores são os gastos nessa etapa. Sobre o terceiro sistema de condução, Lima esclarece: “Optou-se, neste estudo, por não realizar a enxertia das mudas conduzidas em tubetes, em viveiro suspenso, pois essas apresentaram os piores desempenhos de crescimento e desenvolvimento”.

O pesquisador considera esse um resultado bastante positivo: “Sendo um primeiro experimento, os valores foram muito satisfatórios. Nosso objetivo é chegar a 80% com o refinamento da técnica e a verificação de alguns fatores que podem ter interferido no desenvolvimento das mudas”. Lima ressalta que o experimento foi realizado durante o período mais crítico da pandemia de Covid-19, quando vários trabalhos ficaram comprometidos.

A partir dos resultados desse experimento, uma recomendação da pesquisa para os interessados em produzir mudas de baruzeiro é refazer as enxertias que não pegaram. “Isso garante a redução de custos de produção, já que reutiliza as mudas dos porta-enxertos”, esclarece.

Foto acima, à esquerda: Wanderlei Lima (fenda cheia)

Tipos de enxertia avaliadas no experimentoNa enxertia, um ramo de uma planta da qual se deseja manter as características é “implantada” no caule de outra planta, fundindo essas duas partes.Borbulhia (foto ao lado) – Destaca-se uma gema vegetativa (borbulha) da planta que se quer multiplicar e a introduz em um corte feito na muda que servirá de porta-enxerto.Garfagem – As partes de duas plantas com o mesmo diâmetro são encaixadas perfeitamente. Uma corda é amarrada para garantir a união dos fragmentos.As garfagens em fenda cheia e inglesa simples se diferenciam pelo tipo de corte que é feito nas partes das plantas para o encaixe. A primeira é feita com uma fenda em V e a segunda, com um corte transversal. Foto: Wanderlei Lima

Anúncios aleatórios

+55 67 99227-8719
contato@maisfloresta.com.br

Copyright 2023 - Mais Floresta © Todos os direitos Reservados
Desenvolvimento: Agência W3S